Marichelo: Any! – Chamou-me da porta. Eu me virei para ela e corri ao seu encontro.
Anahí: Oi, mãe. – Cumprimentei-a num abraço apertado. Olhei para trás e vi que Alfonso vinha andando em nossa direção. Deus, onde eu estava com a cabeça quando compactuei com aquilo? – Aquele é Alfonso. O cara que eu te falei. – Sussurrei.
Marichelo: Ah sim, o seu chefe bonitão. – Comentou – Ele é mesmo muito bonito.
Anahí: Mãe! – Chamei a sua atenção. Mais idiota ainda eu fora em contar para a minha mãe tudo o que vinha acontecendo dentro de mim quando se tratava de Alfonso. Mas também pudera, dona Marichelo não era boba. Eu nunca conseguia esconder nada dela. Ela tinha a capacidade de decifrar até os meus sentimentos mais obscuros.
Marichelo: Seja bem-vindo, Alfonso. – O saudou, abraçando-o.
Alfonso: Tão bonita quanto a filha. – Disse galante. Eu revirei os olhos, por mais que ele tentasse se conter, era inevitável que soltasse algum dos seus galanteios. Talvez isso fosse intrínseco dele.
Marichelo: Obrigada! – Respondeu com um sorriso de orelha a orelha, como quem diz ‘Vai nessa filha’. – Vamos entrar! Seu pai está na cozinha. Preparando aquela carne assada que só ele sabe fazer. – E que só fazia quando era alguma ocasião especial. O que me fez pensar que eles estavam dando importância demais àquele relacionamento que nem sequer tinha começado.
Quando entramos meu pai estava de avental, colocando a sua especiaria na mesa.
Enrique: Any, – Sorriu ao me ver – e você... – Correu os olhos por Alfonso – Alfonso, certo?
Alfonso: Certo, senhor. Muito prazer. – Estendeu-lhe a mão. Meu pai, com aquele ar desconfiado, o cumprimentou. Sabia que se deixasse ele faria milhões de perguntas a Alfonso, para depois dar o seu veredicto, dizendo-me se ele era ou não boa companhia.
Por sorte o jantar foi leve e agradável. Okay, vou ser mais clara. Meu pai não o pressionou com um interrogatório maçante e minha mãe não deixou escapar nenhuma das suas frases motivadoras, como ‘Espero que vocês dois deem certo’ ou ‘Parecem que foram feitos um para o outro’.
Depois do jantar, minha mãe sugeriu que eu levasse Alfonso para conhecer o resto da casa. Levei-o até os outros cômodos, detendo-me no meu antigo quarto. Minha mãe tratava de mantê-lo arrumado, para as vezes que eu ia passar uma temporada na casa dos dois. Fotos antigas e coisas que eu já nem lembrava que existiam enfeitavam as paredes e as estantes daquele lugar que me fazia recordar os melhores anos da minha vida.
Alfonso: É você? – Perguntou-me enquanto observava uma foto na parede.
Anahí: Sim – Parei logo atrás dele dando atenção à foto que ele olhava – Tinha uns 3 anos.
Alfonso: Tinha o mesmo olhar que tem hoje.
Anahí: Você acha?
Alfonso: Acho. – Disse virando-se para encarar-me – Eles meio que hipnotizam.
Anahí: Eles ‘meio que’ hipnotizaram você? – Ele assentiu, e eu boba deixei escapar um baixo suspiro. Por sorte acho que ele não o ouviu, o que não diminui o fato disso ser absolutamente tolo. – Vamos, quero te mostrar uma coisa. – O puxei pela mão saindo do meu quarto.
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Palavras, apenas palavras
FanfictionPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...