Capítulo 8- UM EXÉRCITO ATRAPALHA A NOSSA VIAGEM.

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Eu iria conhecer minha mãe dia seguinte.

Nada mais importava... nem a guerra, os perigos, meus poderes, nada mais era significativo o bastante. Minha atenção estava voltada para aquele acontecimento. Eu estava tão concentrado nisso, que nem prestei mais atenção em Luna, ou à Laura... nem em Yaacov me mandando ir dormir logo depois do banquete no seu forte.

Já de volta ao meu quarto, deitado na minha cama, eu começava a ficar nervoso. O que eu iria falar? Eu não a conhecia, não sabia como ela era. Eu ficava na cama rolando de um lado para o outro, ensaiava em minha mente as palavras que eu iria dizer. Tentava imaginar a situação: eu e Yaacov em pé, no meio dos Senhores Elementares, explicando como foi meu encontro com Apoliom, depois com o Basilisco... era para contar até sobre o Golem que eu havia enfrentado, pois Yaacov me dissera que os Golens são servos dos magos e não atacam sem sua ordem.

Olhei para o lustre desligado no teto. Tentava ligar uma coisa à outra, era muita informação...

A guerra parecia estar muito próxima. Os Elementares e seus aliados estavam se preparando para o combate, mas uma coisa me intrigava... porque Apoliom não parecia querer discrição? Sim... o mais inteligente a se fazer, seria armar um ataque surpresa e pegar os Elementares desatentos. Mas não! Ele fazia tudo ao contrário... aparecia de um lado para o outro, incitando medo, contando seus planos... ele parecia querer alertar seus inimigos. E isso me deixava atento, me levava a pensar que talvez isso fosse parte do seu plano - Luna havia me contado que Apoliom era muito esperto -, ele provavelmente estava armando alguma com tudo aquilo.

Eu estava tentando decifrar esse enigma, quando um barulhinho seco me trouxe de volta ao quarto.

Tec!

Olhei rápido em direção à janela - afinal o barulho havia vindo de lá -, a cortina estava aberta... não havia nada lá fora. Havia sido apenas coisa da minha cabeça?

Então aconteceu de novo...

Tec!

Mas desta vez eu havia visto o que tinha causado o barulho, uma pedrinha havia se chocado contra o vidro - alguém estava as jogando lá de fora-. Eu me sentei na cama procurando as sandálias com os pés, eu tinha que ir ver quem estava causando aquilo.

Foi então que...

Crashhh!

Uma pedra quebrou o vidro da janela. No susto, me joguei no chão. Seria um ataque? Levei alguns segundos para me recuperar, fui abaixado até a parede, e devagarzinho fui subindo para ver pela janela... olhei para rua, tudo estava normal e em silêncio como sempre, exceto por Luna que estava escondida à sombra de uma casinha, me olhando com as duas mãos sobre a boca.

...

Depois de vestir uma camisa, nós dois descemos silenciosamente a rua deserta.

- Me desculpa Hector, é que eu joguei pedrinhas duas vezes e você não veio, pensei que jogar uma maior iria chamar mais atenção, mas não queria quebrar a janela...- Luna cochichou sorrindo enquanto íamos em silencio em direção a fonte. Era ótimo que Luna estivesse falando comigo de novo.

- Deixa eu ver se eu entendi então... era para ter sido tudo com o mínimo de barulho possível? Nossa... você sabe mesmo ser sutil! - Eu debochei.

- Shiiii! Fale mais baixo, nós estamos escondidos! – Luna cochichou. Nós dois nos entreolhamos e caímos em gargalhadas.

Depois de chegarmos à fonte, sentamo-nos em um dos bancos de madeira.

Chama Negra - A origem do símbolo do infinito Onde histórias criam vida. Descubra agora