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Assim que Ártemis viu Órion se aproximando, sorriu ao perceber o orgulho nos olhos do homem.
- Terminei a primeira tarefa, minha deusa - disse Órion, jogando as peles dos lobos aos pés de Ártemis.
- Me parece que não - a deusa apontou para o lobo gigante que caminhava ao lado de Órion.
- Não se incomode com Nychta, ele se rendeu a mim.
- Sua tarefa era derrotar os três lobos.
- Não lhe parecem derrotados?
Ártemis sorriu ao ouvir a insolência de Órion, um dos poucos que haviam tido tal ousadia em sua presença e não se arrependeram.
- Bem... imagino que sim. Posso presumir que está pronto para sua próxima missão?
- Quanto antes eu me for, mais rápido voltarei.
- Não se ofenda, mas sua insolência e arrogância me faz desejar que esteja errado. Tudo bem então. Conhece a cidade de Lianor?
- Já fiz uma ou duas visitas.
- Vá até essa cidade e pergunte sobre a maior calamidade de seus tempos. Mate a criatura que assola as terras de Lianor e volte para mim. Estou ansiosa por lhe dar a terceira tarefa.
Ainda naquele dia Órion partiu, tendo em sua companhia apenas Nychta e a memória da incrível Ártemis. Não foram necessários muitos dias de caminhada para que chegassem na cidade de Lianor. Não era um lugar muito grande, mas com certeza não chegava a ser decepcionante. As ruas eram limpas e as construções feitas com afino.
O povo corria e se escondia à passagem de Órion, tamanho era o medo que seu lobo negro causava. Não demorou muito para que uma dúzia de guardas os cercassem com suas lanças, fazendo Nychta mostrar os dentes e rosnar ferozmente.
- Calma rapaz - Órion acariciou o pelo do animal.
- Quem é você? - perguntou o chefe da guarda.
- Me chamo Órion. Vim para ajudá-los.
- Não há ajuda nenhuma em trazer um lobo selvagem às nossas ruas. Vá embora agora ou mataremos você e essa fera.
- Mostre gratidão, homem! Vim aqui para acabar com a sua calamidade.
Os guardas trocaram olhares cheios de dúvidas.
- O que sabe sobre nossa calamidade?
- Nada. Mas vou acabar com ela.
- Você é louco! Não sabe nada sobre nossos infortúnios e ainda se diz capaz de resolvê-los?
- Escute aqui, rapaz. Fui mandado por Ártemis para livrá-los de sua calamidade, então não me interessa o que ela é, apenas vou destrui-la.
- Ártemis o mandou? - um guarda perguntou.
- Estamos salvos - disse outro.
- Conversa! - respondeu o chefe da guarda - Acha que acreditarei em uma história dessas? já faz mais de um ano que ele assola nossas terras. Já pedia ajuda a Ártemis, Zeus e ao próprio Hades; ninguém veio nos ajudar.
