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— E aí? O que acharam? — O caçula do grupo, Yuri, perguntou após de cantar sua mais nova música, que recebeu aplausos e gritos exagerados de seus amigos em resposta.

— Acho que.. hmm.. você tá apaixonado. — Afirmou a irmã mais velha do garoto enquanto assentia com a cabeça devagar.

— Sem graça. — Yuri revirou seus olhos heterocromáticos guardando seu violão no estojo. — Essa é só a versão no violão, depois vou me juntar com os garotos da banda e acertar tudo. — Pões o violão nas costas e voltou a deitar a cabeça no ombro de Any.

— Essa nós já sabemos que vai ser hit. — Comentou Sofya com a boca cheia de salgadinhos que dividia com Lamar.

— Hey! Todo mundo, foca em mim! — Uma voz conhecida ecoou nos ouvidos do grupo de seis amigos, após olharem em volta viram a dona da voz correndo até eles. — Aluno novo, gato, na quadra, uau, lindo! — Shivani falava palavras soltas ofegante enquanto gesticulava com os as mãos.

— Aluno novo lindo na quadra? — Perguntou Hina sem interesse na euforia da melhor amiga, Shivani sempre fazia muito escândalo por pouca coisa.

— Sim! — Confirmou animada, mas logo sua animação foi embora ao ver que nenhum dos adolescentes demostraram interesse na notícia. — Sério? Nenhum "que tal irmos cumprimentar ele"? — Suspirou derrotada quando ninguém lhe deu atenção.

— Alunos novos entram no meio do ano o tempo todo, é normal, não tem porquê cumprimentarmos todos sempre. — Yuri falou sem interesse algum em sair de sua zona de conforto. O caçula do grupo estava com a cabeça deitada nos ombros de sua melhor amiga, Any, e Noah que se encontra deitado no banco com a cabeça no colo de Yuri também não queria sair dali, estava bem satisfeito com o cafuné que recebia do Yoshihara e não era um simples aluno novo que lhe faria abrir mão do carinho que ele tanto ama.

— Exato, não tem porquê essa animação toda. — Dessa vez Lamar falou após um bom tempo comendo em silêncio. — Se ele cair na nossa classe falamos com ele.

— Vocês são tão sem graça. — A Paliwal cruzou os braços se sentando no outro banco.

— Você que celebra muito por pouco. — Murmurou Hina concentrada em seu celular, após ler a mensagem enviada por Alya desencostou da árvore e guardou o celular. — Vejo vocês na aula, vou encontrar Alya pra pegar a parte dela do nosso trabalho de biologia que a professora nos mandou fazer nas férias.

Hina saiu após se despedir de seus amigos e foi em direção ao bebedouro onde iria encontrar Alya, cumprimentou alguns amigos pelo caminho, de fato Hina é popular na escola, tanto por sua beleza e ótimas notas, quanto por seu talento para dança, não é atoa que é uma das melhores Cheerleaders do time de futebol da escola.
Cumprimentou Alya e pegou os papéis do trabalho, como Alya teria que ir embora mais cedo por motivos pessoais, não daria para ela participar da aula de biologia, então Hina é quem vai entregar e apresentar o trabalho sozinha. A Yoshihara suspirou pesadamente só de imaginar a tensão na hora, é uma mais fácil lidar com os olhares sobre si quando estava dançando, não falando sobre bactérias e fungos. Ajeitou o palitó da escola em seu corpo e a barra de sua saia de prega uniforme antes de voltar a andar, dessa vez em direção a sala.

— Ei! Hina! — Uma voz chamou pelo nome da adolescente.

Hina parou de andar e olhou em volta para ver quem a chamava. Nesse curto período que Hina ficou parada no meio do corredor procurando o dono da voz que a chamara, alguém distraído pelo celular e com um copo de café na mão trombou na jovem, assim derrubando o café não sou na blusa branca de Hina, mas também nas folhas do trabalho.

— Ai, droga! Desculpa. — O estrangeiro com forte sotaque se desculpou se afastando após o impacto.

—... — Hina ficou alguns segundos olhando para sua roupa molhada e em seguida para o trabalho que estava no mesmo estado de sua roupa. — Mas só pode ser brincadeira. — O desgosto e a raiva era evidente na voz de Hina, e não era pra menos, ela e Alya demoraram para fazer o trabalho, que por sinal valia precisos dois pontos e meio. — Porra! Não olha pra onde anda não?! — Hina até já tinha se esquecido da pessoa que estava a chamando, e Shori também preferiu não chamar de novo, pelo menos não enquanto Hina estava assim.

— Eu já pedi desculpa, e só foi um acidente, relaxa. — Krystian falou de um jeito desleixado e calmo demais, algo que só estressou Hina mais ainda, afinal, não foi ele que passou dias ensaiando a apresentação e escrevendo sobre bactérias e fungos. — Em tenho uma blusa reserva na minha mochila, posso te emprestar se quiser.

— Eu quero é que você vá pro inferno! — Bravejou antes de passar por Krystian batendo seu ombro em seu corpo. Hina tem ótimas notas e não são dois pontos e meio que a impediriam de passar de ano, mas além desse trabalho também envolver Alya, ela quer manter sua média perfeita, tirando notas máximas tanto nas provas quanto nos trabalhos. — Mas que merda! — Xingou baixinho entrando no banheiro, olhou para as folhas manchadas pelo café, sua blusa branca também não estava diferente, ela só não estava pior que sua saia cinza.

— Ei, Hina, eu tenho uma blusa aqui na minha mochila, vai ficar grande em você mas melhor que ficar com a blusa manchada e molhada. — Hina ouviu a voz de Shori novamente, o adolescente estava encostado na parede do lado de fora do banheiro feminino.

— Obrigada, a saia nem vai incomodar tanto, o negócio é a blusa mesmo. — Deixou sua bolsa no chão e as folhas na bancada da pia, saiu do banheiro indo de encontro a Shori. — Que ótimo jeito de começar o semestre. — Bufou pegando a blusa branca que Shori a entregou e voltou para o banheiro.

— Os papéis mancharam muito?

— As primeiras folhas sim, espero que a professora não ligue pra isso... quem eu tô querendo enganar? Ele vai mandar eu e a Alya refazermos tudo. — Estalou a língua tirando a blusa molhada de café, vestiu a de Shori e a colocou dentro da saia. — E você? Tava me chamando por quê?

— A professora de dança quer disse que é pra refazermos a inscrição do curso de dança antes de irmos pra casa. — Pões a mochila nas costas ao desencostar da parede. — Passo na sua sala e vamos juntos com a galera refazer a inscrição. Boa sorte com a professora Yonta, vai precisar.

— Obrigada... — Murmurou desanimada e ainda desacreditada, o trabalho estava impecável, tudo perfeito, e agora está molhado, manchado e cheirando a café. — Maldito seja aquele filho da mãe. — Xingou baixinho pegando os papéis e os pondo em sua bolsa antes de sair do banheiro.

O Intercambista - KrysHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora