Capítulo Sessenta e Nove.

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✨Lembrando que no capítulo passado, Nashi estava com 7 meses e nesse 11.✨

Boa leitura!

~•~

Meu celular tocou pela milésima vez naquela noite. Natsu, minha mãe, meu pai até Cornélia e Gildarts me ligaram. Todos deviam estar muito preocupados comigo e eu não tiro a razão de ninguém. Por saber que eu estava errada, desliguei o aparelho.

Chegava do trabalho 18 horas ou um pouco mais tarde, mas nunca passava de 19h20. Agora eram 20h30 e ainda não havia pisado em casa. 

Sabia que eles estavam preocupados e tinha consciência do quão irresponsável eu estava sendo, mas me sentia péssima no momento e não queria ver ninguém. Isso incluía minha família, principalmente Nashi e Natsu. 

Olhei o céu estrelado e me concentrei no barulho das ondas do mar. 

Eu não devia estar aqui, mas não queria estar em outro lugar. Não queria que Nashi sentisse e absorvesse essa energia negativa.

— Eu sou tão… E nem posso beber.

Já tomei minha cota hoje. Uma única taça de vinho. Foi isso que a médica me disse ser o limite. Bom, não exatamente esse, mas quanto mais beber, mais levarei para expulsar do organismo e enquanto isso, não poderei amamentar. 

Uma taça = 2 horas.

Andei até a margem. Sentia a água nos meus pés e eles afundavam na areia. A cada passo, a água batia um pouco mais alto. Não, a maré não estava subindo, eu que entrava no mar. Sim, de roupa e tudo. Não fui a primeira e nem serei a última pessoa triste, desiludida, desesperada e decepcionada a entrar no mar dessa forma. 

Mergulhei, mas não fiquei submersa. 

— Puta que pariu! Que fria!

A água gelada foi o suficiente para me fazer cair na real. Eu precisava voltar. Tinha uma filha agora e não podia agir desse jeito impulsivo, mesmo que estivesse muito triste, não podia simplesmente desaparecer. 

"Será que Natsu está com muita raiva por eu não atendê-lo? Espero que não, pois o que mais quero é seu consolo."

Se eu pegar um Uber ou táxi molhada assim, terei que pagar a lavagem. Caminhei pela orla, com a intenção de secar a roupa no corpo. 

— Desculpa. – pedi ao esbarrar em alguém.

Eu estava descalça e por isso meus pés doíam, mas não tanto quanto minha cabeça.

Se eu pudesse, passava à noite nessa praia, mas não podia. Dessa vez, não poderia fugir para lugar nenhum.

Pelo menos eu não estava chorando. Na verdade, queria chorar, mas não conseguia.

Liguei o aparelho e várias mensagens chegavam ao mesmo tempo, até travou. Ignorei tudo, abri o aplicativo e pedi o carro. Não demorou muito e ele chegou.

— Boa noite.

— Boa noite.

Peguei o espelho na bolsa e olhei meu reflexo. Me arrependi na hora. Apesar de não ter chorado, me senti mais triste ao olhar meu rosto. Guardei o espelho e encostei a cabeça no encosto do banco.

Em um pouco mais de 40 minutos, o carro parou na porta da minha casa. Do meu lar. Segurei os saltos, a bolsa e desci. Encarei a fachada e suspirei. Andei lentamente em direção à entrada. 

Sentia-me envergonhada, mas acho que isso é normal.

Estava triste, mas ainda não conseguia chorar.

Apenas Um Mês... ou Talvez Mais! [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora