é doce morrer no mar. #JEONGIN

fez sua cama de noivo no colo de iemanjá

é doce, é doce, é doce

quem vai à beira do mar, nunca mais quer voltar. caminho descalço, cansado dos saltos, pulando momentos, exausto do meu próprio descaso. sou água, pertenço ao mar. e o frescor salino que me incita, chama a mim com teu corpo cheio de curvas, quebrando-se e espumando à minha espera. estou à beira do mar, nunca mais quero voltar.

lágrimas são salgadas, então pertencem ao mar. sinto-me leve, áspero, entorpecido, cansado, exausto, cansei, enjoei. meu lar é o mar. é bonito, é bonito demais, meu deus. quando a onda bate na pedra e as ondas são cuspidas para a praia. o mar me incita, pois minhas lágrimas lhe pertencem. me querem.

o mar, quando quebra na praia, é bonito. é bonito demais, meu deus. meu corpo levita, ele me abraça. bem forte, gelado, violento. me abraça. fecho os olhos. a noite que não volto pra casa, é a noite que não volto pra casa. uma triste noite para eles. uma última noite para mim.

é doce morrer no mar. nas doces ondas do mar. saio de madrugada, não volto. é doce morrer no mar, com braços abertos. nas ondas verdes do mar, meu bem, estou a me afogar. fiz minha cama de noivo, nos braços de poseidon. saudades do meu cachorro, saudades da minha mãe. o coqueiro chacoalha-se, curva-se, despede-se de mim.

ondas vêm e vão, me puxam, empurram. hoje não volto pra casa. não volto jamais. é doce. sim, é doce deitar a cabeça, sentir o mar te levar, sentir a água invadir, sentir teu próprio desespero, o próprio peito ruflar. de braços abertos, entrego-me ao deus dos mares. minhas lágrimas estão em casa, salgadas e acompanhadas. 

é doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar. é corpo que desce. é alma que sobe. tão doce...

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obs: tive que adaptar
(e isso doeu, preferia
manter iemanjá mesmo).
obrigada, dorival caymmi.
só escrevi por escrever
e postei por postar.
escutem um pouco
da nossa cultura
também, amigos.
brasil é muito mais
que brega funk
e kondzilla.
bjos.