Andy Gonzáles se suicidou quando tinha apenas 19 anos.
Talvez assim não seja uma boa maneira de começar a falar sobre o amor da minha vida, mas durante 1 ano e meio eu só me lembrava dele assim: o garoto que tirou a própria vida.
Deixa eu recomeçar então.
Andy Gonzáles. 27 de agosto de 2000. Sevilha, Espanha. Filho de Marisa e Miguel Gonzáles.
Ele era um bom menino e os motivos que levaram a fazer o que ele fez eu não conheço, e se, em algum momento ele indiretamente tivesse comentado sobre, nunca percebi.
***
Eu, minha mãe e meu irmão tinha mudado para Califórnia em 2016 depois que meus pais se divorciaram. Meu pai sempre foi um imbecil que nunca tratou bem minha mãe, como as brigas eram constantes, só tínhamos paz na casa quando meu pai tava trabalhando ou quando tava com um amante loira aguada dele. Morávamos em Nova York e quando descobri que iria mudar. Eu apoiava o divórcio, eu queria que minha mãe tivesse uma vida feliz, que encontrasse um amor verdadeiro que realmente cuidasse dela, da forma que ela sempre quis e mereceu.
Depois do divórcio tínhamos ficado em Nova York, durante dois meses, morando na casa da minha avó esperando minha mãe conseguir encontrar uma nova casa para que a gente pudesse morar. Meu pai acampava na porta, chorava e implorava para voltarmos a morar com ele. Ainda bem que minha mãe nunca aceitou. Só assim entendi o quanto sair de lá nos faria bem.
Depois de mudarmos para a Califórnia, a vida ficou um pouco mais tranquila.
O emprego da mamãe tava ótimo, ainda estava de férias da escola e tudo estava indo muito bem.
Depois de duas semanas, uma família nova também mudou para casa ao lado. Era Andy com sua família. Eles vinham da Espanha depois que o pai de Andy ganhou uma promoção no serviço. Andy ao contrário de mim não parecia muito alegre em ir para uma nova cidade.
Lembro do primeiro contato que tive com o Andy como se tivesse sido ontem. Ele estava sentado na calçada em frente à casa dele quando eu "acidentalmente" joguei uma bola de futebol nele. Ele veio brigar mas quando chegou perto, ele travou assim como eu travei. Durante todo o tempo que passamos juntos, ele nunca admitiu que havia se apaixonado por mim naquele momento. Eu pelo contrário, sempre fiz questão de dizer que, aquele primeiro contato com ele foi a minha primeira experiência com amor.
Em setembro desse mesmo ano, iniciamos como aulas e eu e Andy íamos estudar na mesma escola. De início ele sempre deixou muito claro:
-Amizade Anne, apenas amizade.
Para mim já era tarde demais, já tinha caído nos encantos dele.
Andy entrou pro time de lacrosse da escola. Eu, pro clube de teatro. Ele era o atleta clássico atraente do time. Eu, uma nerd sem nada de muito sedutor. A popularidade dele crescia tão rápido, assim como o número de garotas que declaravam para ele por dia, mas ele nunca deixou de me buscar na porta da casa para irmos juntos para a escola e nunca deixou de me acompanhar no caminho de volta (exceto no dia que ele foi transar com a Victoria, mas ele pediu para um amigo dele para levar na porta de casa).
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As estações que vivi com você
Teen FictionAnne é uma jovem que depois que o grande amor da sua vida se suicida começa a ficar um pouco conturbada procurando entender quais razões levaram o belo Andy a tirar a própria vida. A insistência em achar respostas faz um sentimento de culpa desperta...