FILOFOBIA - CAPITULO UNICO.

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O medo do amor (ou de se apaixonar) ou fobia do amor é conhecida como filofobia. A palavra se origina do grego "filos", que significa "amar ou amado

Fobia. Fobia é uma palavra engraçada, ja notou o som que ela faz? Pelo menos era o que achava Luna. Era realmente impressionante o quanto o medo podia fazer uma pessoa deixar de simplesmente viver, mas ao contrario de muitos, Luna achava que sua fobia lhe permitia quase viver normalmente, porque segundo ela "Amor é uma prisão, uma armadilha que os pega desprevenidos e quando vê.. já está atrás das grades."

Luna era muito diferente de suas amigas ou da maioria das meninas, porque enquanto elas falavam sobre o amor,  sobre amar e viver um romance, tudo que ela queria era fugir de tudo isso. Fugir das chamadas "borboletas" que poderia invadir seu estômago e lhe provocar uma indigestão. Sem contar que ela achava simplesmente assustador quando falavam que as pupilas dilatavam e lhe causavam reações químicas comparadas às drogas, e isso porque ela havia pesquisado sobre isso por horas em seu laptop. Ora, para se prevenir! Nunca se sabe o que poderia encontrar la fora!

O amor era assustador, e ponto final.

– Luna, querida? - Sua terapeuta chamou sua atenção, fazendo-a se assustar e voltar-se pra ela.

– Sim?

– Se você se apaixonasse... O que acha que aconteceria? - Aquela pergunta a pegou de surpresa, ela confessava, mas por sorte ja tinha uma resposta preparada para aquilo.

– Eu morreria.

– Explique mais sobre seu medo, Luna, por que você morreria? - Mary descansou sua prancheta sobre seu colo e encarou o desviar dos olhos de Luna para o chão, essa era a parte ruim e boa da terapia: Falar sobre tudo.

– .... - Luna ficou um tempo em silêncio, tentando descrever quem sabe em palavras o que sentia em relação ao amor... Pensou nas palavras perfeitas que soariam tudo que ela conseguia expressar, mas falhou... Quando Luna pensava no amor, ela pensava em sua mãe.

– Minha mãe...Morreu de tristeza quando meu pai se foi.. - Ela desviou para o chão, sentindo seu coração alfinetado pela lembrança dolorosa. - Eu sinto que se ela não tivesse amado, se apaixonado... Nada disso teria acontecido.

– Luna, querida... Quando a tristeza nos abala, nós caímos, mas não pelo amor, e sim pelas pessoas... A escolha das pessoas.

O que?
Ela não ouviu isso, não ouviu isso.

– Ta dizendo que minha mãe escolheu morrer?! – Sua pergunta saiu mais rude do que esperava, não acreditava no que estava ouvindo, só podia ser brincadeira.

– Não, Luna, não quis dizer isso..- Mary ergueu os dedos, tentando contornar a situação, mas era tarde demais porque Luna ja havia se levantado, com fogo no olhar.

– Ela não morreu porque quis, sabia? - Ela chorou, sentindo-se profundamente magoada pelas palavras de Mary. Ela cerrou os punhos, cuspindo as palavras com toda a raiva que sentia no momento.- Céus, como pode dizer isso!?!? Ela morreu porque estava perdidamente apaixonada! O amor a matou! O amor a atirou de mim!

– LUNA! Querida por favor se acalme...!!! - Mary ergue o tom de voz, o que serviu para apenas Luna se irritar ainda maisz

– EU ODEIO O AMOR!! EU ODEIO!! – Ela gritou chorando, agarrando sua bolsa e aproveitando a adrenalina para correr o mais rápido que podia, não se importava se sentiria cansada, só queria estar o mais longe dali, até não ouvir mais os pedidos de desculpa altos de sua terapeuta. As lágrimas desciam forte por seu rosto. Nunca deveria ter aceitado essa terapia, as pessoas vão para as terapias quando se tem um problema e ela não tinha um problema!

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⏰ Última atualização: Apr 10, 2020 ⏰

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