Capítulo 15

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Nell Dornan

3 dias depois...

- Mamãe, vou indo.

Aviso a minha mãe, que se está a preparar para ir trabalhar. Meu pai teve que sair maus cedo, tinha uma urgência no trabalho.

- Tá bom, filha. Se acontecer alguma coisa, me ligue.

No nosso passeio, meus pais insistiram em me comprar um celular, para eu puder ir dizendo como estou, ao longo dos dias.

Eu estou feliz, porque meus pais estão diferentes. Eles parecem mais felizes. Eu também estou, mas ainda sinto que é muito cedo para dizer que estou verdadeiramente feliz.

- Sim, mamãe. Te amo.

- Também te amo.

Saio do seu quarto e vou para a frente de casa, esperar o ônibus da escola. Assim que ele chega, entro de cabeça baixa e vou para o meu lugar do costume.

Demoramos mais ou menos 10 minutos a chegar. Eu podia ir a pé, mas papai não me deixa. Tenho apenas 10 anos e ele tem receio que me acontece algo. Se ele já não me deixava antes de eu ter isto, agora é que não me vai deixar mesmo.

Assim que saem todos do ônibus, eu saio. Eu não gosto de confusões. Gosto de paz e sossego. Entro no Colégio e vou logo para a sala. O sinal está quase a tocar, e eu prefiro vir nas calmas para a sala, do que a correr, como 70% dos alunos fazem.

Me sento no meu lugar. Ao meu lado tenho uma aluna nova. Ela entrou ontem. Ela é simpática. Pelo que percebi é Espanhola.

Não demora e alguns alunos começam a entrar. Começo a me sentir sufocada. Tiro o casaco e o penduro nas costas da cadeira. Tiro os meus materiais e começo a controlar a respiração.

Bárbara entra, com um sorriso lindo no rosto. Ela se aproxima da mesa e me vem dar um beijo no rosto.

- Bom dia. - ela me olha séria. - Você está bem?

- Bom dia. Sim estou.

- Você parece com calor. Tem as bochechas vermelhas.

- Deve ser por ter vindo no ônibus. Lá estava muito abafado.

Ela me olha desconfiada, mas não diz mais nada. Bárbara não sabe ainda das minhas crises e espero que nunca saiba.

O sinal toca e não demora para todos os alunos entrarem a correr, antes do professor.

Quando o professor entra, parece que o ar desaparece. Pego num caderni e comeco a abaná-lo à frente da minha cara, mas não resulta. Pego na minha garrafa de água e bebo um pouco.

Sinto os olhos da minha colega de mesa sobre mim.

- Você não quer até lá fora?

- Não. Isto... já passa.

Volto a tentar prestar atenção à aula, mas sem sucesso. Levanto o braço e quando o professor me dá autorização para falar, pergunto se posso ir lá fora e ele autoriza.

Os professores sabem da minha condição e muita das vezes nem me perguntam para o que é; eles apenas dizem para eu pedir ajuda.

Saio da sala a correr. Entro no banheiro e tranco a porta. Me aproximo do lavados e passo agua pela minha cara.

Porque eu estou assim?

Eu estava indo tão bem.

- Nell? - ouço a voz de Bárbara. - Abre, por favor.

Do Ódio ao Amor (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora