Capítulo Sete

339 17 4
                                    

Puta que pariu, ia demorar pra chegar em casa.
- Encosta aqui. - eu disse.
- Quem da as ordens aqui sou eu.
Até parece.
- Não gosta de se arriscar, é? - disse toda provocante e descendo a blusa exibindo meus peitos fartos.
Ele parou o carro. Eu peguei em sua nuca, ele fechou os olhos. E não abriu mais. Eu tinha pego em sua nuca e empurrado a cabeça dele com tudo no volante.
- Tá pago.
Desci do caminhão sem me importar, aquela estrada era morta, raramente passava um louco, certamente pensarão que ele está bêbado.
Ele está vivo, mas permanecerá inconsciente por um tempo. Tempo suficiente pra eu sair dali.
Uma brisa abafada da tarde me deu parabéns e eu comecei a andar para a parte da estrada que ele havia desviado. E aquela parte é mais movimentada, por caminhões, mas não quero nenhum caminhão, vou caminhando até em casa se preciso. Tarados de merda.
Estava perdida nos meus pensamentos mas ainda sim eu vi um carro jogando pro acostamento, fiquei olhando e eles buzinaram. Um casal de idosos.
- O que houve com você minha filha? - a idosa, que lembrava a minha avó, me perguntou.
- Meu carro quebrou e tive que vir andando à pé. - Menti.
- Entre, te damos uma carona. - O senhor falou.
- Obrigada.
Entrei no carro sem fazer cerimônia, já tinha andado um bom pedaço, e já era a quarta vez que tinha que prender meu cabelo, ele era muito pesado, então ficava pouco tempo preso.
Não sou de confiar nem em idoso nem em bebês. Não confio em ninguém, mas algo naquela idosa me confortou, e eu sei que foi aquela semelhança com minha falecida avó.

A Garota da FacaOnde histórias criam vida. Descubra agora