Incrível como mesmo com tantas voltas, você ainda aparece para me assombrar. Não se cansa? Não vê que não há propósito? Não vê que as paredes de minha casa não te escondem mais? Não vê que é inútil se esconder? Eu posso ver você em todos os lugares, o tempo todo. De nada serve ser sutil.
Não vê que meu coração não aguenta mais sangrar por você? O que você quer, afinal?
Não te basta meus poemas? Minhas lágrimas? O dinheiro gasto em garrafas baratas? A minha voz rouca na sua caixa postal implorando que volte ou que me mate?
Eu te amo tanto que você deveria me matar agora.
Nada te basta, não é mesmo? Não, claro que não.
Você quer a morte do poeta e que todos os poemas queimem. Quer a biblioteca da memória tornada em cinzas e brasa. Você quer me ver urrar de dor.
Mas saiba, querida, que foi e ainda é tudo em vão. Seus esforços já não valem de nada.
Você já me destruiu, eu nunca mais vou ser o mesmo. Não há mais nada aqui.
Pode ir.
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O Amor de Um Escritor
PoetryApesar da solidão que me assola e da descomunal amargura que cresce dentre meus ossos, falar de amor ainda é algo que faço com maestria. Não como romancistas lunáticos e os jovens que acabaram de se encontrar com o doce gosto da paixão. Não, é claro...