Um ano após a Colisão dos Mundos Star Butterfly vive seu cotidiano adolescente em Terra-Mi, junto do namorado Marco Diaz e de seus amigos mais queridos. Porém sua vida será abalada com a chegada de terríveis pesadelos e um sentimento de desconfiança...
- O que eu estou fazendo aqui? - Disse, e as águas enegrecidas bateram na altura das canelas, sujando suas botas vermelhas. O vento urgia vindo do Norte fazendo dançar furiosamente os cabelos de Star na tempestade. Ao passo que diante de seus olhos ondas e mais ondas caíam umas sobre as outras no horizonte tempestuoso de nuvens cinzentas. Esse lugar, ele foi destruído, é um sonho, pensou. No entanto, o frio aterrador das brisas violentas e as gélidas gotas de água acertando-lhe o rosto e pernas combatiam vigorosamente contra suas conclusões. Fechou os olhos com força e balançou a cabeça para acordar daquele pesadelo, mas ao abri-los outra vez viu-se ainda naquele lugar. - Qual é! Por que é que eu não acordo de uma vez?! Talvez um beliscão... Isso! Um beliscão! -Expôs um dos braços para fora do casaco azul e apertou com força até a pele ficar vermelha, tamanha força que os olhos se encheram de água - Isso dói muuuuito! Mas acho que estou acordando, já consigo sentir o meu colchão. Espera, isso! Se você precisa acordar de um sonho então durma nele! Mas e se eu entrar em outro sonho dentro desse sonho e... FICAR PRESA PRA SEMPRE?! Mas aí talvez eu caísse num sonho e isso não seria tão ruim e no fim... Não, não, não, foco Star, foco - Respirou fundo e balançou a cabeça, foi quando viu a luz brilhante pela primeira vez. - Aquilo é magia? Aquela... luz. - Ainda brilhava, longínqua. Algo na garota Butterfly ascendeu naquele momento, quase que lhe hipnotizando. Sentiu de súbito o desejo de segui-lá, como se a chamasse. Então ela se moveu.
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Ao passo que avançava os ventos ficavam mais fortes, quase que lhe arremessando para trás. Relâmpagos cortavam o céu e as nuvens convergiam numa espiral cinzenta. Por que é que eu estou fazendo isso? Pensava confusa enquanto seu corpo se movia quase que de maneira autônoma, passo a passo em direção a luz dourada, cada vez mais brilhante. Chegou tão perto que começou a ouvir uma voz, como uma melodia a cantarolar. As águas agora estavam mais agitadas e uma poderosa corrente seguia em espiral para o centro, para a luz. Sentiu dentro de si ainda mais pressa para chegar, foi quando as águas começaram a subir. Quando estava coberta até o umbigo começou a abrir caminho com as mãos, estava tão perto da luz que quase podia sentir o calor tocar-lhe o rosto. A voz erguia-se como um coro agora, imponente e belo. As águas empurravam-na para a luz, enquanto o vento tentava contra, ao passo que estava inundada quase na altura dos ombros. Já não pensava direito, só seguia em frente. Tão perto, tão perto, tão perto. A água lhe tomava até o pescoço e começava a acertar seus olhos fazendo piscar pelo ardor. Mas a cada piscada dada sentia dentro de si medo de voltar a abri-los e perder de vista a luz. Agora não conseguia mais manter os pés no chão, tamanho era o fluxo das águas. Avistou de relance uma rocha negra e nadou até ela, e rastejando conseguiu ficar de pé outra vez. Estava muito perto do epicentro da luz. Tão o suficiente que pôde avistar o centro, de onde emanava toda aquela luz. As águas ao redor mesclavam-se saltando do laranja ao dourado, semelhantes ao ouro. Giravam num vórtex ao redor da figura de capuz. Os ventos forçavam-na para trás enquanto acima de si relâmpagos e trovões soavam tremendos, embora ofuscados pelo coro da melodia. Cerrou os olhos e meteu um dos braços na frente do rosto para combater o vento. A pessoa encapuzada erguia as mãos para o alto e delas focos brilhantes saíam, mergulhando nas águas e fazendo-as brilhar como jóias. Enxergou ainda ao redor da figura uma pequena multidão em círculo, mal podia distinguir seus rostos, mas conhecia-as de outro lugar. - As rainhas de Mewni?! - Disse, chocada. Eram elas as vozes da melodia. Star olhou fixamente para a figura central, sentindo dentro de si uma ansiedade incomum. As rainhas cantaram ainda mais alto. Ao passo que a música aumentou as águas brilharam com intensidade e delas emergiu um poderoso feixe de luz, cortando as nuvens no céu. As águas do vórtex giraram com extrema velocidade ao passo que eram substituídas do negro para as cores dourado e laranja. A luz dourada ofuscou os olhos de Star a medida que o feixe de luz brilhou com intensidade. Ela podia sentir os ventos fortes e o calor emanando quase como uma forja, era magia. Magia fluindo como o pulsar do coração. Quando voltou a abrir os olhos as estrelas brilhavam no céu roxo azulado e as águas haviam todas se convertido em veios de magia que mesclavam o dourado com o lilás vivo. Era como estar no Reino da Magia pela primeira vez. Havia algo de diferente. Se abaixou para tocar as águas, quando foi surpreendida por uma onda de choque, como um empurrão do vento. Foi arremessada nas águas. Sentiu que a água estava invadindo sua boca e com força tentou lutar ali dentro, mas era como se estivesse nadando em cimento fresco, tão impossibilitada de se mover como estava. Tirou seu casaco na esperança de ficar um pouco mais leve, mas de pouco adiantou. Queria chamar por alguém, por Marco. Mas sua consciência se esvaía quase tão rápido quanto podia pensar. E naquele instante sentiu algo forte agarrando seu braço, puxando-a para fora. Emergiu desesperada por ar. Tomou tanto fôlego quanto podia, ajoelhada no chão enquanto cuspia para fora toda a água. - Você está bem? - Ouviu uma voz perguntar. Estava tão aturdida que não há ouviu bem, embora tivesse a impressão de soar familiar. - Bem, é claro que eu tô bem! Eu sou quase morri afogada - riu com nervosismo - mas eu tô ótima! Obrigada pela - olhou para cima - Ajuda... - Seu sangue congelou quase instantaneamente, suas pernas tremeram e seu coração se encheu de pavor. Não podia acreditar no que os olhos estavam vendo. - Toffee?! - Indagou perplexa ao ver o arqui inimigo diante dela, tão pasmo quanto a própria Star e ainda vestindo as roupas que usou ao enfrentar sua mãe, Moon.