Capitulo 13

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Aquele clichê de que a vida é um livro em branco e todos os dias escrevemos nossas histórias, o sentido para Emma era literal.

Tinha tanta coisa para falar daquele beijo, podia descrevê-lo de inúmeras maneiras diferentes em suas histórias, porém não queria colocá-lo em uma qualquer, queria colocá-lo naquela que falava sobre Regina. Era a que estava dedicando-se dia após dia para que todos os sentimentos que fazia seu coração sair do compasso estivessem devidamente representados nas palavras.

Um romance em que a personagem principal agora existia fora da sua imaginação.

Um beijo que agora seria descrito baseado em uma verdade absoluta. O beijo que escreveria em sua história era um fato.

A partir do momento que seus lábios se encostaram, ambas sabiam que seria difícil ou quase impossível voltar atrás. Era a forma mais sublime de expressar o que sentiam, era o ápice do que viveram até então. Entre todas as demonstrações de afeto, de paixão, essa era a mais desejada.

Emma colocou o livro em um lugar qualquer da estante que estava mais próximo para ter suas mãos livres, então pôde passar seus braços ao redor do pescoço de Regina, a qual tinha suas mãos firmes em sua cintura, colando seus corpos, deixando-a levemente inclinada para trás.

Todas as expectativas estavam deixadas de lado, aquele beijo ia além do que um dia imaginaram. Se havia sentimento, Emma sabia, não havia como dar errado e esperava que Regina estivesse pensando e sentindo o mesmo.

Seus lábios tocavam delicadamente uns nos outros, de modo que era possível suas línguas se tocarem e criarem sua própria harmonia. Era doce e com uma leve essência do vinho suave que tomavam segundos antes. Era delicado como Emma queria que fosse com Regina e como Regina queria que fosse com Emma.

Embora as mãos da morena estivessem firmes na cintura da outra, ainda era um toque com carinho.

Emma afastou levemente o rosto do de Regina, quebrando o contato de suas bocas. Ao perceber que seus olhos permaneciam fechados, admirou sua boca semi aberta e com um meio sorriso aproximou-se novamente.

Regina passou os braços ao redor da cintura de Emma, a abraçando, enquanto ela levou suas mãos abaixo dos seus cabelos curtos, a fazendo arrepiar.

Passou, por um momento, um pensamento possessivo pela cabeça da mais velha. Desejou ser a única pessoa que Emma beijaria a partir daquele dia. Seu beijo trazia a sensação boa e a possibilidade de se entregar a alguém de novo, mesmo com seus medos e suas próprias verdades.

Afastou-se centímetros de Emma e após um suspiro, abriu os olhos. A loira tinha a boca mais rosada que o normal e seus olhos brilhavam mais que a Times Square em época natalina. Um riso baixo escapou de seus lábios e balançou a cabeça. Suas mãos subiram ao rosto de Swan, deixando seu polegar à altura de sua bochecha, permitindo o carinho.

— Você é tão linda, Emma.

Não esqueceu da timidez que era uma característica inegável da outra e ela se provou quando Emma abaixou o olhar e negou com a cabeça de forma quase imperceptível.

Regina a trouxe mais perto e levantou seu rosto com o dedo em seu queixo. Passou a ponta do nariz na pontinha do nariz de Emma, deixando um beijinho ali em seguida, fazendo-a sorrir. Beijou cada lado do seu rosto, sua testa, seu queixo e, por último, deixou o que julgava ser mais importante.

Os olhos de Emma tinham um poder absoluto sobre ela. Era onde suas almas tinham acesso à outra. Era onde enxergava quem ela era de verdade.

Eles brilhavam para si.

Então, por último, quando Emma fechou os olhos, ela os beijou.

— Venha, tem mais vinho. E acredite se quiser, tem mais livros — Regina sorriu e segurou a mão de Emma, a levando até o centro da sala. A loira sentou-se no tapete, seguida por ela.

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