Capítulo 18

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  Depois de tantos anos, graças ao senhor, hoje eu me sinto a vontade, quero dizer, ainda me incomoda, mas não muito porque eu ainda o vejo, lindo e vivo como ele era. Meu príncipe, meu homem a pessoa em que eu depositei toda minha base e meu amor depois que meus pais se foram.
  Antes que o senhor fale doutor Luiz sim, ele era gay, mas quem liga? Amava e desejava mesmo assim, me julgue.
  - Não estou aqui para isso Maria, apenas quero ouvir a sua história, mas antes me responda uma coisa. É só com ele que você conversa?
  - Só se me responder quais são as minhas chances reais de sair daqui desse hospital em pouco tempo? Não precisa mentir, estou sendo honesta com o senhor e gostaria do mesmo.
  - Independente da história que você conte, eu vendo que seja verdade ou mentira, ainda vai levar um tempo generoso para que isso aconteça. Os problemas que constam na sua ficha não são tão simples ou fáceis de levar em consideração.
  - Já imaginava isso. Pois bem, e se eu te disser, antes de falar quem eu vejo e converso que o que consta na minha ficha não é de toda verdade.
  - Sabe que eu teria que pedir para ser apurado de alguma forma.
  - Imaginei... O primeiro que falei foi Pablo. Ele apareceu quando os primeiros remédios começaram ou deixaram de fazer efeito, nunca sei. Num momento em que eu estava bastante triste com a saída de Ana. Lembra que ela estava tentando conciliar dois trabalhos, mas não deu?
  - Você está se referindo a Ana enfermeira, aquela que você...
  - Por favor, doutor. Não duvide do meu intelecto, não me force a confessar um crime que o senhor sabe bem que quem cometeu foi o Amadeu. Pablo veio como um cobrador, querendo o mesmo peso e a mesma medida para uma mesma a ação, sussurrou ideias em meus ouvidos.
  - Ideias sobre?
  - O fato da Ana não ter cumprido a promessa de nunca sair do meu lado.
  - Mas você sabe que esse tipo de promessa é para confortar o paciente, no caso você, em momentos de crise, não sabe?
  - Hoje sei doutor, mas na época estava fragilizada e deixei falar mais alto o abandono e a quebra de sua promessa. Até plano ele traçou para que a culpa não caísse sobre mim, mas pelo visto não deu muito certo. Mas não era só para vingança que ele aparecia, ele vinha também saciar seu desejo por sexo. Dizia estar cobrando pelo que eu tinha prometido e não tinha dado. Acho justo. Ah! Esqueci. - desculpe Bili. - Bili foi o primeiro a aparecer, era o cachorro que sempre quis ter, mas por ser muito alérgica quando criança, meus pais não me deram. Ele apareceu nos primórdios, branco de pelos felpudos e macios, corria e latia por todo o quarto, mas infelizmente desapareceu logo depois que contei para Ana sobre ele e minhas doses de remédios aumentaram consideravelmente, muita coincidência. Tá bom! Estou sendo irônica. Sei que foi o senhor quem mandou aumentar. Chorei muito por falta da companhia dele, mas tudo passou, com o tempo criei outras distrações, me aproximei de pessoas na hora do almoço, como o Amadeu e as outras esquisitas.
  Então, depois de Pablo, veio meu príncipe, no início ele era chato, parecia minha mãe, sempre me lembrando de tomar meus remédios, comer minha comida, tomar meu remédio, fazer meu lanche e assim por diante. Mesmo sabendo que ele estava ali por causa da falta de remédio, fazia questão de insistir, parecia até que não queria estar comigo. Mas apesar de toda sua chatice que aprendi a me acostumar, adorava dormir com ele, sentindo seus braços me envolvendo e me aquecendo nas noites frias e solitárias. Sabia que toda aquela chatice era para o meu bem, que ele se importava e se importa muito comigo.
  A quarta a aparecer foi a Ana...
  - Te interrompendo. Como fazia, quando os dois apareciam.
  - Eles não apareciam juntos. Sempre um por fez e hoje percebo que era de acordo com a minha necessidade pedia. Resumidamente, Pablo era desejo, Felipe era segurança.
  - E Ana?
  - Ana era uma amiga mulher de verdade, digo isso por que meu primo se via como mulher também, que eu nunca tive. Sempre que precisava sair daquele mundo masculino de sexo ou segurança ela aparecia para equilibrar as coisas.
  - Quando você disse "eles não apareciam juntos", significa que hoje eles aparecem? Como você administra isso?
  - Não faço nada doutor, só fico olhando e de vez em quando converso com eles. Chega a ser engraçado ver a Ana no meio dos dois tentando controlar a situação. Pablo querendo muito, Felipe querendo o mínimo e ela tentando achar um meio termo. Então quando ela acha, eu vou na dela, mesmo porque, sendo mulher ela sabe o que é melhor pra mim... Mais alguma pergunta?
  - Por enquanto não Maria.
  - Pois bem, vou continuar e falar do dia em que fui trazida para cá, pode ser? - Despertei no sofá com uma baita dor no pescoço e uma dor de cabeça, que parecia que eu tinha bebido o mundo no dia anterior, estiquei o corpo, ainda sentada no sofá e me levantei lentamente para ir a pia da cozinha lavar o rosto. Cheguei lá molhei toda a cabeça, vi que um tabuleiro estava sobre a pia, com dois pedaços de carne, peguei o coloquei de volta no freezer, aproveitando peguei uma água bebi e levei para a sala, caso Pablo quando acordasse quisesse beber. Foi quando eu percebi uma faca, daquelas enormes, toda suja. Pensei que fosse meu primo querendo me pregar uma peça, então peguei sorrindo, o procurei olhando ao redor, como não encontrei, subi a escada com o intuito de dar o mesmo susto que ele queria me dar. Passei o dedo na gosma vermelha, o que era pra mim até então, passei nas bochechas e no pescoço. O senhor pode até questionar como não pude ver que se tratava de sangue. A minha resposta é que eu nunca tinha visto uma quantidade tão grande de sangue e o cheiro não era igual ao da minha menstruação.
  No andar de cima, comecei a ficar preocupada com Felipe, achei que ele havia passado dos limites testando a paciência do meu tio. Poças da gosma no chão, rastros de mão tingindo a parede, de fundo ouvia gemidos do filme que tínhamos feito da minha tia com Pablo. Foi aí que caiu a minha ficha. Larguei a faca no mesmo instante, meu coração acelerou de tal forma que meu peito começou a queimar, me faltava ar enquanto tentava tirar todo aquele sangue que eu mesmo tinha me colocado, uma ânsia de vômito subia queimando minha garganta, quando vi meu pé afundado na poça de sangue. Comecei a ficar tonta, puxando o ar, mas aquele cheiro que antes não percebia, me sufocava cada vez mais. Dei alguns passos para trás, decidida fugir com Felipe, mas quando pude colocar a mente no lugar, lembrei que ele deveria estar em perigo. Se meu tio viu o vídeo e teve uma recaída daquele lance de paz, com certeza toda família estava em risco. Respirei fundo, tomei coragem e com muito cuidado fui a sua busca.
  O primeiro corpo que eu encontrei foi o da minha tia, no quarto de Felipe, o primeiro depois do meu, no corredor. Seminua, deixada de bruços, seu corpo manchado de sangue tinha furos e cortes em quase toda sua extensão, pude ver os ossos expostos de seus dedos, braços e costelas. Minhas pernas tremeram e as lágrimas começaram a rolar dos meus olhos, uma vontade de gritar pulsava dentro de mim querendo sair, mas não podia chamar a atenção do assassino, que poderia estar por ali. Só queria pegar meu amor e tirá-lo dali o mais rápido possível. Mas o destino mais uma vez deixou a piedade de lado e me levou por um caminho que não queria ter trilhado. Depois de alguns minutos olhando atordoada para o corpo da minha tia jogado no chão, peguei o edredom que estava forrado na cama, lancei sobre o corpo dela a cobrindo por completo. Quando o edredom terminou de assentar sobre seu corpo, percebi que a luz do banheiro estava ligada e de lá vinha um barulho de água corrente, como se a bica estivesse aberta. Voltei lentamente com passadas curtas, temendo ser o meu tio e pensando que sorte tive em ter segurado o grito.
  Saí daquele quarto decidida a ir embora daquela casa, mas sair dali com a roupa respingada de sangue, qualquer um que me visse iria atribuir facilmente que eu teria sido a assassina de todos. Passei no meu quarto, abri a mochila do Pablo, que também corria um risco enorme dormindo lá embaixo, com meu tio louco a solta pela casa, coloquei algumas peças de roupa dentro, fechei e joguei nas costas. Quando estava saindo do meu quarto, vi uma carta sobre o travesseiro com os dizeres "Para minha irmã querida". Aquela era a letra de Felipe. Peguei, sai do quarto, abri e comecei a ler enquanto descia a escada e na medida em que eu lia menos pressa eu tinha. No final da leitura, eu estava parada no caminho entre a escada e a sala onde Pablo dormia. Fui até ele com os olhos cheios de lágrimas, sacudi até ele despertar, joguei a carta sobre ele pedindo para que ele lesse e subi até onde a luz estava acesa.
  Cheguei à porta do banheiro. Nunca rezei tanto como naquele dia para que o que estava escrito na carta fosse apenas uma brincadeira de mau gosto do meu primo. Minhas pernas bambearam por uns segundos, a coragem me fugia como a galinha foge do abate. Abaixei como uma criança curiosa, para olhar pelo buraco da fechadura e foi ali que constatei que o que estava escrito era verdade. Aquela visão me fez perder as forças por completo e cair em cheio na poça de sangue que havia saído do corpo morto da minha tia.
  - O que houve por aqui? - Gritava Pablo entrando no quarto. - fui ao quarto do seu tio, me deparei com seu corpo todo furado, com sangue pra tudo que é lado. Não acredito que ele...
  - Que se dane aquele monstro! - O interrompi gritando, apontando onde meu primo estava. A água avermelhada da banheira já começava a invadir o quarto, enquanto Pablo inutilmente girava a maçaneta na tentativa de abrir a porta. Por fim arrombou, depois de alguns chutes fortes, correu para dentro do banheiro e voltou com o corpo arroxeado do meu primo nos braços. Corri em sua direção, para ajudar, tocar sei lá, mas o máximo que meu corpo permitia era apenas olhar e chorar muito. Colocado na cama com todo cuidado, fiquei olhando ainda com uma esperança fantasiosa de que o veria voltar a respirar, rir e desmunhecar mais uma vez, mas fui acordada do meu desejo com Pablo dizendo que tínhamos que sair dali e chamar a polícia.
  - Não se preocupe que nada vai cair sobre nós, temos a carta de confissão que foi seu primo que matou todos eles e se matou.
  - Você leu o porquê ele fez isso? Ele teve muitos motivos, mas não podia acabar com a vida dele. Era só ter falado comigo... Cadê a carta?
  - Tá lá no sofá... Vou ligar para a polícia! - Gritou ele.
  Desnorteada concordei e saí do quarto correndo pra pegar a carta, mas no meio do caminho decidi que não era aquela visão que eu queria que tivessem do meu príncipe, principalmente tendo os motivos que ele tinha. Decidi algo que com certeza não seria aceito por Pablo, mas peguei a carta com a intenção de dar um fim nela, enquanto corri para o deposito, peguei uma caixa de fósforos e tudo que era produto que eu achei que limparia qualquer vestígio que meu amor tinha feito aquilo tudo.
  No quarto Pablo me perguntava o que eu estava fazendo com aquilo tudo. Expliquei a ele minha ideia e como já previa ele não aceitou. Brigamos, ele tentava tirar as coisas da minha mão enquanto eu tentava impedir. Nesse empurra pra lá e pra cá, a carta que meu primo tinha escrito caiu do meu bolso e voou para perto da porta com o vento que vinha da janela entre aberta.
  - A policia já está vindo e essa já é a prova que eu preciso para livrar nossa cara.
  Sem pensar, no momento em que ele se abaixou pra pegar a carta, peguei o primeiro frasco que vi na minha frente e joguei sobre ele na intenção de intimida-lo. Peguei a caixa de fósforos ameaçando riscar caso ele tentasse sair dali com aquela carta. Tinha que destruí-la antes da chegada da polícia e ele naquele momento atrasava muito meus planos.
  Tudo a partir dali aconteceu muito rápido. Ao ouvir a sirene da polícia em nosso portão ele ignorou minha ameaça e virou as costas. Foi instintivo, quando dei por mim uma grande bola de fogo se formou na minha frente. Ele correu para cima de mim, consegui desviar por pouco. Senti aquele calor passar esquentando todo o lado esquerdo do meu corpo e antes de bater a porta, olhei para o seu corpo se debatendo ainda em pé, desejando que ele morresse por ter quebrado a promessa de que ficaria ao meu lado sempre.
  Bati a porta e saí dali, ao descer a escada vi minha porta cair com uma pesada de um policial que rapidamente apontou sua arma pra mim, gritando para eu deitar no chão e levar às mãos a cabeça. Foi ali, naquele exato momento que vi que não tinha me sobrado nada, perdi meu amor, meus pais e a única pessoa que me amava como mulher, que se importava e ainda estava vivo eu matei. Meu único desejo naquele momento era que o tempo passasse rápido para que aquelas lembranças caíssem no abismo do esquecimento e aquilo tudo então não passaria de uma remota recordação triste, ou melhor, pesadelo. A pressão dentro da minha cabeça foi tão grande que minha visão ficou embaçada, uma tontura, junto com uma tremedeira, me fizeram apagar em poucos segundos, depois disso tive flashes de memórias por muito tempo, me reestabelecendo totalmente ou quase um pouco depois do acidente com a Ana e o Amadeu. Antes disso parecia viver num corpo que tinha um controle esporádico, mas não podia escolher quando tomaria as rédeas.
  - Você não se lembra como veio parar aqui?
  - Hoje sei o motivo doutor, mas como eu disse, minha última recordação é de estar deitada no chão daquela casa e despertar com a enfermeira me retirando de uma camisa de força.
  - E do conteúdo da carta, você se lembra de algo?
  - Como se ela tivesse sido escrita hoje. A li duas ou três vezes do momento em que eu a encontrei até dá-la para Pablo ler. Não tenho boa memória, mas está aí uma coisa que nunca saiu da minha cabeça. Ela começava com o apelido carinhoso que me chamava toda vez que eu implicava com ele.
  "Sua doida que amo"... Confesso que desisti. Não fui capaz de segurar por nem mais um dia, não pude passar um pano e simplesmente limpar tudo que sofri só porque uma crise existencial assolou a cabeça dele. Desculpe as manchas de sangue no papel, mas se você está lendo foi porque, desculpe prima, deixei você viver, por que a faca cheia de sangue ao seu lado não foi com o intuito de te incriminar, mas sim uma desistência, por achar que sua força de superação é muito maior que a minha. Não o fiz também por você ter sido a única pessoa que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos. Esse seu amor maluco e impossível por mim, não poderia traí-lo.
  Prima cansei. Esse domingo foi à gota d'água pra mim. Segui seu conselho, tomei coragem e revelei tudo o que meu tio fazia comigo nas madrugadas para a minha mãe e para minha surpresa, tive a infeliz descoberta de que ela sabia de tudo desde o início. Acredita que ela assumiu que o viu me maltratando e não fez nada?... Por medo se entupia de remédios, para ignorar e manter a sua vida de luxo, de madame? Pois é, por anos fui abusado sexualmente e agredido fisicamente pelo meu pai, em todos os lugares que você possa imaginar nessa casa. Não contei para ninguém, porque o medo que eu sentia vinha sendo enraizado desde pequeno, mesmo malhando e ficando forte perto dele, independente da idade, me bloqueava de tal forma, que voltava a me sentir como uma criança indefesa. Ai veio você, cheia de boas intenções me encorajando a buscar ajuda e me deparo com outro monstro. Que mãe é essa que sabe que o filho sofre e não faz nada e ainda ameaça o filho se ele não se calar?
  Depois que ouvi tudo da boca daquele monstro me tranquei no quarto com o intuito de arrumar as malas e sumir no mundo, mas as forças que eu tinha só me permitia chorar. Minhas lágrimas e tristeza deram lugar ao ódio e ao desejo de acabar com todos assim que vi o carro do outro monstro chegar. Executei o único plano que veio em minha mente, peguei os remédios mais fortes que minha mãe tomava coloquei nos bolsos e quando me chamaram, fiz o que mais pratiquei na vida... Fingi minha felicidade.
  Programei o vídeo, calculando mais ou menos o momento em que o remédio faria efeito, pela experiência que via com a minha mãe, para que ele assim que estivesse relaxado na cama com ela, pudesse ver a puta que era sua esposa, porém o remédio fez efeito mais rápido que eu pensava. Estavam lá deitados tranquilamente como se nada tivesse acontecido, em paz. Não pensei duas vezes em ir a cozinha pegar a maior faca que pude, cheio de ódio peguei um pedaço de carne e de uma só vez a parti em dois. Lavei meu rosto, me recompus, e fui acabar o que estava acabando comigo. Em todos os lugares que eu passava vinham lembranças dos abusos cometidos pelo monstro. Esfaqueava todas elas em meu caminho e subi a escada determinado a fazer o que tinha me proposto.
  Não sei quantas facadas eu dei nele, mas tenho certeza que a primeira aliviou tanto a minha dor que só parei quando o outro monstro se mexeu, tentou correr dopada para pedir socorro, mas caiu no corredor, só saí de cima dela depois que parou de se mexer, presumi que estava morta, mas só quando que tornei a subir, depois de ter largado a faca ao seu lado, vi que ela se arrastou até meu quarto e morreu lá. Fui até você e Pablo para terminar o serviço, mas não consegui. Desculpe ter te deixado viva para ver o monstro que me tornei. Não tinha como acabar com a vida de quem dedicava a sua vida a tentar me fazer feliz. Por isso tentei retribuir te dando, mesmo que por um breve momento o homem que você queria e depois me fingindo de esquecido. Bem se leu essa carta é porque já sabe o meu final. Beijo minha Maluca, te amo.
  - Essa carta que acabei de ler, foi a que seu primo escreveu?
  - Sim, mas, como?
  - Estava nos seus arquivos desde que você veio para cá. Sua letra é bastante parecida com a do seu primo.
  - Mas se isso prova que não matei ninguém, porque ainda estou internada?
  - Se acalme, por favor... Você chegou aqui num estado clínico totalmente diferente do que está hoje, ainda tem o senhor Pablo e suas visões, lembra?... Vou dar como encerrada a consulta para que descanse sua cabeça.
  - Vou descansar sim doutor, Ana e os outros vão me dar suporte, pode ficar tranquilo. Aliás, minha letra sempre foi muita parecida com a dele, éramos muito próximos, vai ver era por isso. Bem já que acabou por aqui, vou para minha cela. Te vejo depois doutor Luiz, até mais!

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