P.V Jay Park
Os dias se arrastaram em minha rotina. Não que minha vida seja parada, muito pelo contrário. Sempre faço shows lotados, vou a baladas, bebo com meus amigos, escrevemos músicas e fazemos as melhores músicas. E tem as mulheres, é claro, sempre tem elas, todas lindas de vários lugares diferentes. Algumas se apaixonam, mas logo entendem que não nasci para isso.
Por isso prefiro as que vem em busca de coisas caras, como: viagens, presentes, passeios, jantares chiques e uma boa noite de sexo. Pois é o mesmo que eu procuro. Mas até essa loucura conseguiu virar algo repetitivo para mim.
Não que eu tenha notado antes, mas depois que eu passei aquela trágica e cômica noite com a S/N, eu comecei a perceber que estou andando em círculos, não que isso tenha me importado antes. E, aquela única noite com comida simples, nenhum lugar incomum e música de rádio. Se tornou os momentos mais divertidos do meu ano.
Fico pensando em como ela reagiria se soubesse quem eu sou, talvez eu deva contar, assim ela se entregaria como todas e passaríamos uma noite de sexo com outras que já tive. Depois meu encanto com ela se acabaria e minha vida voltaria a ser perfeita, provando que ela é apenas uma garota comum, assim como as outras. Sim, é isso que farei.
Assim que saio do estúdio, vou até a frente da pensão onde ela mora, começo a pensar em como descobrirei o número de seu apartamento. O que não dura muito, pois a vejo saindo, e logo vou destravando a porta do carro para alcançá-la, mas quando percebo que está acompanhada de mais uma garota, desisto de ir ao seu encontro.
Para quem não tinha ninguém para pedir ajuda, elas parecia muito próxima. Usavam até roupas quase iguais, será que era sua namorada? Isso poderia explicar sua falta de interesse em mim.
Elas foram direto para a mesma balada de onde eu a salvei, acho que o ocorrido naquela noite deveria ser comum na vida dela.
Eu gostaria de entrar onde ela está, mas não estou bem disfarçado e logo serei notado. Não é dessa forma que eu quero que ela descubra quem eu sou. Devo voltar para casa, afinal amanhã cedo tenho ensaio. Mas voltar sem ter resolvido nada me deixaria desconfortável, quem será realmente essa garota?
Fico preso em meus pensamentos por tanto tempo que quando a vejo saindo da casa noturna, percebo que já estava no meio da madrugada, uma onda de raiva me consome. Quem ela pensa que é? Eu a salvei e ela estragou a graça da minha vida e enquanto eu me sinto indiferente ao meu dia a dia, ela curtia sua noite. Percebendo que ela estava voltando só para casa, saio do carro e a sigo sem ser notado, até que ela entrasse em seu apartamento.
Assim que fechou a porta, fiquei imaginando minhas palavras de ódio, e em alguns minutos bato na mesma.
- Bo-Ra? - Ela diz sorrindo abrindo a porta, colocando apenas sua cabeça para fora. Mas assim que nota que não se trata de quem imaginou, ela se assusta, como quando ela me viu a primeira vez. Seu susto a faz sair por completo de trás da porta, revelando seu corpo vestido apenas com um baby doll rendado, onde seus seios aparentemente naturais, apesar de bem erguidos saltavam discretamente para fora. Levando todas minhas palavras, deixando minha mente em um grande branco. – O que você faz aqui? Sabia que você era um pervertido... Como descobriu o número do meu apartamento?
- O que? – Eu a olho com espanto, sem saber com certeza o que me levou ali.
- Você ficou mudo por acaso?
- Esqueceu da sua promessa?
- O que? Do que está falando? – Ela diz cruzando os braços, ao se arrepiar com a brisa fria que passou pelo saguão, deixando seus mamilos visivelmente rígidos, pelo fino tecido que os cobria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Olhando a Vida nos Olhos
RomanceQuando se está cansada de apenas sobreviver e resolve "olhar a vida nos olhos", a ansiosa S/n, se arrisca em uma nova forma de viver sua vida. Sem rumo ou um plano, por amor a dança e em busca de autoconhecimento; o destino faz com que ela esbarre...