Prólogo

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- Bem vinda a sua nova casa, filha! – meu pai disse deixando minha última mala no chão e respirando fundo enquanto me olhava.

- É. – respondi e logo comecei a abrir minhas malas.

- Você quer ajuda? Eu posso pedir piz...

- Não. Eu me viro. – eu disse interrompendo-o.

- Ok.

Logo em seguida meu pai saiu do quarto me deixando sozinha. Olhei para as três malas no chão e respirei fundo, que merda! Meu maior pesadelo havia acabado de se tornar realidade: precisei deixar para trás toda minha vida em Manhattan e me mudar para Connecticut com o meu pai. Nunca acreditei que as coisas fossem chegar nesse ponto, ok, minha mãe ameaçava o tempo todo me mandar morar com o meu pai, porém nunca achei que ela realmente fosse fazer isso! É, ela fez.

A verdade é que eu e minha mãe nunca demos certo juntas, desde que ela e meu pai se divorciaram as coisas ficaram muito difíceis, brigas o tempo todo e discussões sobre tudo. Não é que eu não a ame, eu amo, mas imagine duas pessoas de personalidades completamente opostas vivendo sozinhas. Acredite, não era nada fácil. Mas apesar disso, eu nunca quis sair de lá, eu amava Manhattan e também a liberdade que eu tinha vivendo lá.

Agora tudo seria diferente, eu vou ter que viver sob as regras do meu pai! Na verdade, boa sorte para ele com isso. Se bem que não acho que ele esteja muito otimista, Joseph conhece a filha que tem, e minha mãe fez questão de deixa-lo a par de tudo o que aconteceu na nossa última briga.

Agora você deve estar pensando "Nossa, Alisson, mas o que você fez de tão errado assim ao ponto de sua mãe mandar você embora?", então... Tudo começou na noite de Ação de Graças, minha mãe havia preparado um jantar especial para apresentar seu novo namorado para a família e eu fiz questão de não comparecer. Mais que isso, fiz questão de sair com meus amigos para beber, o que resultou em vários adolescentes bêbados chegando no meu apartamento no meio do jantar e arruinando tudo. Antes que você me odeie, essa parte não estava nos meus planos. Nós estávamos bebendo e fumando no Central Park quando de repente começou a nevar, e infelizmente o meu apartamento era o mais perto. Uma semana depois, aqui estou eu, vivendo em uma cidadezinha de Connecticut, completamente o oposto de Nova York. Isso não vai dar certo.

[...]

- Conseguiu se acomodar no quarto? – meu pai perguntou enquanto eu colocava um pedaço de pizza no meu prato.

- Sim, foi rápido. – eu respondi dando uma mordida na pizza. – Essa pizza é definitivamente melhor do que as de Nova York.

- Se é que você pode chamar aquilo de pizza, Ali! – meu pai disse rindo e eu ri junto, era com estar com ele. – Filha, eu sei que essa mudança repentina estava longe dos seus planos, mas eu realmente quero que isso de certo, sabe? Dê uma chance para isso, uma chance para mim.

- Olha pai, eu admiro o seu esforço e tudo mais, mas eu não to afim de falar sobre isso, ta? Eu já entendi que não tem outra opção, então... – eu disse dando de ombros e em seguida o silêncio tomou conta da cozinha até o final do jantar.

Eu sou a pior filha do mundo.

[...]

Meu celular despertou às 7:00 e eu abri meus olhos lentamente enquanto me acostumava com a claridade que entrava pela janela. Sentei na cama e olhei ao redor lembrando que eu não estava mais em Nova York e essa era a minha nova casa. Senti um embrulho no estômago ao pensar em tudo que eu havia deixado para trás, minha escola, amigos, festas, rotina, minha mãe, tudo...

Levantei da cama e logo comecei a me arrumar para a escola, em questão de 20 minutos estava pronta. Peguei minha mochila e sai do quarto, assim que cheguei no andar de baixo da casa pude ouvir meu pai cantando na cozinha totalmente desafinado: What am I gonna do when the best part of me was always you? Yeaaaaah

- Bom dia? – eu disse rindo e sentando perto da bancada.

- Bom dia. Panquecas? – eu assenti com a cabeça e ele serviu uma em meu prato. – A receita é a mesma de quando você era criança, espero que goste.

Deliciosas como sempre, sorri para ele e continuei comendo.

- Quer que eu te acompanhe até a escola hoje, Ali? – meu pai perguntou.

- Joseph, fala sério. Eu já estou bem grandinha, posso ir para escola sozinha.

- As chaves do carro estão na bancada ao lado da porta, Alisson – ele respondeu debochando que eu havia o chamado pelo nome.

- Tchau! – gritei fechando a porta da casa e indo em direção ao carro.

[...]

Dez minutos depois eu estava estacionando o carro em frente a escola, olhei pela janela e fiquei observando a construção por alguns segundos, meu Deus, essa escola não é nem metade da que eu estudava em Nova York. Vamos lá, Alisson, vamos começar com o pé direito, chega de pensamentos tão negativos.

Sai do carro e caminhei com calma até a escola, era tudo tão diferente. Assim que entrei lá, recebi vários olhares, claro, que tipo de pessoa troca de escola faltando duas semanas para os feriados de final de ano. No final do corredor pude ler uma placa "Secretaria", ótimo, era lá que eu precisava ir.

Mark's P.O.V

Mais uma semana de aula começando, cada vez mais perto do final do semestre, finalmente! Eu estava no corredor da escola conversando com Maximo e Luca enquanto o sinal não tocava para irmos para a aula, o mesmo papo de sempre: garotas e futebol.

- Esse fim de semana meus pais vão estar em Hartford em um seminário, o que vocês acham de uma festa? – Luca disse.

- Sei lá. – respondi desanimado observando as pessoas no corredor da escola.

Meus pensamentos estavam distantes, não havia dormido muito na noite passada mas ao ver aquela garota entrando pela porta meus olhos ficaram presos nela. Morena, com olhos verdes e grandes, e que corpo era aquele? Caramba.

- Quem é aquela? – eu perguntei acompanhando com os olhos enquanto ela andava pelo corredor.

- Eu não faço ideia. – Maximo respondeu – Nossa!

Assim que ela passou por nós três no corredor pude perceber o quanto ela era linda, eu nunca havia a visto antes, mas eu queria muito conhece-la. Logo em seguida o sinal tocou, fui andando até a sala de aula enquanto olhava em todos os cantos do corredor para ver se a encontrava de novo, eu não conseguia parar de pensar em quem era aquela garota. 

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⏰ Last updated: Apr 13, 2020 ⏰

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The boy next door | Mark AnastasioWhere stories live. Discover now