O Príncipe Do Tráfico

capítulo 23 (Revisado)

*Alexia:

Com os olhos cheios de lágrimas me despeço do meu filho. Abraço apertado a ponto dele dizer:

—Mamãe tá me machucando! –Sorrio, dou um beijo em sua testa e então entrego ele para Daniel.

Ele tenta me beijar, mas, viro o rosto.

—Vai realmente fazer isso Alexia?

—Eu não fiz nada. –Digo firme. —Você fez. –digo em tom acusador. —Se eu descobrir que você está levando alguma sem futuro para dentro da minha casa eu saio imediatamente daqui volto para o Rio e trago o Gabe comigo.

—Deixou de ser sua casa a partir do momento em que você nos abandonou! –Ele rosna.

—Eu não abandonei você, muito menos meu filho! Estou construindo um futuro bem longe do lugar que só me fez mal. –Digo e ele arqueia uma sobrancelha. —Você entenderia minha escolha se me amasse de verdade! –Uma lágrima solitária desce pelo meu rosto e a enxugo logo em seguida. —Já que você não me respeita, respeite pelo menos seu filho. Pra mim já deu! Vá embora de uma vez! –Digo. E beijo meu filho. —A mamãe vai buscar você tá meu amor?

—Xau mamãe. –Acena.

—Você está tornando as coisas complicadas Alexia.

—Vá embora! –Digo e ele obedece.

Dessa vez não há forma de segurar, choro a ponto de soluçar.

—Vem cá amiga, me da um abraço. –Debi aparece pelo corredor e eu faço exatamente o que ela pediu. Me jogo em seus braços chorando enquanto ela afaga meus cabelos.

***

—Eu vou sair Debi. –Aviso a minha amiga que está na cozinha aparece toda descabelada e suja de massa.

—Onde você pensa que vai menina? Vai ter geada hoje!–Eu dou risada da forma que ela falou.

—Eu sei me cuidar mamãe! Não sei que horas chego então não me espere.

—Onde você vai?–Dessa vez ela chega mais perto e coloca as mãos na cintura.

—Não sei. vou andar por aí... –Digo mesmo sabendo que minha mente já sabe o destino.

***

Ao me aproximar avisto ele no mesmo lugar que ontem. Ajeito meu gorro na cabeça e caminho decidida até a pequena multidão que se formou. De onde estou já da pra ouvir a música que ele canta.

—Havia um tempo em que eu vivia
Um sentimento quase infantil
Havia o medo e a timidez
Todo um lado que você nunca viu

Me aproximo mais tentando fazer com que ele me veja.

—E agora eu vejo, aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo
Se perdeu de mim

Quando consigo chegar na frente aceno e então ele sorri pra mim.

—E agora eu ando correndo tanto
Procurando aquele novo lugar
Aquela festa, o que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar

E agora eu vejo, aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo
Se perdeu de mim

E agora eu vejo, aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo
Se perdeu de mim

E agora é tarde, acordo tarde
Do meu lado, alguém que eu nem conhecia
Outra criança adulterada
Pelos anos que a pintura escondia

Agora eu vejo, aquele beijo
Era o fim, o fim
Era o começo e o meu desejo
Se perdeu de mim
E agora eu vejo, aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo
Se perdeu de mim

E agora eu ando correndo tanto
Procurando aquele novo lugar
Aquela festa, o que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar

E agora eu vejo, aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo
Se perdeu de mim

E agora eu vejo, aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo
Se perdeu de mim

Ele termina e as pessoas aplaudem. Ele recolhe o dinheiro e guarda o violão. Me aproximo e então ele sorri de novo —Que sorriso lindo...—Meu cérebro complementa.

—Você de novo? –Diz passando a mão pelo cabelo.

—Virei sua fã, não tenho mais o que fazer. A não ser apreciar o seu trabalho. –Digo brincando.

—Obrigado por ter gostado. –Sorri de lado. —Quer comer alguma coisa? –Vendo que eu estou titubeante ele continua. —Eu não tenho dinheiro na quantia do seu marido mas eu tenho meus trocados.

—Não. não precisa. —Eu cruzo os braços na tentativa de conter minha timidez, ok desde quando eu sou tímida? —Eu só preciso de alguém pra conversar. você tem um minuto?

—Claro!–Diz parecendo surpreso. —Vamos tem um parque ótimo por aqui.

***