Descobertas

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Todo mundo saiu cabisbaixo da sala de aula, pois a primeira prova do ano foi muito difícil, muito mais do que eles já esperam. A avaliação de Giyuu foi a pior de todas, visto que não adiantava apenas assistir os filmes, tinha que ter lido o livro! Aquela postura rígida que ele sempre demonstrava não era de fachada, pois ele podia ser muito exigente e carrasco quando quisesse, sem pena. Agora os alunos se arrependeram de ter brincado tanto e não terem ligado para os estudos, logo no último ano, onde havia uma pressão anormal para passar no vestibular para um boa faculdade.

Cabisbaixos, foram para a mesma mesa de sempre, do lado de fora do refeitório; lá discutiram as respostas certas e as erradas e Inosuke só queria que eles calassem a boca, pois agora tinha certeza de que tiraria uma belíssima nota vermelha. Enquanto o ruivo e o loiro conversavam com Kanao e Aoi se o certo seria a letra A ou E, os olhos esmeraldinos encaravam apáticos o nada; até se encontrarem com os olhos arroxeados de um certo delinquente.

Genya estava sentado, apoiando o queixo com a mão, sozinho em uma mesa afastada; não era de seu feitio sentar-se naquelas mesas da praça de alimentação, pois odiava o fato de ter tanta gente ao seu redor, porque todos o encaravam e os cochichos sobre si começavam. No entanto, estava ali por uma pessoa, e ela tinha lindos olhos verdes penetrantes, pele delicada de porcelana e um cabelo sedoso negro de pontas azuladas. Sim! Ele admitia que não conseguiam desviar o olhar do outro! Muito menos esquecê-lo. E no momento em que os olhos se cruzaram, abriu um sorriso para Inosuke, o provocando.

Como o Hashibira não deixava passar nada e era facilmente provocado, em resposta lançou um olhar, também, provocativo, arqueando uma sobrancelha e, a cereja do bolo, foi aquele sorriso de canto. Que sorriso devastador! Genya sentiu vontade de agarrá-lo e puxá-lo para outro beijo, queria mostrar quem estava no comando e colocá-lo no seu devido lugar. Para Genya, Inosuke era um desafio que tinha aceitado com muito prazer.

Fazia duas semanas que o Hashibira estava o evitando, o maior até se questionou se deveria ter roubado um beijo daquela maneira bruta, mas, ao lembrar-se da sensação única e gostosa, e de como Inosuke retribuiu com tanta vontade e desejo a uma descoberta tão nova; os pensamentos de arrependimento desapareciam completamente, dando lugar a vontade de beijá-lo outra vez, sentir o seu gosto e domar a fera que Inosuke era. Na verdade, os dois desejavam experimentar novamente os lábios um do outro. Mas o menor era teimoso e dificilmente admitiria isso, além da confusão que sua cabeça ficou ao se descobrir gay, ainda estava em negação.

— Inosuke! — Tanjirou chamou pela terceira vez, estalando os dedos da frente do rosto do outro.

— O que? — Perguntou confuso.

— Estava olhando para o que? — Perguntou Zenitsu.

— Nada!

Deram de ombro e mudaram de assunto, mas Kanao e Aoi perceberam para quem ele estava olhando, mesmo que as duas sequer soubessem do beijo, dava para sentir a pressão sexual que os dois exalavam com uma simples troca de olhares.

Pouco tempo depois Mokomo apareceu com Nezuko e Tokito, os três estavam muito tranquilos, pois haviam estudado e a prova foi fácil demais. Os olhos azulados do menor foram direto em Tanjirou, que sentiu que estava sendo observado e abriu um sorriso lindo para Muichirou.

— Certeza que você vai tirar a maior nota, Nezuko-chan. — Disse o loiro, com uma cara boba.

A garota sequer olhou para ele, muito menos o respondeu.

— Você merece, Nezuko. — Disse Tanjirou, sorrindo gentilmente para a irmã. — Todos vocês, na verdade. — O ruivo tocou o ombro de Tokito, o que o fez corar levemente.

— Obrigada, nii-san. — Ela sorriu radiante, o que fez Zenitsu sentir-se um idiota por ela ter o ignorado. Na verdade, ela estava fazendo isso desde a festa, até agora não entendeu o porquê disso. O que havia aconteceu foi tão grave assim?!

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