I was 14 he was 17 [EDITADO]

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Peter acordou tarde, já passando das dez da manhã. O último CD que Nanna colocou para tocar na noite anterior ainda tocava; "Love Love Love" ecoava pelas paredes do quarto. "Você ama, ama, ama quando sabe que não pode amar".

-Muito obrigado, Of Monsters and Men, por me saudar com essa mensagem de motivação.

Se levantou da cama com o maior cuidado possível para não acordar Nanna. Desligou o aparelho de som e foi até a escrivaninha, onde estava seu celular, e viu as quinze mensagens de Lolita White, a menina mais rodada que ventilador no verão.

Peter deu alguns beijos na garota, e apertou seu peito sobre a camisa do colégio. Só havia feito isso porque Lolita o chantageou, dizendo que contaria para a escola inteira que ele tinha clamídia se não ficasse com ela. Obviamente, o garoto não tinha clamídia. Mas não seria legal a escola inteira achar que ele tinha. Porém, o que Lolita queria na verdade, era contar para suas amigas que ela ficou com Peter Demarco.

"oi gato, meus pais não tao em casa rs

[...]

pq vc não me atende???

MEU QUERIDO EU TO QUERENDO DAR PRA VOCE ATENDE ESSA MERDA

[...]

acho que vc deve ta dormindo

é uma boa hipótese"

Peter revirou os olhos ao terminar de ler as mensagens, e se virou, vendo Nanna acordar. Seu cabelo estava bagunçado, e ela tinha uma leve olheira debaixo dos olhos.

-Você fica bonitinho sem óculos. – Ela disse, com a voz um pouco rouca.

Foi então que Peter percebeu que estava sem seus óculos pretos e estava vendo um borrão em sua frente. Não tinha ideia de como conseguiu enxergar a garota. O menino foi até a cômoda do lado da cama e pegou seus óculos, e os colocou em seu rosto.

Ele olhou primeiro para Nanna, depois para a janela, Nanna, janela. A garota também olhou para a janela e viu o que Peter estava vendo: neve, branca e pura, caindo do céu.

-Guerra de bola de neve? – Perguntou.

-Guerra de bola de neve.

Um sorriu para o outro, e foram correndo para fora de casa até o jardim da frente. Cada um fez, rapidamente, seu forte e sua munição, e a guerra começou. Naquela hora, não havia amizade nem amor: era cada um por si.

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Duas horas depois, os dois amigos se jogaram na neve e começaram a fazer anjos com os braços e pernas; estavam muito cansados para guerrear. Nanna ganhou a guerra com muito esforço, suor e até um pouco de sangue, pois achou que seria clichê demais deixar Peter ganhar.

As barrigas deles começaram a roncar e decidiram entrar novamente dentro de casa. Foram direto para a cozinha; na porta da geladeira havia um post-it colado escrito pela tia da garota, dizendo que só voltaria tarde da noite. Nanna fez chá para ela e chocolate quente para Peter, o que a garota achou um pouco infantil: um menino de 16 anos que insistia em tomar chocolate quente em dias frios.

A bebida dos dois ficaram prontas e foram até a sala de estar, e se sentaram nos sofás. A sala era pequena, com dois sofás de couro preto e um rack com uma televisão de tela plana. Em uma das paredes azuis, várias réplicas de pintores como Gauguin, Frida Kahlo, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Munch e muitos outros estavam penduradas.

Peter e Nanna olhavam para as pinturas, vidradas, enquanto se aqueciam com suas bebidas. Durante a observação, Peter disse:

-Estou com fome. Vamos pedir uma pizza?

Little Trouble Girl, Little Trouble BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora