Ela nunca foi de reclamar dos seus problemas, mas no fundo no fundo eu sempre soube que algo lhe perturbava, aos poucos ela foi se soltando e depois de muita conversa me confessou que estava vivendo um relacionamento abusivo.
Que ela não amava mais o seu namorado e que não sabia nem qual era o nome do sentimento que sentia por ele, que realmente estava em um beco sem saída e não sabia como sair disso, muito perdida e confusa, eu sempre achei desleal falar de outra pessoa, então dei os melhores conselhos que eu pude dar sendo imparcial.
Na verdade ela estava vivendo um processo de libertação, e nesses casos a gente não tem muito o que falar, e foi isso que eu fiz. Me acostumei a vê-la triste pelos cantos, inquieta, sempre correndo pra casa, muitas das vezes eu joguei o meu sentimento de lado e fiz papel de psicólogo.
Eu conseguia separar o sentimento da razão, só que em um determinado momento não consegui mais, aquilo já estava me agoniando, ficava indignado, como uma pessoa se sujeitava a tão pouco, aquilo pareceria um veneno que me matava aos poucos, afinal ninguém gosta de ver quem a gente gosta indo para fundo do poço.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Seu nome tem seis letras
Short StoryO destino fez questão de cruzar a história desses dois. Ele, recém reparado. Ela, vivendo um relacionamento abusivo. Juntos descobrem que o fogo do desejo queima, mas também aquece...