Boa leitura!
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Conversar sobre minhas preocupações e paranóias com Natsu não ajudou em nada. Eu admiro, aplaudo e sou extremamente grata pelo esforço que ele fez e faz ao me ouvir e consolar. As palavras dele tem efeito na hora, mas depois minha cabeça já está dando voltas no mesmo assunto.
Continuava não dormindo direito, comendo o mínimo e agora enjôos faziam parte da minha rotina. Sem contar que minhas crises de enxaqueca se tornaram mais comuns. Como se não bastasse, apareceram manchas roxas nas minhas pernas e braços e não, não foram feitas por meu noivo. Ah, claro, sem esquecer que no espaço de um mês, desmaiei cinco vezes. No trabalho, na rua, no mercado e duas em casa. Na primeira vez que aconteceu em casa, eu estava sozinha e quando acordei, Natsu tinha uma expressão que, sinceramente, não queria ver nunca mais. Quando desmaiei na rua, estava sozinha também e chamaram uma ambulância. No hospital, acordei no soro e desorientada. Quando voltei a mim, contei tudo o que estava sentindo e me explicaram várias coisas, inclusive que as manchas eram por causa do sistema nervoso e as outras coisas por conta do estresse pelo qual estava passando. Desde então, eu tenho tentado de tudo para comer, não queria preocupar as pessoas a minha volta.
Não sei quem passou mais sermão em mim: meus pais ou Natsu. Eles queriam até me fazer adiantar as férias, mas bati o pé, pois queria tirar mais perto do casamento e assim ficar mais tempo em casa curtindo minha vida de recém-casada.
Depois disso, passei a ser tratada como uma boneca de porcelana. Ele ligava sempre que tinha oportunidade para saber se eu estava bem e se tinha comido algo. Meus pais também faziam o mesmo e até as meninas me vigiavam.
Falta exatamente 3 semanas para o casamento e a cada dia que passa, me sinto mais nervosa. Acho que é por isso que estamos nesse carro. Hoje depois do almoço, Natsu veio do nada, me jogou no ombro e me forçou a entrar no automóvel.
"Vamos dar um tempo em tudo."
— Eu vou acabar batendo o carro se você continuar com essa energia negativa. – brincou e eu revirei os olhos. — É sério, não 'tô te levando 'pra forca, então relaxa e aproveita o passeio. Você precisa e merece isso.
Ele tem toda razão. Não aguento mais passar mal e tenho total consciência que poderia ter me machucado sério nas vezes que caí, mas não é algo que eu possa controlar. Queria muito ficar calma, exatamente como as pessoas me dizem, mas não é assim que funciona. Não tem um interruptor que liga e desliga.
— Onde estamos indo?
— Surpresa. – disse sorrindo.
— Hoje não é um dia especial, não sei porquê estamos passeando. – reclamei só por reclamar, pois estava curiosa e dava razão a ele. — Você sabe que eu 'tô cheia de coisa 'pra adiantar por causa das férias, documentos 'pra revisar e tal.
— Sei, mas também sei que não conseguirá fazer nada disso de dentro de um caixão. – me arrepiei. — Porque é 'pra lá que você vai acabar indo, se não desacelerar e diminuir esse ritmo. – o encarei por causa das palavras duras. — E não adianta me olhar assim não, sabe muito bem que 'tô certo. Você precisa se acalmar e se não consegue fazer por conta própria, vou te ajudar com distrações.
— Me acalmar… Tsk.
— É, se acalmar. Você manteve o peso e encontrou uma profissional competente, não é? Então pronto.
— Natsu…
— Ah, vou ouvir música. – ligou o som e começou a cantar alto.
Só me restou revirar os olhos.
Depois de quase 1 hora na estrada, chegamos ao nosso destino e realmente, foi uma grande surpresa.
— Sério?
— Sim! – disse estacionando. — Anda, desce.
— Não sou um cachorro, Natsu. Fala direito comigo. – tirei o cinto e abri a porta.
— 'Tá… Agora desce. – revirei os olhos, mas saí sem falar nada, não adiantaria.
— Eu não falei que 'tô cheia de documentos 'pra revisar e você me trouxe 'pra cá? – falei quando ele desceu.
— Falou, mas eu também já falei que do caixão você não conseguirá trabalhar. – fiquei quieta.
Ele bloqueou o carro e parou ao meu lado. Encarei o parque de diversões e suspirei ao olhar em volta. Havia famílias inteiras, crianças correndo e adolescentes passeando.
— Natsu, vão chamar a polícia 'pra gente. – me olhou confuso. — Dois adultos, sem criança, em um parque? Vão achar que somos pedófilos. Eu acharia.
Gargalhou e segurou minha mão, me guiando para dentro do lugar.
— Que chamem. – olhei incrédula. — Eu sou um excelente advogado e 'tô precisando de dinheiro. Se fizerem isso, vou processar até a alma dessas pessoas. – ri. — 'Ó, isso foi um sorriso? – parou, apertou minhas bochechas e me beijou.
— Para com isso… 'Tá cheio de criança olhando. – me afastei um pouco.
Voltamos a andar.
— Tenho certeza que você brincou muito em parques.
— E como você tem tanta certeza?
— Bom, eu tenho essa imagem de uma Lucy mais nova e ela adorava passar tempo nesses lugares.
— E se eu disser que essa imagem 'tá errada? – decidimos em qual íamos primeiro.
— 'Tô é?
— Não. – disse rindo e ele me acompanhou.
Passamos o dia de brinquedo em brinquedo e comendo as besteiras que eles vendiam ali. Por mais que eu negasse as coisas por conta da dieta, Natsu usava chantagem e isso me fazia aceitar. O dia foi tão divertido.
O plano dele funcionou perfeitamente.
Quase na hora de fechar, decidimos ir num último brinquedo: a roda gigante. Conforme nossa cabine subia, mais as estrelas prendiam meu olhar.
Já falei o quanto amo o céu estrelado?
Fiquei admirando aquela bela vista e não conseguia pensar em nada que não fosse no ótimo dia que tive hoje.
Sua mão pousou sobre a minha e depois nossos dedos foram entrelaçados. Ainda mantinha o olhar no céu. Senti um beijo no meu ombro e depois o peso da sua cabeça nesse mesmo lugar.
Sabe, às vezes me questiono se Natsu é real ou apenas uma ótima ilusão criada por mim.
Virei o rosto, dando de cara com sua cabeleira cor de rosa. Balancei o ombro para que ele levantasse a cabeça e me olhasse. Quando seus olhar encontrou o meu, sorri e o beijei com carinho.
É, ele é mesmo real.
— Obrigada, Natsu.
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Faltam 3 semanas... \o/
S
im, o estresse pode causar isso e muito mais.
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Apenas Um Mês... ou Talvez Mais! [Finalizada]
Roman d'amourApós sofrer uma grande decepção, Lucy sentia-se perdida e decidiu fugir da atual realidade. Queria um recomeço e encontrou não só a si mesma, como também um belo bônus. [REESCREVENDO]