1. Psipsipsi!

674 52 30
                                    


Sempre quis um lugarzinho pra postar besteira?
Aquelas histórias curtinhas que não viram nada, sabe?
É aqui!
Aproveitei que fiz essa em troca de votos do BBB e resolvi postar!

É Minho x Felix, divirtam-se! Não tem TAG nenhuma!


------


Desde a infância Minho sempre gostou de gatos. Preferiu gatos.

Minho, aliás... amava gatos. 

Fotos de gatos, desenhos de gatos, chaveiros de gatos, vídeos de gatos.

Minho amava gatos e tudo que o lembrava gatos.

Gatos. Gatos. Gatos. Gatos. Felix. Gatos. Gatos.

Felix.

Felix o lembrava um gato.

– Psssi, psi, psiiii!

O jeito, o sorriso, o olhar.

Felix definitivamente era um gato.

Então, naturalmente, Minho amava observar Felix.

– Psiiii, pssiiiii, psiiii!!!!

– Hyung...?! – o australiano grunhiu em ambos irritação e confusão.

– Fe- – soluçou. – Felixxxx, pssiiiii, pssiii!

A percepção felina de Felix volta e meia levava um sorriso à boca de Minho.

O jeito com o qual Felix se espreguiçava, a forma que comia, como dormia, tudo.

Felix era um gato. Um gato. Um belo gatinho.

– Hyung, dá pra parar?! Eu quero dormir!

Minho gargalhou.

Talvez fossem as mini garrafas de vodka que encontrou no frigobar do quarto de hotel que dividam, mas as sobrancelhas unidas em reprovação de Felix o faziam parecer ainda mais um gato.

Um gato com sobrancelhas.

– Felixxxx, psiiipsipsiii! – insistiu ao balançar contra o nariz do mais novo um bastão com uma pena na ponta.

Ato este que já era repetido há ao menos 30 minutos.

– Hyung, para com essa merda! – agarrando ao brinquedo comprado pelo outro, o Lee caçula o jogou para o lado oposto do cômodo. – Ou eu vou pedir pra trocar de quarto com alguém!

Minho riu mais uma vez... e então o olhou expectante. Sobrancelhas arqueadas, bochechas avermelhadas pelo álcool e um sorriso abestalhado no rosto. Provavelmente esperava alguma coisa.

Felix o encarou ainda incrédulo.

– O que foi, cacete?! – perguntou ao ver o semblante do amigo não mudar sequer um milímetro.

– Você... – o sorriso aumentava à medida que as palavras saíam. – ...não vai caçar?!

– Ca- – o questionamento irritado do menor Lee foi interrompido pelo levantar repentino do mais velho.

Cambaleante, Minho correu em busca do brinquedo no chão. E então, com a face ainda distorcida de um jeito bobo, voltou a balança-lo lentamente pelo ar.

– Felixxx, psipsipsii!!!!!! – repetiu entre pequenos risos. – Vem, Felix, psipsipsipisi!!!!!!!

Felix agora estava boquiaberto. Cansado. Desistente.

Felix só queria dormir. Só isso.

– Hyung... – suspirou ao levantar lentamente do colchão. – Vo-

Minho o interpelou, pulando pela cama até o outro canto do recinto... sem nunca, obviamente, parar de balançar o maldito brinquedo em mãos.

– Vem, psipsispipsi!

Felix bufou e deixou os ombros caírem. Ali, parado entre as camas do espaçoso quarto, sabia que não teria trégua se tentasse resolver as coisas de forma... bem, racional.

Era nítido o que Minho fazia. Aliás, não só nítido como corriqueiro. Sempre que se embriagava, o mais velho tinha a estranha tendência de tratá-lo como um... como um gato.

Felix não entendia, mas tampouco se importava o bastante para pará-lo. Dessa vez, contudo, o nível de embriaguez parecia superior ao normal... e a encheção de saco também.

– FELIXXXX, PSIPSIPSIPSI!!! – correndo novamente até o lado oposto, Minho voltou a atrapalhar as concatenações do tão exausto australiano.

– Hyung... – suspirando pela segunda vez, o caçula se limitou a apenas acompanhar o companheiro alcoolizado com a cabeça. – ...vamos dormir, por favor.

Minho arqueou uma sobrancelha... e então, a pena voltava a voar de um lado ao outro pela estúpida tentativa de brincadeira.

Felix fechou os olhos com força e respirou fundo. Chegou a pensar ao menos três vezes se realmente seguiria com o plano que se formara no fundinho de sua mente. Era vergonhoso, estúpido, ridículo.

Mas era sua única saída.

Voltando a abrir as pálpebras, focou o olhar no do outro e muito lentamente levou uma mão à boca, lambendo-a no dorso.

Os lábios de Minho se apartaram em surpresa, mas o sorriso não cedeu... assim como o lento balançar da pena.

Felix então seguiu em frente, direcionando a mão lambida à lateral do rosto e tentando de algum jeito distorcido se assemelhar a um gato durante o ato... o ato de se limpar. Sim. Que vergonha.

– Miiiiinho – forçou o mais próximo que conseguia de um ronronar... – Vamos deitarrrrrr, porrr favorrrr. – ...e ignorando as bochechas que queimavam em embaraço, Felix proferiu as malditas palavras ao vagarosamente subir na cama.

Procurando o mais velho com o canto do olho, percebeu que o outro já não mais sorria. Estava perplexo, mas parecia interessado em parar e ouvir pela primeira vez na noite.

Felix aproveitou a deixa. Espreguiçou-se muito lentamente, fazendo questão de arquear a coluna e esticar os dedos no processo. Depois, voltou a olhar o amigo diretamente:

– Minnrrrrhoooo. – repetiu de forma animalesca. – Vem... – com um lento movimento de mão, palpou o travesseiro ao lado do que deitava. – ...dorrrrme comigo.

E então, Minho bufou. A reação foi inesperada, mas não menos agradável para um Felix que, contente, o observou tomar um lugar no colchão.

– Tá. – o mais velho resmungou à contragosto. – Vocês sempre são assim... – e então seguiu com um pequeno bico ao deitar-se de frente para o australiano.

– Assim como? – o caçula questionou com um pequeno sorriso, aproximando-se propositalmente do peito de Minho com o intuito externo de mantê-lo ali... mas internamente porque também gostava do aconchego.

– Egoístas... – bufando novamente, Minho passou a correr os dedos pelas costas cobertas do Lee mais novo. – ...mas tudo bem, eu respeito meus gatinhos.

Felix sorriu ainda mais, mas nada falou. De presente, contudo, buscou retribuir o afeto ao fingir ronronar durante todo o carinho, só parando quando ouviu Minho roncar alguns minutos depois.

Afinal, gatos não são seres tão egoístas assim. E Minho, definitivamente, era um ótimo (e meramente hipotético) dono.


------

Nada a declarar?
Beijinhos!!!

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Mar 30, 2020 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Firulas.Where stories live. Discover now