Compreensão, aceitação, alívio.

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– Tens certeza que não podem ficar mais? – A mulher ruiva de olhos azuis celestes perguntou esperançosa ao tocar as mãos do irmão gêmeo sob a mesa. –

– Não podemos Anna, embora eu queira realmente. Senti sua falta! – A mão masculina apertou suavemente a outra junto a sua. – Inglaterra não pode ficar sem seu rei, e tem Emma que mesmo sob os cuidados de Cora, ainda é minha filha.

– Entendo! – Seu tom era de desapontamento embora sincero. – Deveria mandar a jovem loira para cá em algum momento, de preferência antes de se casar. – Seus olhos reviraram ao falar sobre o suposto "casamento". – Aliás, diga-me, porque ela irá se casar tão jovem? Não me faça acreditar que isso seja um plano daquele conselho estúpido? – Ambos riram. –

– O conselho citou isso mêses atrás, mas não levei para frente, para respeitar os desejos de Emma. Até que o jovem Jones a pediu, e ela aceitou! – O homem deu de ombros ao ouvir a irmã bufar. – Foi decisão dos dois. – Terminou. –

– Deveria vir conosco Anna, certeza que Emma adoraria lhe ver. – Fora a vez de Snow pedir após passar longos minutos em silêncio a mesa. – Já se passaram anos desde a última vez que a viu, e ela me cobrou sua próxima aula… Você sabe, com a espada. – Ela deu de ombros antes de provocar o homem. – Porque, palavras dela, David não sabe usar uma espada como você. – Todos riram. –

– Pelo visto minha sobrinha entende que nenhum homem segura tão bem uma espada, quanto uma mulher. – Empurrou suavemente o irmão com o ombro. – É duro aceitar a verdade não é mesmo? – Deixou uma piscadela. –

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– Onde diabos o senhor pensa que vai? – Os seguranças do local o barraram no hall da escada ao tentar subir. – Não pode subir! – Um dos homens o tocou no ombro indicando a saída. –

– Eu preciso subir… Vocês não entendem. Senhorita Lucas está correndo perigo… Me deixem passar… – Sua tentativa de persuasão não estava funcionando e percebeu isso ao ver que os homens permaneciam parados no mesmo lugar. –

        Não tendo êxito o rapaz se afastou demonstrando ter desistido e caminhou pelo restaurante a fim de fugir da visão dos dois homens. Em uma das paredes próxima da enorme escadaria havia uma cortina que caía da sacada do andar de cima até o chão e seria através da mesma que o carteiro teve a brilhante ideia de seguir com seus planos. Seus olhos fixaram no alto da sacada, para evitar se desequilibrar e cair, se isso acontecesse e os seguranças o pegassem tentando invadir os aposentos de Ruby, poderia até ir preso.
       As pontas de seus dedos tocaram o piso em madeira do andar superior e procurando não fazer barulho conseguiu subir o resto de seu corpo. Traçou uma linha de raciocínio tentando mapear onde seria o quarto da morena. Ao chegar ao fim do corredor silencioso tocou o chão abaixo da porta e sentiu a brisa fria que vinha atrás da mesma, instintivamente levou a mão a maçaneta tentando abrir a porta e percebendo que a mesma estava trancada.

– Ei, senhorita Lucas? Pode me ouvir? Abra a porta, você ficará bem… Eu prometo… Só me dei,e entrar. – O silêncio do outro lado era desesperador e o jovem carteiro temia por algo acontecer a morena do outro lado da porta. –

– O que está fazendo aqui? – A voz da mais velha ecoou sobre o corredor extenso e mal iluminado. –

– Eu posso explicar senhora Lucas. – Bufou nervoso enquanto erguia as mãos. – Eu estava na calçada e a senhorita Lucas parecia atordoada… – A senhora o encarava de braços cruzados e olhar furioso. – Ela está no parapeito da sacada, e ela parece que… Ela parece estar muito… Ela vai cair de lá. Mas a porta está trancada.

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⏰ Última atualização: Apr 14, 2020 ⏰

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