No outro dia, quando Sue despertou ao ouvir uma batida à porta, por um instante não soube onde estava. Esfregou os olhos preguiçosamente e prendeu uma respiração ao sentir dor na coluna: havia dormido no sofá do escritório e havia papéis jogados ao chão. Ainda soava esta batida à porta e a mesma parecia aumentar cada vez mais. No instante em que desviou o olhar para um relógio que estava posicionado do outro lado da sala, se deu conta de que era a hora que costumava já estar na editora. Não poderia se surpreender se um dos assistentes estivesse do outro lado da porta tentando ser convidado para entrar.
- Um momento – Disse Sue com a voz sonolenta, os cabelos bagunçados e a roupa amassada. A mesma roupa do dia interior. O que diabos iriam pensar dela? Que havia passado a noite ali? Também havia alguns sanduíches em cima da mesa, copos de café. Uma verdadeira zona. Até mesmo ela se perguntava o que havia acontecido.
- Já estou indo – Disse um pouco mais forte desta vez. – Quem é?
Do outro lado, a voz de George soou. Era quase como uma ironia do destino ser George aquele a busca-la nas primeiras horas da manhã. Gostaria de dizer que não o atenderia, mas...
- Um segundo, já estou indo e... – Ao colocar desajeitadamente o terno de sua blusa formal amassada, prendendo o cabelo em um coque que permitira alguns fios de seu cabelo cair desajeitadamente, Sue demonstrou um sorriso ao abrir a porta e se deparar com um George que não pôde evitar a olhar estranho, indagando:
- Bom dia? Está tudo bem?
- Sim, está tudo bem. Claro. Entre. Vamos.
George manteve-se desconfiado. Sue não estava agindo normal. Havia algo de estranho na maneira como estava se movendo até dar-se conta de que ela estava usando a mesma roupa do dia anterior. E a bagunça que se encontrava em sua mesa. E os papeis no chão. Se parecia muito como se...
- Sue, você passou a noite aqui?
- Eu? Não. Claro que não. Eu apenas...
- Está com a mesma roupa do dia anterior, a mesa está uma bagunça e esses papeis no chão... – George se aproximou de um destes e o tomou em mãos, arqueando a sobrancelha, e, por fim, voltando a encarar uma moça que estava levemente corada.
- Você leu a história, não leu?
- Sim, eu li.
Sue não se demorou em confessar algo que era um fato. De qualquer forma, sentiu que não precisava causar uma confusão ao redor daquilo. Não chegara a concluir as últimas páginas que restava, porém, o que lera fora o suficiente para sentir como se houvesse algo muito forte ali – além da familiaridade com a história.
Nada daquilo poderia ser uma coincidência, poderia?
- O que achou? – Perguntou George curioso, sentando-se agora no sofá com todas as folhas em suas mãos, passando os olhos empolgados uma a outra, deixando Sue perceber o quão feliz estava. – Diga que você percebeu que há um amor selvagem entre as personagens. Algo de época e ao mesmo tempo tão moderno.
- É o que você acha? Sobre a história?
- Você precisa concordar que é um casal que se ama, porém, não pode juntos devido a um destino um tanto quanto, hum, injusto. Eu não sei. Mas há algo sobre este amor proibido que faça torcer para que fiquem juntas para sempre. Ou se encontrem em algum caso pós a morte.
- Você acredita em segundas chances, George?
- Quer dizer em um pós a morte, não?
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Only hope afterlife
FanfictionAtravés dos anos o universo está destinado a unir duas pessoas. Através dos anos o universo está destinado a separar duas pessoas. Havia somente este universo e este está determinado a por em teste dois corações que sempre encontravam um caminho de...