Único; Café da cor dos seus olhos

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Hey babys.

Bom, da ultima vez que eu fui pra terrinha eu tive essa ideia dando os meus roles lá pelo centro da cidade do ERREJOTA. Fala sério, aquela cidade inspira todo mundo!

Fiquei matutando essa ideia por muito tempo na minha cabeça até que HOJE eu decidi escrever.

É só uma one pra desafogar a mente. 

Espero que gostem e desculpa os erros!



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Um relógio de rua na altura da avenida Nilo Peçanha marcava quase 38 graus nas proximidades do fim da tarde. 

Lúcia, que esperava o sinal abrir cansada, mirava para aquele número alto sentindo uma gota de suor atravessar dolorosamente as costas por dento do terninho de "futura advogada" da casa.

Tal como sua mãe costureira costumava lhe dizer sempre que saía do banheiro arrumada para ir trabalhar de manhã. 

O que era um fato. Ela seria a primeira pessoa, ou melhor, a primeira mulher a ter um diploma de graduação em uma família de mães solteiras.

Seria uma advogada trabalhista! Apesar de seu verdadeiro sonho, ser uma pintora famosa. 

Na verdade teve muitos sonhos, muita imaginação circulando a cabecinha de uma "garotinha" do subúrbio carioca, que estudava em colégios públicos, usava meia rasgada e ganhava aquelas bonequinhas primas das Barbies que sua mãe costumava comprar no Saara, ou no Mercadão de Madureira. 

Isso nunca a importou. 

Nunca teve problemas com as limitações que a vida lhe opusera, pela ausência de um pai que tinha ido embora quando era apenas um bebê.

Sua mãe, dona Vilma, costureira de mão cheia, trabalhava dia e noite para por o prato na mesa, garantir sua educação e  até mesmo um agradinho naquelas dadas comemorativas.

Dona Vilma enxergava nos olhos da sua menina, a força que a fazia trabalhar mais - ela a amava, era sua mãe perfeita. 

Lúcia nunca sentiu falta do seu pai, nunca tivera espaço para isso, mesmo nas festas de escola. 

Tudo que ela se tornou, a mulher que deu lugar à menina sonhadora sem abandonar seus sonhos, devia a sua mãe, era orgulhosa. 

Por tanto, era para ela e por ela que estava ali, em pleno centro da cidade do Rio de Janeiro, confinada num terno rosa que consumia sua pele de calor, pois aquela cidade parecia ter um sol para a cabeça de cada infeliz que morava ali.

Quando o sinal ficou verde, caminhou arrastando sua mochila de rodinhas trazendo consigo o notebook e o Vade Mecum na outra mão. 

Seu cachos esplendorosos esvoaçavam pela suave brisa que provinha da Praça Mauá, lhe trazendo sempre a saudade que tinha quando sentia o cheiro da maresia.  

No sábado, iria até o Arpoador, ou quem sabe na Urca. Poderia pegar uma barca e ir até Paquetá almoçar com sua mãe, quem sabe?

Nem era quinta feira e já estava fazendo planos para o final de semana! Acabou rindo de si mesma quando contornou a Rio Branco e seguiu em direção a Presidente Vargas para pegar o ônibus e ir para a faculdade. 

Estava tão quente.... olhou para o céu, era lindo. Tons de azul claro, escuro, laranja, pequenos pontos cintilantes pedindo lugar ao sol para trazer a noite. 

Logo logo seria 18 horas e toda aquela vasta via de prédios se encontraria no breu noturno.

 As ruas tomadas antes por trabalhadores que caminhavam de lá para cá, ganhariam os tons da boemia carioca, onde casais, grupos de amigos, estariam procurando por barzinhos para poderem conversar, namorar... bater um papo gostoso. 

Um troco para saber seu nome [ História Original ]Onde histórias criam vida. Descubra agora