CONVERSA MAIS DO QUE NECESSÁRIA

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 Rafael precisou amparar a sua namorada, que por muito pouco, não havia desmaiado; diante da mulher, que estava vendo, bem ali á frente dela. Parecia completamente inverossímel. Mas, estava vendo Marina.

Não era á toa então, que se encontrava totalmente lívida, tal qual uma folha de papel. Não era todos os dias, porquanto, que alguém, se via, frente á frente, com uma espécie de visagem.

Sim!... Porque era isto, o que Marina parecia.

Um espírito do mal, vindo diretamente das profundezas do inferno, para atormentar a todos eles. Como se já não fosse o bastante, á quantidade de problemas, que todos já possuíam.

Somente não poderia explicar, como isto, poderia estar sendo possível. Como tinha á ex amante de seu irmão, diante dos seus olhos. Tendo em vista, de que ficara sabendo que a mesma, havia morrido no parto de Nayanny.

As duas mulheres, não tinham a menor ideia, do que poderiam dizer uma á outra. Pois, tantas coisas, haviam acontecido na vida delas; no período, em que não se viram!... E isto, fazia tanto tempo; que até pareciam terem se passado séculos!...

Além do mais, jamais haviam sido amigas. Tendo em vista, que Milena, no passado, era totalmente louca por Paulo; que na época, era o esposo de Marina.

Não teria como, portanto, terem uma relação de amizade. No máximo, de cordialidade. E mesmo assim, á muito custo.

Todas estas situações somadas, modificaram á vida de todos eles e os marcaram de modo irremediável e para todo o sempre. Sobretudo, a de Milena e Paulo, vítimas da falsa morte de Marina.

Quanta dor e sofrimento, esta criatura, lhe trouxera!... E refletir que tudo isto, poderia ter sido evitado; se a mesma, não tivesse simplesmente "evaporado no ar"!... E como é que agora, tinha a cara de pau, de retornar assim, sem mais nem menos!?

Qual seria, á intenção dela, desta vez!?... Bagunçar de novo, á existência de todo o mundo, justo agora, que parecia, que tudo estava se encaminhando, para um final mais calmo e feliz!?

Ao pensar nestas coisas, á primeira, sentiu um ódio, quase que mortal da segunda. Como ela, pudera ser tão sórdida!?

Como pudera, fingir que tinha falecido e com isto, ter causado tamanho sofrimento, a todos eles!? Era impossível que o egoísmo dela, fosse tão desmedido, que a fizera arquitetar este plano; para que todos acreditassem que estivesse morta, por um mero capricho insano.

Ninguém, poderia ser tão pérfido, á ponto de planejar em minúcias, que todos a creditassem falecida; tão somente, para alimentar o seu próprio ego. Pois isto, seria bem mais do que egocentrismo. Seria total loucura.

Vendo tamanha á fúria, com que era olhada; Marina,sem nem saber porquê, se sentiu ultrajada.Tinha a plena consciência de se saber ser merecedora deste olhar.

Mesmo assim, não conseguiu evitar, sentir esta sensação. Era como se algo, bem no fundo de si mesma; estivesse gritando, que á irmã de seu grande amor, não possuía o menor direito de a julgar.

Afinal de contas, quem esta "piralha", pensava que era; para a mirar deste modo, com tamanha altivez!?... Achava por acaso, que também, nunca havia errado em sua vida e nem jamais, iria errar!?

Mesmo pensando deste modo,no entanto, decidiu contemporizar. E achou por bem, encontrar alguma coisa, que pudesse justificar, o fato de estar viva.

Resolvera enfim, que deveria dizer algo, que pudesse ao menos, tentar explicar, a sua presença ali. Só não sabia, o que poderia falar. Mesmo assim, tentou.

- Creio...que você...deva estar se perguntando...como é que eu...posso estar...viva!... Não é, Milena!?

Tentando ao máximo, segurar á raiva que a acometia neste instante, á outra, respirou bem fundo. E apenas, quando se acalmou um pouco, respondeu; não sem uma boa dose de ironia:

Amor Além da Vida( Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora