A Escolha do Diabo - I

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- Você é uma aberração, não consigo acreditar que és minha cria. - A mãe de Alexandre criticou pondo uma mão na testa decepcionada e aborrecida.

- Não deveria fazer todo este drama só porque não quero ir á igreja. - O garoto respondeu-a entendiado cansado pelo o que houvia todo dia.

Saiu de casa com a mochila em suas contas. Estava indo para a escola com a cabeça baixa e o capuz de seu costumeiro moletom sobre a cabeça, e mesmo sem poder olhar as pessoas sabia que elas murmuravam sobre ele.

Alexandre morava numa vila pequena. Todos ali se conheciam e todos ali sabiam o quanto ele podia ser estranho, algo que nem o mesmo entendia o por quê exatamente. E daí se ele não queria ir a igreja ou se não era fã de Deus?

Alguns minutos depois foi retirado de seus pensamentos pela sua melhor e única amiga, Jane. A qual lhe apoiava quando nem mesmo sua mãe fazia.

- Alex? - A loira o chamou, o qual logo parou de observar o chão e passou a fitá-la atenciosamente.

- Ah, sim. O que foi? - Perguntou. Mal sabia se ela estava lhe chamando a minutos ou se ela só havia lhe chamado agora.

- Melhorou a relação com a sua mãe? - Indagou Jane curiosa. Se importava muito com o amigo e sempre estava o apoiando nos momentos tanto bons, tanto ruins.

- Não continue me fazendo a mesma pergunta todos os dias se já sabe qual será a resposta. - O garoto falou friamente começando a entrar na escola sendo acompanhado logo ao seu lado pela amiga que suspirou profundamente.

Enquanto conversavam no pátio da escola apenas aguardando ao início das aulas, poderam avistar três pessoas aproximando-se e logo reconheceram quem seriam aqueles três.

Elena, Gabriel e Vítor. Eram aqueles três os quais faziam questão de atormentar Alexandre a cada dia de sua vida.

- Demônio...Ainda não te queimaram na igreja? - Gabriel zombou rindo logo após juntamente à Elena e Gabriel. A risada deles definitivamente parecia ser forçada e idiota por rirem de algo tão ruim.

- Deixa ele, Gab. - Jane pediu se colocando a frente de Alexandre que apenas observava a situação de sempre se repetir, aquilo nunca parecia ter fim.

- Jane, querida... - Vítor passou a se aproximar da garota pegando uma mecha do cabelo loiro da mesma e a enrolando em seu dedo. - É sério que tá defendendo esse demônio?

- Não chama ele assim. - Pediu a mesma se afastando e batendo contra o peitoral do amigo enquanto andava para trás sem ao menos perceber.

- Você é fraca e ingénua, igual ao seu amiguinho demônio. - Elena falou rindo junto com os dois amigos. - Vamos gente, não queremos ficar perto de um demônio e uma fraca, não é mesmo? - Ironizou logo após saindo sendo seguida pelos amigos que riam de maneira ieritant igualmente a ela.

- Eu já disse para você parar de me defender, sua palavra não faz diferença para eles. - Alexandre lembrou a fazendo virar de frente para si.

- Não importa se faz diferença ou não, esses babacas deveriam queimar no fogo pelo o que fazem e não você. - Reclamou bufando fazendo o amigo sorrir com a sua atitude.

- Na verdade, ninguém deveria queimar no fogo, eu acho. É uma punição severa demais. - Opinou o garoto.

- Seria ótimo se as coisas fossem assim, mas além de ser padre, o Senhor Santos também é o prefeito da vila, ele decide tudo e ninguém ousa competir contra ele em  nenhuma das votações, a verdade é que ele é quem deveria queimar... - Antes que pudesse terminar de falar, a loira ouvirá uma tosse forçada e reparou que todos no pátio a observavam. Quando se virou, ficou em frente ao próprio padre. - Ah...

- Aonde acha que eu deveria queimar, Senhorita Rodrigues? - Questionou o homem com seu semblante desafiador e maldoso, mas que para muitos dali seria um semblante angelical e esperançoso.

- Em lugar nenhum, padre Santos... - Respondeu-o de imediato.

Costumava ser assim quando alguém falava mal dele. Ficavam com medo e não conseguiam terminar a frase por medo de serem queimados ou punidos de alguma outra forma, o que geralmente era raro de se acontecer.

...

Alexandre voltava para casa sozinho, normalmente seria acompanhado por Jane até sua casa, mas hoje ela teria de ir à um lugar antes e só depois voltaria para casa. Havia pego um um atalho por meio de uma floresta. Estava de dia mas era só você adentrar ela que pareceria uma noite sombria típica de um filme ou uma história macaba de terror.

Enquanto andava, sentiu pisar em algo quase que tropeçando no chão. Abaixou-se para ver o que seria e encontrou um livro com símbolo estranho na capa. Estava empoeirado, porém provavelmente era possível de se ler. Abriu o livro e passou a ler curiosamente cada página. 

Talvez alguns pensariam : " Melhor voltar logo para casa, esta floresta não traz um bom pressentimento ". Alexandre era diferente, pouco se importava em relação a aparência da floresta, para o mesmo ela trazia uma paz. O garoto se encontrava sentada no chão enquanto folheava o livro página por página, demoraria bastante para terminar pela grossura do objeto.

Algum tempo já havia se passado e começou a sentir fome. Finalmente decidiu levantar-se do chão e ir logo para sua casa carregando o livro estranho e curioso com si dentro de sua mochila, estando escondido.

Pobres humanos, tudo o que vêem querem saber e no final, possívelmente acabam sofrendo as consequências que jamais poderiam imaginar.

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⏰ Última atualização: Apr 07, 2020 ⏰

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