Quando vira amor

Capítulo 32

Philip

Ela estava parada em minha frente, com uma blusa de pijama e um short jeans, seu cabelo em um coque e o rosto amassado de quem estava deitada.

  - Fala, Luce! - implorei, fazia um frio e alguns relâmpagos acendia o céu.

  - Olha... eu não deveria estar aqui, nem ter te procurado... eu... eu... não deveria nem nunca ter te beijado nem cedido aos seus caprichos, eu...

  - Para de enrolação e diz algo concreto, merda!

  - Eu acho que também estou apaixonada, é isso! - ela riu nervosa.

  - E por que fez isso comigo esse tempo todo?

  - Philip, nós nunca daremos certo! Veja só você e suas condutas, olhe as minhas.

  - Eu mudo por você - sussurrei.

  - Você acha mesmo? Poxa, Phil, você é um canalha, cafajeste, sacana, lembra? Lembra daquelas palavras? Lá na fazenda?

  - Lembro, Luce! Mas acho que você é a menina que pisa no meu coração com salto agulha e dói, dói muito e a única coisa que tenho a fazer é correr atrás feito tolo.

  - Você ainda irá decepcionar-me, Phil!

  - Você também poderá acabar fazendo o mesmo meu amor! A gente tem que escolher por quem vale a pena se machucar, chorar, sofrer, quem vale a pena amar - afaguei seu rosto - E eu escolhi você.

  Ela agarrou-me e abraçou, pequenas gotas da chuva começavam a pingar em nós, o que significava aquilo? Ela seria minha?

  - Vai chover! Vamos! - ela disse saindo.

  - Espera, vamos tentar, ver se damos certo, mesmo? - perguntei.

  Ela suspirou e sorriu: - Sim! Vou nos dar essa chance.

    A chuva ficou mais forte, mas eu não podia deixá-la entrar no carro sem um beijo, peguei sua mão e a puxei para mim, beijei seus lábios gelados e molhados, eu estava totalmente apaixonado, não havia porque fugir.

   Entramos em nossos próprios carros e dirigimos até o apartamento da Luce, fodam-se as opiniões. Ela trocou-se e me passou uma toalha, fiquei apenas de cueca debaixo de seu edredom, ela com seu pijama comprido.

   - Isso está errado - ela começou a falar - nem bem começo a ficar com um cara e ele já está em minha cama.

- Morena, para tudo tem uma primeira vez - disse e ela sorriu depositando um beijo em meus lábios e aconchegando-se em meu peito.

Alisei seus cabelos e respirei aliviado por estar com a menina que sonhava e queria por perto. Fechei meus olhos e era gostosa a sensação de seu corpo no meu.

  Quando acordei corri para casa atrás de colocar uma roupa para a faculdade, mandei apenas uma mensagem para a Luce, esperando que ela não ficasse brava.

Eu: Tive que sair às pressas, princesa! Almoçarei com vc, esteja pronta as 12hs.
Luce: Iremos sair?
Eu: A não ser q vc queira cozinhar.
Luce: Estarei pronta :)

Chegando na faculdade consegui encarar as disciplinas mais tranquilo, parece que havia sido tirado um peso de mim e a leveza do amor se posto em seu lugar. Era meio estranho esse troço, com a Lívia eu não chegava a respeitar, mas queria esconder tudo o que fazia, gostava de ficar com ela pelo fato dela não querer nada sério, entretando, a imbecil se apaixonou, algo que eu não aconselho a ninguém que eu não queira realmente levar a sério.