até você pedir ᩡ BINSUNG

capítulo único

Sentados na mesinha de sempre no fundo da cafeteria da faculdade, Jisung e Jeongin conversavam sobre a vida amorosa fracassada do Han. Ou melhor, Jeongin tomava seu milkshake de morango enquanto Jisung reclamava de suas frustrações causadas por suas próprias expectativas.

— Você sabe que pode resolver seu problema quando quiser, não é? Quer dizer, Seo Changbin já deixou mais do que claro que ele quer te dar uns beijos, é só você falar "vamo" que ele vai. — Jeongin resolveu se pronunciar pela primeira vez em quase vinte minutos e o Han preferia que ele tivesse continuado calado.

— Você tá de sacanagem? Seo Changbin é só um metidinho a macho alfa de nariz em pé, ele anda pelo campus desfilando com aquelas tatuagens amostra achando que todo mundo cai de amores por ele, mas ele é só um convencido de merda. —  A carranca que se formou no rosto do loiro era engraçada, o biquinho nos lábios e os braços cruzados só o deixava mais fofo.

— Bom, na verdade todo mundo cai de amores por ele mesmo. Acho que você é a única pessoa que eu já ouvi falando mal dele. Ele é legal, Sungie, e as tatuagens só deixam ele ainda mais sexy, você devia dar uma chance. — deu de ombros como se não se importasse, mas realmente queria que Jisung pudesse conhecer melhor seu outro hyung.

— Vai sonhando! Daquela água nunca bebereis. — Jisung parecia tão certo do que dizia, mas Jeongin conhecia o melhor amigo que tinha, já ouvira aquele discurso antes e sabia como terminava.

— Você ainda não aprendeu que não se deve falar "nunca"? Você vai pagar com a língua, anota o que eu tô te falando.

— Que nada! Eu quero distância do Changbin!

— Falando de mim, meu amor? Não me diga que sentiu minha falta. — Jisung engasgou com o latte macchiato que tomava ao ouvir uma voz rouca falar ao pé de seu ouvido. Não precisava se virar para saber quem era, ele reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

— Falando no diabo... Até parece praga, não pode falar que aparece. — Jisung falou enquanto pegava um guardanapo pra limpar o rosto sujo de creme. Changbin se esgueirou pelo banco, sentando-se ao seu lado e passando um dos braços pelos ombros do Han.

— Assim você me magoa, bebê. — respondeu com sorriso irônico.

— Eu não poderia me importar menos, Seo. — revirou os olhos. Jeongin apenas assistia a interação com um sorriso contido nos lábios. Para o mais novo, sem sobra de dúvidas havia uma certa tensão entre seus hyungs.

O Yang conhecia Jisung melhor do que ele mesmo e não hesitava em dizer que aquela atitude de menino marrento do melhor amigo era só pose, e Changbin não tinha dificuldade alguma de acabar com ela. Quer dizer, o Han dizia que não gostava do mais velho por perto, mesmo agora com ele ali grudado em si, praticamente em cima do loiro, não tinha vergonha de dizer que sua presença o incomodava, mas a verdade era que Jisung poderia facilmente empurrar Changbin se quisesse, mas ele nem ao menos fazia menção de que faria isso. Para Jeongin, ações sempre valeram mais do que palavras. Em sua opinião, o desgosto que Jisung dizia sentir por Changbin era só da boca pra fora e não passava de tesão reprimido e acumulado. O garoto saiu de seus pensamentos quando ouviu Jisung brigando com o Seo. De novo.

— Por que você não senta logo no meu colo em vez de ficar me espremendo?! — Changbin estava muito colado em si. Secretamente ele gostava do calor gostoso que vinha do corpo tatuado do moreno, mas não deixaria que ele soubesse. Voltou a beber o latte para disfarçar.

— Eu posso? — perguntou animado, recebendo um olhar mortífero do outro.

— É claro que não, imbecil! Você nunca ouviu falar em espaço pessoal, não? — O moreno passou a encarar o rosto de Jisung seriamente e foi se aproximando, cada vez mais perto do rosto do Han, achando graça quando ele fechou os olhos.

Jisung sentiu um dos dedos de Changbin passar pelo canto de sua boca e mais nada. Abriu os olhos, olhando-o confuso.

— Você achou que eu fosse te beijar, não é? — Não recebeu resposta, mas as bochechas levemente vermelhas não mentiam. — Apesar de eu querer muito, não vou te beijar até você pedir que eu faça isso, Sungie. — Sorriu pequeno e deu um beijinho na testa do mais novo antes de se levantar. — Te vejo por aí, bebê. Até mais, Innie.

Changbin simplesmente saiu como se não tivesse deixado um Jisung perplexo para trás. Jeongin só ria da cara do amigo.

— Eu acho incrível como o hyung te deixa todo boiola, mesmo você não admitindo.

— Cala a boca!

Jeongin passou longos minutos ouvindo Jisung reclamando de como Changbin era excessivamente confiante, mas ele nem se importava, sabia que em pouco tempo o amigo estaria se afogando na água que disse que nunca beberia.