Turbilhões

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Conheci o homem da minha vida no colégio. Vestia um casaco preto cheio de pelos e usava um allstar vermelho.
Antes dele não havia sentido o amor, era nova, tinha meus 14 anos, naquele momento tudo era novo, os homens, as mentiras, o álcool, as sensações.
O homem da minha vida tinha a mulher da vida dele, deixei no canto o querer por ele, não gostava de pensar em tomar o homem da vida de outra mulher.
O homem da minha vida outrora não era mais o homem senão o seu próprio, só dele, sozinho por fim. Acho que havia entendido o meu gostar pelo mesmo depois do fim de seu amor de vida.
Um dia no colégio saímos mais cedo, eu e o ele fomos a uma espécie de parquinho infantil, na verdade como crianças brincavam naquela joça!? Nem lascando eu criança iria gostar daquilo. Nesse dia no parquinho sem sentido eu ouvi a risada mais linda do mundo inteiro.
Os dias passaram e não estávamos mais no mesmo colégio. As coisas estavam mudando na minha cabeça.
Sentia tanta a sua falta. Sentia saudade do riso engraçado e do diabo que um dia ele desenhou no meu diário, guardei o diabo. Guardei tudo. A única coisa que não pude guardar foi aquele homem.
Ainda nos víamos. Um dia na calçada vimos 3 estrelas ou aviões, ou estrelas... Mas nenhuma das estrelas ou aviões tinha um brilho tão bonito como o daquele homem quando fixava o olhar no meu, ainda não sei como as coisas saíram do controle de meu coração naquele ano.
Meses depois ele era o homem da vida de outra moça, não a culpo, se eu conhecesse ele de novo, gostaria de ter como o homem da minha vida também.
Eu faria filhos com ele, e parcelaríamos um carro juntos talvez. Talvez brigássemos por conta da parcela que atrasei porque comprei uma cama nova pra gente, ou porque gastamos com coisas fúteis e acabamos esquecendo.
Talvez tivéssemos dado certo daquela primeira vez. Existem inúmeros talvez que eu não conseguiria escrever tudo aqui, mas a coisa mais pesada no meu peito no momento é a certeza.
A certeza de que ele vai acordar com um bom dia de sua outra nova moça. Que hoje já não é mais a nova, mas sim a sua moça. São anos desde que se tornou a moça de sua vida.
A certeza de que eu o tive, e não quis ficar no lugar onde hoje meu peito almeja estar. Onde cada célula de meu corpo viajaria um mar gigante pra estar. A certeza de que ela não sou eu.

Azul, roxo e todas as cores que me lembram você.Onde histórias criam vida. Descubra agora