Epílogo

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E com isso chegamos ao fim do livro I... começarei a postar o livro 2..espero q estejam gostando

Mérida - Primavera, Maio de 834 d.C.

Yusuf observou o jovem desmaiado. Fora difícil carregá-lo para longe, mas conseguira e isso salvara sua vida.

Ele estava vigiando o palácio desde que Mahmud tentara prendê-lo e à filha, temeroso de que ambos tentassem impedi-la de se casar.

Recordou-se do dia em que, após sua filha e ele pegarem seus pertences, dirigiram-se a uma saída lateral do palácio pouco usada, ganharem as ruas e foram para a doca no rio.

As escudeiras, alguns servos e soldados que haviam sido postos à disposição da embarcação em razão de terem se tornado amantes das nórdicas também estavam no local. Haviam apreendido a fazer a manutenção no navio que estava pronto para partir.

Brunilde explicou que iriam partir sem prazo para retornarem, que eram fugitivos e que Jamila fora detida pelo próprio irmão.

Apenas dois servos e um soldado preferiram ficar em Mérida. Enquanto o barco era preparado e colocado nas águas do rio, a jovem escudeira se despediu de Ibrahim.

— Venha comigo – dissera ela segurando suas mãos.

— Razão do meu viver – respondera Ibrahim, beijando ambas as mãos da jovem — meu coração segue com você, mas não posso abandonar minha irmã, você entende?

— Sim, parto sem ter vontade, ela é minha Jarl e pretendo voltar a servi-la.

— Então, tornaremos a nos encontrar, está escrito – dissera com convicção — A esperarei não importa o tempo que passe, pois a amo.

— E eu o amo, você é meu homem, meu guerreiro escolhido, eu o encontrarei, aguarde-me – dissera beijando-o com paixão.

Ibrahim sentiu o coração se confranger no peito.

— E você, meu pai? Virá comigo? – perguntara se virando para ele.

— Minha filha amada, era tudo que eu mais queria, mas como você, estou preso pela honra à Jamila, preciso ficar e achar uma forma de ajudá-la – respondera.

— As histórias a seu respeito, que ouvi quando crianças, são verdadeiras, sinto orgulho de ser sua filha – dissera abraçando-o com força.

Depois que a embarcação partira, Ibrahim e Yusuf ficaram com lágrimas nos olhos, vendo-a se afastar rio abaixo.

O jovem resolvera voltar ao palácio, tinha esperanças de ajudar Jamila. Yusuf resolvera se esconder na cidade e vigiar o palácio, não queria correr o risco de ser preso.

Dois dias depois, vira Ibrahim saindo na companhia de cinco soldados, puxavam as montarias pelas mãos como se não tivessem pressa.

— Meu senhor Ibrahim! – gritara se aproximando com uma cuia de mendigo na mão.

Dois soldados tentaram afastá-lo com as lanças, mas ele se desviara e tornara a gritar.

— Servi à sua irmã! E continuo servindo!

— Deixem-no! – ordenara reconhecendo seu velho mentor que se aproximara com o rosto coberto pelo capuz sujo que usava — Alá diz que devemos ser misericordiosos com os pobres, continuem seu caminho.

Os soldados deram de ombros e continuaram caminhando, puxando as rédeas das montarias.

— Caminhe um pouco comigo meu bom homem – dissera enquanto pegava algumas moedas e colocava na cuia.

A GUERREIRA INDOMÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora