Luz III
Felicidade.
Ela merece ser feliz! Ela merece colecionar sorrisos ao invés e lágrimas.
Meu coração se aperta ao vê-la comer um prato de comida em questão de poucos segundos, quase como se fosse a sua primeira refeição em dias. Durante o tempo em que ela ficou em cativeiro acostumei-me a levar comida para Hinata, fazia de tudo para que ela ficasse bem! Para que ela não se ferisse em momento algum, mas como era de se esperar eu não consegui isso com muita êxito, já que houve dias em que eles me entregavam Hinata com enormes hematomas em seus braços e pernas.
Mas o que mais me feria que ela ainda sorria para mim, puxava assunto e perguntava como ia o meu dia. Ela me proibiu de falar meu nome, de que eu me apresentasse para ela, que eu deveria somente contar o básico e nada mais! Fiz o que ela me pediu, contudo eu passei que a vigia-la cada vez mais.
Eu sou um delegado da polícia federal, sou um policial que honra a farda que veste, o distintivo que usa. Desde quando ainda era somente uma criança, alheia as maldades do mundo, sonhava em trabalhar para a polícia, tudo para ter um bom emprego. Ao mesmo tempo que eu treinava e estudava na academia, embora também focasse em meu curso de direito, meu sonho? Me tornar um delegado respeitado, queria levar honra para o sobrenome Uchiha, para isso eu me esforcei.
Limpo o canto de sua boca, como não tive tempo de lhe comprar nada eu acabei emprestado a maior de minhas camisas para ela. Já falei com a imigração, não sinto desejo de mandá-la para casa, já que pelo que pesquisei os pais nem ao menos deram falta dela! Não houve nenhuma denúncia ou qualquer coisa relacionada a ela na lista de desaparecidos.
Quase como se a família não se importasse com Hinata, como se eles não ligassem para o seu bem estar, se está viva ou não.
Suspiro pesado, estou cansado, desde que eu a trouxe para casa os meus superiores começaram a me ligar. Afinal o infame delgado Uchiha Madara pegou uma mulher para si! Ajudou a salvar uma prostituta que tinha a sentença de morte assinada. Para cumprir com um mandato e para proteger os inocentes eu faço o que posso para que eles não se firam, nem que para isso eu precise passar horas trancado dentro de minha sala.
Todavia Hinata me deu carta branca, passe livre para fazer o que quiser com ela, para que a matasse. A minha mão tremeu e o meu gatilho mental travou! Eu não conseguia mirar nela, não dava para matar a menina que ficou do meu lado durante cinco meses, meses que foram longos e intensos para a minha princesa.
Ela me deu mais do que prazer e informações, foi nos braços dela que eu encontrei o sentimento que havia perdido dentro de mim, ás vezes eu sinto que aquilo que faço para manter as pessoas segura é em vão, quase como se fosse algo inútil, um esforço repetitivo e falho.
Mas ao ver seus olhos brilhando falando de um passado a muito distante eu me sentia triste, pois eu sabia que assim que invadissem o local ela retornaria ao país de origem, forcei-me ao seguinte pensamento: Hinata não é minha, preciso deixá-la livre! Só que ao descobrir mais sobre a sua família acabei por mudar de ideia, já que em momento algum ela os citou ou disse que sentia falta deles.
Hinata se abriu bastante comigo durante o tempo em que agi como agente duplo, durante o tempo em que frequentei aquele lugar.
Passei cerca de um ano fingindo e enganando a todos naquele lugar, eles não deixam as mulheres se deitarem com qualquer um, isso eu aprendi na primeira semana em que fiquei naquele lugar. Somente aquelas que os agradam tem direito, não me orgulho do que fiz para ganhar a confiança deles e nem mesmo gosto de me recordar daquilo que eles fazendo com aquelas meninas.
Hinata foi só um "agradado", ela ainda era virgem quando eles me deram ela pela primeira vez. Ela usava uma roupa que arrancava lágrima de seus olhos, a maquiagem forte foi facilmente borrada, ela estava encolhida e escondida atrás de enormes cobertas, quase como se tentasse se fundir a elas, tudo para esconder a vergonha.
Foi quando a vi pela primeira vez; vê-la vestida daquele jeito, sendo forçada a algo extremamente desagradável, fez minha força de vontade e desejo de ver aquela maldita organização em ruínas aumentar.
— Hinata você deseja voltar para o seu país? — a questiono no momento em que ela termina de comer o resto do jantar que lhe servi. Seus olhos adquirem um vazio, quase como se não gostasse de falar sobre tal coisa.
— Não sei, meus pais dificilmente irão me querer de volta... então eu não sei o que fazer. — Sinto que ela irá chorar novamente.
— Ei princesa não chora! Eu só preciso saber, pois eu tenho que informar a imigração. — pronuncio sincero. — Você entrou no país em situação irregular, eu tive que cobrar alguns favores para que você pudesse ficar aqui. — toco em seus cabelos, meus dígitos dessem de forma lenta pelo seu rosto.
— Madara, eu não quero voltar pra casa... sei que não posso ficar aqui, mas eu também não quero voltar para o lugar onde nasci, sabe eu só quero poder recomeçar, só que eu ainda não sei como. — ela limpa a ponta do nariz, lágrimas estão a escorrer pelo seu rosto, como se falar do futuro a deixasse triste.
— Não chora! Eu vou dar um jeito, não se preocupa com isso agora. — Ela assente. —, por agora foque em se recuperar, pois nos assuntos chatos eu irei cuidar. Só descanse, pois eu prometo que ninguém irá tirar você de mim!
A pegou em meu colo, afago seus cabelos, enquanto, novamente, tento fazer ela parar de chorar, Hinata já sofreu demais, agora merece um pouco de felicidade. Não quero que ela me deixe da mesma forma que não deixarei ela partir, Hinata não é minha propriedade e sim minha responsabilidade!
Ela é só uma vítima... essa menina da sua forma se tornou a minha amada princesa! Minha princesa sem coroa ou vestido, a menina que faz com que eu me recordasse de meus valores.
Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos
E eu segurei sua mão por todos estes anos
Mas você ainda tem tudo de mim
My Immortal — Evanescence.
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Luz Negra
FanfictionTraficada fui obrigada a obedecer, forçada fiz de tudo para agradar aqueles que limitavam a minha vida, para sobreviver eu fiz o meu melhor para agradar aqueles que me tiraram a liberdade! Mas em meio a todo esse inferno eu o conheci, o homem que me...