À primeira vista

À primeira vista 1°

1885-New Orleans

"Toda vez eu à via passando por aqueles corredores com aquele olhar calmo e sereno, quando ela passava por mim, era automático que eu virava o rosto de cara fechada, ela não podia chegar perto de mim..."

A moça estava passando pelo salão com seu vestido cor de vinho, com sua traça embaraçada, ela estava agoniada com aquele rapaz que virá no outro dia, mal chegou em Nova Orleans e achava ele tão familiar, mas como ? Onde poderia ter visto ele? Impossível.
Cada vez que ficavam próximos, seja nos corredores, no salão ou pátio, só alimentava mais a ideia de Ellen, ela precisava investigar.

Estava uma manhã ensolarada, e eu estava na parte da jardinagem, quando o vi passar, rapidamente me aproximei.

-Olá, eu queria lhe perguntar algo.

Ele se virou e por um instante parece que gelou, mas logo depois fechou a cara e disse:
-Oi, não estou para conversas hoje, desculpe.
E se virou e foi embora, não entendi nada, parece que eu tinha feito algo de ruim?

Dias se passaram e eu não conseguia resistir mais a ele, até eu fui ao seu quarto, ele abriu a porta e me deixou entrar.

- O que você deseja? - Ele perguntou

-Olha eu sei que lhe conheço de algum lugar e você também sabe disso, me diga a verdade, por favor!

- Eu queria que fosse fácil assim, mas não é , fique longe de mim, por favor,estou pedindo, vou embora amanhã então não precisa ficar pensando nisso,não vai mais me ver.

Me aproximo dele, ficando bem próximo, próximo o bastante do seu rosto.

- Não sei como explicar mas, eu acho que te amo, e quando lhe vejo, parece que lhe conheço a mais tempo do que o real- Toco no rosto dele, ele parece se acalmar.

- Você é tão linda e eu te amo mais do que tudo, mas eu não posso, não, não posso.

Continuo a olhar pra ele, e vou me aproximando, vou aproximando meu rosto ao dele e o beijo, o beijo era tão macio tão bom tão familiar...

Ele olha pra ela com o maior sorriso no rosto achando que o pior na estaria para vir, quando ele se vira para pegar um lenço
Vê Ellen começar a brilhar e do nada começou a brilhar tanto e tanto, que não havia mais nada além de cinzas, não a via mais a sua frente, ela estava morta.