Livre era o que eu mais queria ser e por muito tempo projetei minhas esperanças de liberdade nos meus relacionamentos.
Me libertar das dores. Dos traumas. Do labirinto que é a minha mente.
Sempre acreditando na cura que o amor me traria. É real que o amor cura mas não era nem um terço do remédio que eu precisava. Levei anos pra entender que a culpa nunca foi minha. Que eu não iria ter controle sobre aquela situação. que eu não tinha como adivinhar que aquela sensação ruim no peito no dia 1 de novembro, era porquê daquele dia em diante eu não seria mais a mesma. A dor de me perder veio antes da própria morte. E com o tempo reconheci que o autoconhecimento e o auto-perdão eram as coisas que faltavam. Lugares errados em horas erradas. Ainda que seja duro o processo de acordar e saber que isso um dia vai voltar a doer, como ir ao inferno e queimar por toda eternidade.
Mas dia após dia, me levanto com a sensação de resiliência. Depois de escalar montanhas para me encontrar, as respostas chegaram a mim de forma simples, como um fenômeno natural, como se época de chuva chegasse para lavar a minha alma. Daí em diante percebi que eu nunca desisti de mim. E essa foi a maior prova de que eu sou livre.
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VOLTANDO PRA MIM
ChickLitIsso é sobre os processos dar dor, da aceitação e da cura. Não necessariamente nessa ordem por acreditar que são sentimentos imprevisíveis. Expressei todas as coisas que um dia senti e ainda sinto, em momentos de lucidez e crises, como uma forma de...