Capítulo Oito

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- E então menina, qual o seu destino? - o senhor de óculos e bigode me perguntou.
- Praça das águas, senhor. - falei.
- Ah, meu nome é Maria e o dele é Eduardo, qual o seu nome menina? - A senhora, Maria, perguntou.
- Karen.
- Nome bonito.
A viagem foi rápida, mal tinha redutores naquela pista, e o velhinho tinha o pé bem pesado. Quando paramos na praça o senhor perguntou:
- Não quer que a gente te deixe em casa menina?
- Não senhor, obrigada.
- Bom, foi um prazer conhece-la Karen, você é um amor. - Maria falou.
Se ela soubesse quem eu sou...
- Obrigada, foi um prazer conhece-los também. E muito obrigada pela carona. - Disse saindo do carro e fechando a porta.
E assim o casal se foi, a idosa com uma semelhança incrível com a minha avó se foi...
Fiquei ali observando o carro sumindo dentre as ruas, lembrando de como aquela idosa que eu nem conhecia, me confortava como minha avó.
- Karen! - estava tão distraída que tomei um susto.
Me virei e vi o João acenando e saindo correndo de seu grupinho em minha direção.
- Ah, oi!
João era um garoto do colégio, um galinha. Fiquei surpresa dele ir falar comigo nessa empolgação toda, afinal, eu estava acabada.
Ele era bem atraente, corpo definido, jogador de futebol, cabelos castanhos claros e olhos verdes.
- Como vai? - ele disse sorrindo.
Nunca me apaixonei, mas depois de ter visto os dentes daquele caminhoneiro, me apaixonei perdidamente pelo João, ou pelos dentes dele.

A Garota da FacaOnde histórias criam vida. Descubra agora