P. V Jay Park
Garota mal agradecida, saiu sem nem dizer seu nome e me deixou falando sozinho. Fecho a porta e vou para o quarto, onde acabo reparando na bandeja ainda em cima da cama, me pego rindo, ao lembrar de sua fúria ao comer. Ela ainda disse que a comida estava deliciosa. Isso me faz sorrir, quando penso que tipo de vida ela deve levar para achar isso que era algo tão simples e mal temperado. Seu estômago estava fazendo barulhos altíssimo, deveria estar morrendo de fome.
O que será que a fez beber daquela forma e por quê estava vestida com roupas daquele estilo neste frio? Acho que são perguntas que jamais saberei a resposta, já que ela saiu daquele forma.
Quando percebo que estou atrasado para estar na gravadora, tomo novamente um banho as presas e almoço o restante da comida que preparei, me impressionando novamente em como ela ficou feliz e satisfeita com algo tão simples. Se eu a visse novamente, a levaria para almoçar algo saboroso e bem temperado, mas provavelmente isso não irá acontecer.
Saio com rapidez e ao parar em um farol, olho para a minha esquerda, e como uma miragem vejo novamente a garota que praticamente fugiu. Ela estava em um banco contraída pelo frio que a atacava, fazendo com que seu longo cabelo praticamente dançasse no ar.
Por um instante senti meu coração doer ao vê-la naquela situação. Instintivamente paro o carro e quando dou por mim, já estava cobrindo-a com meu casaco.
- É aqui que você mora? - Perguntei, fazendo a inclinar a cabeça para mim e pela surpresa que teve, me olhar com aqueles olhos lindamente e especialmente grandes, até para uma ocidental. - Como funciona para entrar na sua casa? Tem alguma passagem secreta? - Completei em tom de deboche, batendo no banco com falsa esperança de que algo acontecesse.
- Eu não sei voltar pra casa. - Diz com voz ligeiramente falhada, provocado pelo tremor de sua mandíbula.
Eu a guiei com dificuldade até o carro, ligando o aquecedor e esfreguei e assoprei com ar quente que saia de minha boca, suas mãos, que insistiam em ficar frias como gelo. O medo de que o frio lhe causasse uma hipotermia me tomou, fazendo com que eu insistisse, sem descanso ou notar o passar das horas.
- Está se sentindo melhor? - Digo após sentir suas mão enfim aquecida.
- Por que está me ajudando, depois da forma que te tratei? - Diz séria, me olhando com feição de arrependimento.
- Eu não sei... Mas não podia ignorar você naquele estado.
- Obrigada. - Disse separando nossas mãos. - Eu fui uma ingrata idiota.
- Foi mesmo. - Digo com tom de superior. - Já que está arrependida, poderia se desculpar sendo educada comigo toda vez que eu falar algo?
- Tudo bem. - Diz dando de ombros, como se não fosse nada de mais o que eu pedia.
- Promete?
- Prometo. - Ela diz soltando um riso doce e incrivelmente sexy.
- Então podemos começar com a apresentação. Como é seu nome e de onde você é?
- S/N, muito prazer e novamente te agradeço de verdade. Eu sou brasileira.
- Eu deveria ter percebido, todo esse jeito sexy e selvagem, quente como seu país. E seu nome... É muito bonito. - Rapidamente ela cora, e quando percebo, completo. - Eu deveria ter dito algo do tipo para te esquentar mais depressa?
- Você não se apresentou! - Ela muda o assunto.
- Como você é observadora... O trato é para você ser educada e não eu. - Ela rí, aceitando as condições, sem mostrar curiosidade sobre mim. O que me chateava um pouco.
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Olhando a Vida nos Olhos
RomanceQuando se está cansada de apenas sobreviver e resolve "olhar a vida nos olhos", a ansiosa S/n, se arrisca em uma nova forma de viver sua vida. Sem rumo ou um plano, por amor a dança e em busca de autoconhecimento; o destino faz com que ela esbarre...