Harrison saiu apressado com o motorista da família Thompson. Destino: Banco de Londres. O detetive chegou ao seu destino, desceu do carro e pôde contemplar a arquitetura única do Banco de Londres.
- Voltarei o mais rápido possível. Até logo. - disse Harrison ao motorista.
O motorista assentiu.
Harrison atravessou a faixa de pedestres, e subiu a calçada cautelosamente, no mesmo instante, o tráfego voltara ao normal. Ele aproximou-se da porta, estava escrito: "EMPURRE". E assim ele fez. O vento gelado do ar-condicionado penetrou no nariz do pobre detetive, causando-lhe uma série de espirros. Ele praguejou. Foi até uma moça, que ele julgava ser secretária ou algo do tipo. Era uma moça bonita, bastante jovem, cabelo curto, pele morena, olhos desafiadores, maquiagem exagerada, um forte batom vermelho e um lindo par de brincos com joias orientais.
- Bom dia! - disse Harrison. - Preciso falar com Ben Backer.
- Bom dia! Quem é o senhor? - perguntou a moça.
- Ah, você deve ser nova aqui. - Harrison analisou a garota. Exageradamente arrumada, atraente, sedutora, o total oposto da antiga secretária, "Backer, seu filho da mãe!", pensou ele. - Diga que o detetive David Harrison quer falar com ele.
- Sim, senhor. - a moça tirou o telefone do gancho e fez uma ligação.
Harrison espirrou três vezes seguidas. Novamente praguejou.
- Ele pediu para o senhor ir até a sala dele. Acompanhe-me. - a moça levantou-se.
Subiram um pequena escada, atravessaram a zona de contabilidade e chegaram ao escritório de Ben Backer. "Gerente de contas", estava escrito na porta. A moça bateu graciosamente na porta.
- Está aberta. Pode entrar. - uma voz veio lá de dentro.
A moça abriu a porta, revelando um lindo escritório. Organizado, perfumado e muito bem decorado. Harrison entrou.
- Olá, velho amigo! Há quanto tempo. A que devo a honra de sua visita? - disse Ben Backer empolgado.
Ben Backer tinha cabelo grisalhos, beirava os 50 anos, alto, branco, rosto longo e vestia uma bela roupa social.
- Olá, Ben. Preciso de um pequeno favor.
- Quantos você quiser, sente-se. Harrison sentou-se fixando os olhos em uma linda caneta com ornamentos douradas que estava sobre a mesa de Ben Backer.
- Como foi sua viagem para o Oriente? - perguntou Harrison com seu sorriso enigmático.
- Seu maldito! - Ben Backer riu. - Eu não fiz nada fora da lei, por que está me investigando?
- Chegou há quanto tempo? Uma semana? - insistiu Harrison.
- Quase duas... como você sabe? Isso é ridículo.
- Então a nova secretária está trabalhando aqui há mais ou menos um mês, presumo. Ela é uma boa companheira de viagem?
- Meu Deus! Ainda bem que você não é minha esposa. - disse Ben Backer aliviado. - Estou curioso, como você sabe disso?
- Deduzi que os brincos daquela moça foram comprados no mesmo lugar que essa linda caneta. No começo achei que você tivesse ido sozinho, comprou os brincos e a presenteou. Mas julgando pela sua reação, ela te acompanhou, profissionalmente, acredito. - disse Harrison ironicamente.
- Já chega, já chega. Em quê posso ajudá-lo, velho amigo?
- Preciso que você analise os números dessa empresa, que alega está prestes a falência. - Harrison estendeu a mão com os papéis.
- Hum, deixe-me ver. - Ben Backer leu todos os papéis atentamente, demorou poucos minutos. - Thompson Corp, eu conheço bem a família, inclusive negociei recentemente com a empresa. Por esses números, posso dizer seguramente que a empresa está indo mais do que bem. São investimentos dignos de aplausos, a margem de lucro está acima da média.
- Que magnífico. Grande amigo, Ben, posso dizer que estamos quites! Muito obrigado.
- Quites? Nem em mil anos eu conseguiria retribuir "aquele" favor.
Harrison levantou-se.
- Até mais, preciso resolver alguns assuntos urgentemente. - Harrison caminhou até a porta e parou repentinamente. - Quem leva suas roupas a lavanderia?
- Minha esposa. Por que a pergunta? - perguntou Ben Backer atônito.
- Se eu fosse você, faria as honras hoje. Tem batom vermelho na gola de sua camisa. Qual o nome da moça?
- Por Deus! Você salvou a minha vida. - Ben Backer tentou, inutilmente, limpar a gola de sua camisa. - Ela chama-se Clhoe.
- Diga a Chloe que use um batom mais leve, ou não use, pelo bem do emprego dela e pelo bem de seu casamento. - Harrison parecia sério.
Ban Backer engoliu em seco. Harrison saiu. O detetive podia sentir novamente ar fresco, após atravessar novamente a porta do banco.
- Vamos voltar para a mansão. - disse Harrison ao motorista.
- Sim, senhor. - respondeu o motorista.
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O assassino da invalidez
Mistério / SuspenseO detetive David Harrison é chamado para um caso intrigante, uma senhora afetada por diversas doenças que levaram-na à uma lamentável cadeira de rodas é encontrada morta em seu leito, a justificativa mais óbvia proposta pelos familiares para esse ac...