Won't You Stay With Me?

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-Louis?- indaguei ao telefone, ansioso.

-Oi Harry.. Podemos conversar?-perguntou Louis, em um tom um tanto quanto trêmulo.

-Eu estava terminando a lição mas... claro-respondi.
Levantei de minha escrivaninha e deixei o livro de ciências humanas aberto com dois marca-textos, um verde e um azul, em cima do mesmo. Caminhei em direção a cama com os pés no chão sem qualquer tipo de proteção, a não ser minhas meias brancas com bolinhas lilás que já estavam quase cinzas por andar tanto sem sapato. Era uma terça-feira, começo do inverno rigoroso típico britânico que todos pareciam amar menos eu. Isso explicava o quase choque térmico que levei ao sair de cima dos meus pés na cadeira e colocar os mesmos sobre o chão quase que de gelo.

-Então Harry- disse louis enquanto eu me sentava. Sua voz parecia mais doce ao que deitei.- Preciso ir direto ao ponto..

-Ponto? Que ponto Sweetheart?- era assim que eu o chamava, pois louis era meu doce.- Do que você está falando?

-Acalme-se My Love, não é nada demais- não conseguia definir se amava ou odiava ouvi-lo me chamando de "My Love." Talvez eu odiasse amar.- , é so que meu padrasto convenceu a minha Mãe..

-A convenceu de que?

Não por favor que não seja o que eu estou pensando que não seja o que eu estou pensando

-Vamos nos mudar para os Estados Unidos nesse inverno..

Merda. Merda! MERDA!
Naquele insante o meu corpo amoleceu, parecia que havia algo queimando em meu estômago e que as labaredas subiam até a minha garganta.

De hoje eu não passava.

-Harry..? Você ainda está ai?

-Louis William Tomlinson, como você consegue ser tão insensível?!-perguntei -Primeiro você diz que tem que chegar logo ao ponto, então eu pergunto o que é e voce me diz que "não é nada demais". Nada demais? Você realmente acha que a pessoa que eu mais amo estar se mudando para outro continente não é nada demais?

-Harry eu não.. -ele me interrompeu, sendo retribuído em menos de dois segundos

-"Harry eu não" o cacete! Você não acha que ao menos poderia me dizer isso pessoalmente? Porra Louis!-exclamei, com os olhos trasbordando e já sem sentir meu peito por conta da dormência causada pelas labaredas.

-Eu não conseguiria te falar pessoalmente, Harry.. Você me conhece. Eu olharia no fundo dos seus olhos e pensaria o quão precioso você é e em como eu nao quero te perder. Pensaria que sem você eu não sei viver, no quanto eu amo você e, então, nós dois cairíamos no choro.

-Bem a sua técnica telefonistica só evitou as lagimas de um dos dois lados. E não foi o meu. -Falei, desligando o telefone ao que centenas de milhares de lagrimas escorriam pelo meu rosto e manchavam meu moletom cinza. Não podia ser verdade, Louis me falara que seus pais pretendiam se mudar e isso era o que eu mais temia.

Passei mais uns 30 segundos encarando a tela do meu telefone até o mesmo bloquear. Me virei de bruços, antes conferindo se a porta estava fechada, então desabei com o rosto colado em meu travesseiro. Não podia ser verdade, não mesmo.

-x-

-Harry?- ouvi de longe uma voz me chamar-Levanta! Mamãe ja colocou o jantar na mesa.- Era Gemma. Sua voz soava calma e ao mesmo tempo agressiva quando me mandava levantar.

Gemma é minha única irma, quatro anos mais velha que eu. Pra falar a verdade ela era a única de sangue, pois Niall e Zayn eram meus meio-irmãos-meio-amigos. Ou melhores amigos quase irmãos.

-Hum..- grunhi enquanto abria os olhos. Era como um dia normal de uma semana normal na qual eu, que sou uma pessoa normal, nao tinha nada pra fazer e então cai no sono de calça jeans e tudo em minha cama. Até que em frações de segundos me lembrei que não era tão normal assim. Lembrei porque eu deitara ali e porque sentia meu rosto pesar. Lembrei o porque de mesmo sem saber, sentia falta de uma parte minha. Uma parte que havia sido arrancada mas de certa forma ainda estava ali. Louis.

Naquele instante senti meus olhos se encherem de lagrimas, então respirei fundo para que Gemma não me visse chorando, pois sabia que ficaria preocupada.

-Ande Harry. Hoje está frio e você sabe que em dias como este a comida esfria rápido. -suspirei e soltei um "ja vou" que soou como se eu acabasse de receber a pior notica que podeia ter recebido. E foi exatamente isso -Ei, o que aconteceu? Sua voz está meio cansada. Como se você tivesse acabado de acordar, mas voce nunca acorda assim.. Você esta bem?

-Não. Acho que peguei um resfriado, só isso.- respondi esfregando meus olhos contra o travesseiro para secar as lágrimas.

-Sendo assim o jantar é sopa. Aposto que vai ajudar com o problema do resfriado.

Gemma disse fechando a porta e saindo delicadamente, como sempre fizera.

Peguei meu telefone para checar se havia alguma mensagem, e havia.

"My love, vou passar na sua casa mais tarde para conversarmos melhor sobre isso. Umas sete horas talvez.
Fique bem, ou pelo menos tente
L xx"

Precisava ver Louis. Só ele podeia preencher o vazio que sentia afinal era a futura falta dele que mais me doía.

A View To A KillWhere stories live. Discover now