Capítulo 6

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Boa leitura!

Kagami silenciosamente havia aceitado o pedido de desculpas da amiga, e fazia dela, literalmente sua companhia para andar pelo castelo, o que nos últimos dias consistiu em visitas a biblioteca, algumas vezes encontraram com Adrien pelo caminho e ele as acompanhava mantendo sempre uma conversa cordial com as duas. Ainda não tinha marcado nenhuma data específica para levá-la ao passeio que seu pai o fez prometer a mesa de jantar logo no primeiro dia.

Marinette apesar de perceber a leve distância que o príncipe parecia gostar de manter de Kagami, não falava nada, não falaria mais, aquilo só causaria discórdia entre as duas e ela era só alguém de fora, a última a ter algo a ver com aquilo. Então os dias seguiram-se iguais, acompanhar a princesa a biblioteca e depois conversar com Luka, Alya e da última vez Nino também estava presente no refeitório dos empregados na hora do jantar.

– Vamos a biblioteca. – Kagami disse repousando a xícara, após tomar seu café da manhã.

– Pelo amor de Deus, Ka! – Exclamou também deixando a xícara sobre a mesa. – Nós só vamos a biblioteca, esse lugar é enorme, vamos dar uma volta nos jardins.

– Estão cobertos de neve.

– Ainda assim possuem sua beleza. Você estabelece uma rotina e a segue automaticamente.

– Rotina significa ordem, é algo bom.

– Ai chega! Ih, garota ninguém te merece com esses papos, só eu estou aqui, podemos fazer algo fora da rotina para variar.  – Marinette levantou e puxou a amiga pela mão a levando em direção ao closet. – Pega aí teus agasalhos, que eu vou buscar o meu e vamos dar uma volta pelos jardins.

Marinette viu que a amiga ainda quis protestar, mas não deu atenção e seguiu para o próprio quarto, se deixasse elas ficariam nessa todos os dias até o final do mês, e sabia que a escolha era unicamente porque o caminho que elas faziam era o mesmo que levava para o lado que ficava o quarto de Adrien, ou seja, maiores chances de ocorrer o encontro, porém Kagami nunca admitiria o óbvio. Balançou a cabeça e colocou o pesado casaco, as luvas, cachecol e protetor de ouvidos, logo depois a Tsurugi saiu do quarto com uma cara contrariada, mas usando as roupas de frio.

Seguiram lado a lado, assim que pisaram do lado de fora, a Dupain-Cheng abriu os braços e respirou profundamente.

– Que saudades do ar livre. – Marinette piscou pra Kagami e saiu andando na frente, sabia que não deveria fazer isso, mas o humor azedo da companhia não combinava com aquele quadro branco mesclado com o verde das árvores, a luz do sol, era melhor que passar o dia dentro daquelas paredes. Desejou ter tempo para fotografar, capturar o momento.

Após alguns minutos de caminhada Kagami também começou a aproveitar o ambiente, mas sempre olhando para os lados, atenta, como se procurasse por alguém. Marinette suspirou.

– Ele deve estar ocupado.

– Quem? – Kagami fez-se de desentendida.

– Adrien.

– Príncipe Adrien ou alteza. – A correção a pegou desprevenida, já que Kagami nunca tinha feito questão de ser chamada de princesa, pelo visto a distância de status social era levada a sério quando se tratava do príncipe.

– Certo, me desculpa. – Marinette odiava como parecia se desculpar cada dia mais naquele lugar.

Elas continuaram andando até que se depararam com uma grande estufa, que ficava ao lado de trás do castelo, mais afastado, era enorme e os olhos de Marinette cresceram.

– Vamos lá! – Ficou tão animada diante a visão que puxou a princesa pelo braço, mas essa firmou os pés na neve e puxou o braço de volta.

– Já fizemos o passei que você queria, Marinette, não vou me enfiar em uma estufa por um capricho seu, com licença. – Sem mais uma palavra Kagami virou as costas e seguiu em direção a entrada mais próxima para voltar ao interior aquecido, deixando a Dupain-Cheng suspirando mais uma vez, seria um longo mês.

Marinette havia sido convidada a participar dos jantares, pelo próprio príncipe, logo no seu segundo dia ali, mas percebeu que isso não agradou Kagami, então delicadamente declinou então passava a refeição trocando "fofocas reais" como a Alya sussurrava para ninguém ouvir a forma como falava, ela era tão espirituosa, sempre tinha um comentário inteligente para tudo.

– Como foi o seu dia? – Alya perguntou assim que colocou o prato ao lado da nova amiga.

– Consegui fazer a princesa sair do castelo por 15 ou 20 minutos. – Marinette deu de ombros.

– Ela parece difícil.

– Nunca fomos muito próximas, os horários dela sempre foram muito rígidos, nos encontrávamos cerca de três vezes ao ano, mas sei que sou a única referência de amizade que ela tem.

– Como eu disse, parece difícil... – Alya deu uma risadinha antes de começar a comer.

– Eu não sei como ajudá-la, talvez eu esteja até mesmo atrapalhando já que não sou alguém que se encaixe nisso tudo.

– Com certeza você não combina com a realeza. – Césaire a empurrou com um dos ombros, causando risadas em Marinette.

🏰

Adrien entrou no quarto mais uma vez sentido o peso saindo, pelo menos um pouco, dos ombros. Todo hora do jantar agora era sufocante, a única pessoa que o mantinha ainda presente ali era Félix. Sabia que o pai logo lhe cobraria atitudes em relação a Kagami, e isso só o deixava mais frustrado pois não tinha pensado em nada sobre como falar com ela, como rejeita-lá, isso soava horrível já que eles nem deveriam ter nada para início de conversa. Passou as mãos no rosto, estava frustrado, só havia um lugar em que poderia relaxar agora e que ninguém o procuraria, puxou o pesado casaco que estava largado em um cadeira e saiu as presas.

A lua estava tão brilhante no céu, cheia, Marinette meio corria, meio andava em direção a estufa que tinha visto hoje de manhã, já deixou a lanterna do celular preparada, mas percebeu que o caminho era todo iluminado e bem cuidado. Tinha decidido visitar o lugar aquela noite, sabia que não conseguiria voltar ali durante o dia, estava sem sono então por que não?

A porta estava destrancada e abriu silenciosamente, o ar saiu de seus pulmões, o interior era tão lindo! As mais diversas cores, as flores, as plantas, já podia ver uma grande árvore bem no meio, mesmo que ainda distante, considerando o local. Ela andava por tudo encantada, queria tocar, mas tinha medo, tudo parecia tão delicado, sem perceber acabou escorregando em uma espécie de pá de jardinagem, acabou derrubando um pouco de terra no chão, olhou para os lados procurando uma vassoura pra limpar aquela bagunça.

Sem escolha, ajoelhou-se no chão e tentando juntar a terra com as mãos, sem perceber outro par de mãos se juntou as suas, quando levantou os olhos, Adrien estava sorrindo.

– Oi, Marinette! Dessa vez não foi em mim que você esbarrou, né?

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Tirei a história como concluída porque eu sei que tem quem não lê essas notas iniciais ou finais e isso pode acabar causando alguma dúvida, mas fica aqui o registro.

Um Príncipe do NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora