Capítulo 1 - Dylan Collins

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Uma vez mais, a Rua dos Iluminados amanhecia bela e amena naquele fim de primavera e início de verão, com um sol que surgia pouco a pouco no horizonte, majestoso e elegante. Em um canto ou outro, estavam árvores esverdeadas e polidas, as quais se estendiam ao longo da calçada, junto do pipilar de muitos pássaros alegres e fortes. E ali tudo parecia se encaminhar para não mais que um dia normal, mas, talvez, não para todos.

Aquela via ganhara o nome de Rua dos Iluminados, pois se acreditava que as pessoas, que ali moravam, eram afortunadas em vida e carregavam um espírito único, e, bom, isso fazia muito sentido, como em um caso no qual um homem chamado de Sr. Edward, que vivera ali há muito tempo antes, escapou da morte por três vezes e fora feliz em tornar seu projeto inacabado, um sucesso. Ou como no caso da Sra. Eva, uma pessoa bastante chique, que, nas paredes de sua casa, encontrara ouro antigo, em uma reforma, o que, à época, gerou um furdunço e pessoas à procura de riquezas em suas próprias casas (o que não dera em nada, é claro), enquanto outros surgiam de longe, buscando reivindicar o que, possivelmente, fora de seus parentes antigos, e isso acabou com grandes brigas judiciais, como esperado de coisas assim.

Consequentemente, há de se concordar que, decerto, essas pessoas foram bem afortunadas, e, talvez, outros daquela rua carregassem esse mesmo espírito bendito, porém, a Sra. Isabelle Collins não há de achar que possa ser afortunada. Os últimos dez anos foram os piores de sua vida, pois seu marido e mãe faleceram, em decorrência de enfermidades, restando-lhe apenas seu pai, o Sr. Albert, e o único filho, o jovem Dylan.

A verdade é que a Sra. Isabelle era uma mulher muito comprometida com o que fazia, e gostava bastante de ajudar as pessoas. Aliás, trabalhava como enfermeira em um dos hospitais da cidade, onde fazia tanto, que achava que seus fios de cabelo estavam a se tornar brancos antes da hora.

Ela detinha um belo cabelo louro escuro, olhos azuis-claros, pele clara e um elegante óculos quadrado.

Àquela altura do dia, a Sra. Isabelle estava à cozinha, onde preparava o café da manhã, enquanto seu pai, o Sr. Albert Collins, que possuía um belo e ondulado cabelo grisalho, olhos azuis e sempre usava chapéu boina, lia a um jornal do dia anterior enquanto sentado à sua confortável poltrona. Era alguém que gostava muito de futebol e, também, de caminhar pelas ruas da cidade, quando lhe ocorria a ideia, o que não era tão difícil de acontecer, odiava ficar parado, não teria se aposentado, caso não fosse pela insistência de sua amada e falecida esposa, tal como a de sua filha.

A família Collins vivia em uma casa padronizada às demais, porém, bastante bonita. Era tingida por uma cor acinzentada, e, em sua frente, jazia um bonito e curto gramado, em que se seguia uma pequena estrada no sentido a escada de acesso à porta da casa.

A sala de estar, a qual era interligada a outros cômodos, mesas, cadeiras, sofás e eletrodomésticos estavam todos bem arrumados, conforme a Sra. Isabelle gostava, pois possuía um senso excessivo por coisas bem organizadas e limpas. Ficava deveras ranhenta quando, volta e meia, encontrava algumas coisas fora do lugar, embora o Sr. Albert não achasse isso necessário, afinal de contas, pouco recebiam visitas. E, ainda na sala, uma escada amadeirada, em formato de L, seguia ao primeiro andar, onde ficava alguns dos quartos e, também, um sótão.

Ora, as horas estavam se passando rápido, e a Sra. Isabelle sentia que logo seria o momento de ter que acordar seu filho, o jovem Dylan.

Sendo aluno do Colégio Christopher Taylor, onde estuda com seus melhores amigos - Harumi e Ralph Taylor -, Dylan pratica artes-marciais há algum tempo, três anos para ser mais preciso. E, em meio a um quarto escuro, ainda que o sol batesse à janela, ele dormia tranquilamente, e nem foi necessário que a Sra. Isabelle fosse acordá-lo: o irritante despertador efetuou isso por ela, fazendo o garoto despencar da cama assustado; certamente, isso não foi algo esperado por Dylan, estava a sonhar algo tão bom relacionado a seu futuro, que mal acreditava que seu despertador fosse ser tão repulsivo àquele momento, porém, já que estava acordado, devia se movimentar, então, desligou o despertador antes que sua mãe fosse reclamar.

O Guerreiro do Amanhã: Jornada nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora