Capítulo 15

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  Deitada na cama, descoberta e com um sorriso malicioso, que salta na escuridão. Maria via Pablo sair das sombras, com o olhar que ilumina todo ambiente e com o corpo todo nu. Maria volta a sentar a beira da cama, enquanto ele, parando em sua frente, com a cintura quase colada em seu cenho, afaga sua cabeça.
  - Sabia que vinha.
  - Eu estive aqui o tempo todo, aguardando você contar essa história para sua amiga.
  - Eu sei. Então viu que eu fiz de tudo para que ela desistisse de ouvir. Tentei fazer daquela história a mais entediante o possível, mas a curiosidade dela parecia que aumentava a cada vírgula.
  - Pelo visto ela estava esperando o segundo e o terceiro ato. Que pra mim são os melhores. Principalmente o terceiro.
  - Porque será que isso não me causa nenhuma surpresa? Ah tá! Lembrei. Foi porque você literalmente gozou ao cumprir a missão.
  - Não vou te mentir que foi bom, mas você sabe muito bem que eu não queria. E que foi você, sabendo que eu era mais um bobão manipulável na época, que me seduziu com as promessas que você nunca cumpriu, diga-se de passagem.
  - Deixa de ser rancoroso. Você está na minha frente, sem nenhuma peça de roupa e fica falando de passado ao invés de me dar prazer. Esqueceu que sua missão aqui é me fazer pecar e não se lamentar.
  Maria se deita sedutoramente na cama e mais uma vez levanta o vestido para a aproximação do seu anjo caído. Que por mais uma vez se deita sobre ela e sussurra luxurias em seus ouvidos, provocando arrepios profundos, humidades e contrações corporais fortemente prazerosas, até atingir o esgotamento total de suas energias e pegar no sono.
  - Tenho que dar o braço a torcer. A terceira parte, independente dele ter se deleitado ou não, foi muito mais relevante para que a roda da vingança girasse de uma forma significativa. Por mais que você não tenha perguntado, a segunda história, se eu ficasse sabendo, que não serviria de nada, nunca na minha vida teria posto em prática. Mas infelizmente só obtive a informação depois, bem depois do ocorrido.
  Desde a primeira vez, tive a impressão que os olhares de admiração da minha tia para cima do Pablo, quase a denunciava. Mas só tive plena certeza, quando, num dia desses em que estávamos na piscina curtindo um dia de sol e percebi que os olhares desejosos sobre o corpo do meu namorado não era somente o de Felipe.
  Eu na minha infantilidade e sentimento de posse, tentava esconder seu corpo o abraçando, porém quando a ficha realmente caiu, pude ver a arma perfeita que ele poderia ser.
  Liguei para ele só avisei que ele finalmente participaria ativamente da minha vingança. Expliquei todo plano, mas ele não acreditava como poderia fazer com que minha tia traísse, já que ela era muito dedicada à família.
  Pedi para que ele não se preocupasse com esse detalhe, pois o ajudaria e o orientaria em todas as situações. Mesmo que incrédulo, sendo regado com bastante sexo, ele aceitou o desafio. Começou a frequentar mais a minha casa e minha piscina, principalmente quando meu tio estava ausente.
  - O importante Pablo é você estar sempre perto, nos momentos em que ela precisa, mas não ser grudento. Temos que ter a precisão de um cirurgião.
  - Mas e o Felipe? ... Ele sabe que...
  - Não! E nem precisa saber. Senão pode colocar tudo a perder. Você sabe o quanto ele gosta dela. E ele vai fazer de tudo pra proteger a mãe.
  Enquanto Pablo olha para ela com o olhar interrogativo, Maria explica que o primo não se ligaria, enquanto ele tivesse com os olhos colados em seu corpo, seus sorrisos e toques.
  - Me deixa ver se eu entendi... Você quer que eu seduza sua tia e flerte com o seu primo ao mesmo tempo?... Vai faltar só o seu tio, você não quer que eu tente? Vai que eu tenho mais sorte que você?
  - Adoro essa sua ironia. Fique tranquilo, você sabe que vai ser muito bem recompensado.
  - Maria você sabe que gosto muito do que me dá. Mas quero que saiba, não é só seu sexo que me prende a você. Estou contigo nessa, porque acredito que apesar desse desejo de vingança, você tem muita coisa que pode construir ou construirmos juntos futuramente.
  - Construir o que?... Esqueceu que ele acabou com que os meus pais deixaram pra mim enquanto tutor? Que descobri tudo quando resolvi sair de casa, dizendo que iria morar no que era meu... Hoje eu sou herdeira de nada.
  - Mas eu ainda sou herdeiro do meu pai. Depois da sua vingança, você pode se tornar minha esposa... O que acha?
  Diante aquele pedido, juro que fiquei balançada. Mas aceitei a proposta, só para que ele pudesse continuar junto comigo nessa empreitada. Ele abriu um sorriso, como disse, ele era ingênuo, não percebendo o real motivo.
  Esperamos um tempo considerável, para baixar a poeira depois da primeira tentativa das fotos. Após as coisas se acalmarem fomos com tudo para a conclusão do plano. Quase todos os dias da semana, ficávamos na piscina, com ele sempre desfilando sem camisa e de sunga de praia e quando o dia era chuvoso ficava sempre sentado no sofá, usando só um short largo, horas assistindo TV, horas jogando game com a gente.
  No início ela se manteve distante, vindo de vez em quando na beira da piscina. Às vezes pegava sol, no lado oposto onde ficávamos. Vestida com um maiô comportado, que cobria quase todo o corpo, sempre com uma saída de praia amarrada na cintura, com sua taça de prosecco na mão, deitava na espreguiçadeira e ficava de longe olhando, como se ninguém tivesse vendo. Ao menos eu e Pablo percebíamos. Tanto que, tendo esse conhecimento, pedi para que ele fosse nadando até ela e fizesse um elogio, simples e voltasse.
  A vi de longe abrindo um sorriso enquanto mexia no cabelo e no pescoço. Ali percebi que o veneno já havia sido tomado. Passaram uns cinco minutos ela se levantou, fazendo questão de passar por nós, um pouco mais solta e rebolativa de que quando havia chegado, olhou rapidamente para Pablo, tentando ser discreta e saiu. Curiosa fui perguntar a ele, longe de Felipe, o que havia falado para que ela abrisse um sorriso tão largo.
  - Fui sútil como me pediu. Falei que se eu fosse um pouco mais velho a mulher que estaria namorando seria outra que está aqui na piscina.
  Arregalei os olhos, surpresa com sua ousadia e ainda mais com a aceitação da minha tia, feliz que o plano estava indo mais rápido que imaginava. Até ouvi-lo gargalhar. Meus olhos ficaram vermelhos de raiva, então comecei a bater nele.
  - Calma meu amor, estou só brincando.
  Esse meu rompante chamou a atenção de Felipe, que curioso, veio se juntar a nós no meio da piscina.
  - Ta batendo no bofe porque amore?... Coitado, vem cá com a mamãe bofinho, que mamãe vai te proteger. Me diz prima, qual é do babado?
  Como sempre fui péssima em desculpas, gaguejei, busquei uma qualquer e lancei. - Esse cachorro tava olhando pra sua bunda, por cima do meu ombro, enquanto me abraçava... Safado!
  Os olhos dos dois se arregalaram com o que eu disse. Meu primo corou na hora, ficou rosa o coitado enquanto Pablo sacava um sorriso amarelado ao lembrar que o trato era também flertar com Felipe para que ele não desconfiasse. Meu primo oferecido como sempre, passou o resto do dia praticamente esfregando a bunda na cara do Pablo. A minha raiva passou rápido ao ver que quem estava sofrendo agora era ele, com meu primo.
  - Desculpe acabei divagando, por causa desse momento. - Pablo me disse depois, que apenas deu um bom dia e a convidou para nadar. Ela falou para deixar para outra hora. Ao menos foi o que ele me disse.
  Com o tempo minha tia foi se aproximando cada vez mais. Sempre com uma desculpa para estar perto como, petiscos, sorvetes, lanches, refrigerantes, sucos e até bebidas alcoólicas. Meu primo estava amando a proximidade da mãe, vê-la sorrindo e se divertindo ao invés de se entupindo de remédios, lhe dava uma alegria imensa. Tanto que nem percebia os toques audaciosos que dava no corpo de Pablo, beliscos e tapinhas como se fossem brincadeiras inocentes, passavam despercebidos por ele.
  Pablo, com uma tensão sexual elevadíssima, me dizia que era hora, alegando que qualquer coisa que ele fizesse ela cairia.
  - Como sempre pensando com a outra cabeça. - desculpe a analogia meu amigo. Mas você, mais até do que eu sabe. Homens excitados só pensam numa coisa. - Você vai aguardar ela tomar a iniciativa, só depois disso que vai fazer alguma coisa, entendeu. Já estamos quase lá e você tá querendo estragar tudo, pensando que seu sexo é o melhor do mundo.
  Depois disso o levei para o meu quarto para me desculpar pela forma que o tratei, da forma que ele mais gostava. Meia hora depois estávamos de bem, relaxados no sofá da sala assistindo a um filme junto com minha tia e Felipe. Que não tiravam os olhos do volume no short de Pablo.
  Bem... Semanas depois, sabendo que meu tio ficaria fora por um final de semana, por causa de uma viagem de negócios, sei lá, inicialmente não me interessei, minha tia perguntou diretamente ao Pablo, se ele gostaria de passar o final de semana que viria, com eles, já que Altair estaria ausente, e o problema de se esbarrarem não iria existir.
  O pedaço de peito de frango que tinha acabado de colocar na boca emperrou em sua garganta com aquele convite, tanto que ele teve que tomar água, para que pudesse descer antes de responder. - Não acho que meu pai se incomodaria se passasse uns dias aqui. Então porque não aceitar?. - impulsivo como sempre, todo excitado pelo convite, ele teve a ousadia de propor um brinde. - "A ligações mais profundas". - Brindamos com os nossos sucos. Todos riram, mesmo sem entender muito bem o que ele queria dizer com aquilo. Quer dizer todos entenderam, mas ignoramos.
  - Você, minha amiga, deve estar pensando. Esse bando de gente não fazia nada pra ninguém ou pra vida. - Nós já tínhamos terminado o segundo grau, fazíamos um cursinho, para dizer que nos ocupávamos, mas faltávamos mais que íamos. Não, não estávamos preocupados com o nosso futuro, pois éramos ricos. Eu mais indiretamente, pois meu primo nunca me deixaria passar necessidades.
  - Bem, voltando ao assunto mais uma vez. - Sexta feira chegou, levou meu tio, escondeu meu primo por alguns instantes, trouxe Pablo, que chegou por volta de meio dia, com uma mochila nas costas, com poucas peças de roupa e revelou a ousadia reprimida da minha tia, durante todo esse tempo.
  Antes mesmo de irmos para o quarto arrumar as coisas dele e trocar de roupa, para poder curtir o sol e a piscina, minha tia saiu da cozinha, com uma taça de champanhe na mão, já aparentando uma leve embriaguez, vestindo um biquíni minúsculo, que hoje ouso dizer que deixaria muito fio dental se achando calçola. Cruzava a sala quando parou na nossa frente, sorriu para Pablo, flertou com ele na minha cara na maior cara de pau.
  - Pensei que não fosse chegar, a família toda já estava morrendo de saudades. Meu filho esta até chorando. - piscou o olho e complementou. - Estou aguardando vocês lá na piscina, preparei uma festa maravilhosa para nós. - e saiu andando.
  - Sua tia tem o corpo lindo! - Foi à única coisa que ouvi de Pablo antes de deixar ele para trás e correr para o quarto do meu primo. Chegando lá pedi para que Pablo, que veio atrás de mim, fosse se vestir, para que eu ficasse a sós com ele, e ver o que estava acontecendo, apesar de já desconfiar do que seria. Não bati na porta, saí entrando, assim que Pablo entrou em meu quarto.
  - Oi Felipe, minha tia disse que você estava chorando. Vim correndo ver o que aconteceu.
  Mesmo com os olhos ainda avermelhados pelo choro, ele desmentiu minha tia, falando que nada havia acontecido.
  - Meu tio te bateu de novo? - Perguntei antes que me faltasse coragem mais uma vez.
  - Mona. Me erra com esse assunto. Vai pro seu quarto se arrumar, que hoje o dia promete.
  Foi me empurrando para fora do quarto, tentando disfarçar a tristeza e bateu a porta na minha cara. Então corri para o quarto, pedi para que Pablo, não fosse com muita sede ao pote, que mantivesse a calma que tudo iria fluir. Ele me perguntou sobre meu primo, mas resolvi adotar a versão dele, de que não tinha ocorrido nada. Nos arrumamos rapidamente, Pablo com a sunga de praia mais apertada o possível, servindo de isca para atrair mais facilmente à predadora e eu com um biquíni bem discreto, para não tirar o foco da presença da minha tia. Batemos na porta de Felipe, avisando que estávamos a caminho. Ele pediu para que fôssemos na frente que logo estaria conosco.
  Mal chegamos a lateral da sala, minha tia já caminhava em nossa direção, com um sorriso e olhar ébrio, abrindo os braços, gritando sua ansiedade pela demora a se juntar a ela. Me abraçou como se fosse à primeira vez que havia me visto na vida, em Pablo como tinha previsto, seus olhos permaneceram fixos na linha da cintura desde o momento da visualização, parando somente para dar um abraço, que parecia querer se fundir com ele ali mesmo. Só o soltou ao ouvir a voz de Felipe, que gritava para ela por uma música, pra que todo mundo soltasse a franga. - Nossa mãe, que arraso!... Tá safadinha hein.
  Minha tia, com a cara rosada, não sei se por vergonha ou pelas doses cavalares de prosecco que tomava, virou e foi em direção à piscina.
  - Porra mãe, isso é muita covardia. Eu crente que iria arrasar com meu maiô e me vem você com essa humilhação?
  Débora vira a cabeça e com um olhar provocante, pisca os olhos e manda um beijo, mas ao invés de ser para o filho, foi na direção de Pablo. Felipe olhou a direção, mas logo esqueceu daquilo tudo ao ver a sunga de Pablo tão apertada, que mostrava todos os detalhes de sua silhueta.
  - Pablito, ui! Já falei com você hoje!
  - Tiro pela culatra. - Disse Pablo para mim.
  - Amore de cu... latra eu entendo bem. - brincou, fazendo um trocadilho.
  Dei uma pequena trava no meu primo, avisando que eu ainda estava ali. Se afastou sorrindo, mas antes que dissesse algo, minha tia gritava da piscina para que fossemos ver o que ela tinha preparado para nós.
  - Vamos, que hoje mamis está com a corda toda... Toda soltinha a coitada. O que a distância do traste não faz.
  - É... Faz bem para todos.
  - Concordo com você Pablo. Agora você pode ir na frente, pra eu poder olhar essa bundinha linda? - e nem vem prima que olhar não tira pedaço.
  Enquanto Pablo, mais de olho na minha tia do que querer mostrar seus atributos para o meu primo foi à frente, aproveitei o momento descontraído para perguntar por que ele não aproveitava aquele momento em que sua mãe estava mais aberta para contar sobre as surras que teu pai lhe dava.
  - Prima para de viajar e inventar coisas, já te falei que não está acontecendo nada.
  Me deixou falando sozinha e correu para o lado de Pablo com seus flertes sem efeito. Me juntei a eles e fomos ver o que minha tia tinha planejado para nós.

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