Azul turquesa.

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#EstranhoHeroi

Eu durmo pelado... e vou dormir do seu ladinho.

Certo. Eu fui um filho da puta, mas vamos ressaltar aqui; sou obrigado a ter empatia?

O olhar de espanto dele me fez ganhar a noite, podia sentir que seu globo ocular saltaria para fora à qualquer momento. Meu nível de provocação deve estar muitos números acima do dele, isso é uma linda massagem no meu ego. Todavia, eu não havia calculado às situações cujas eu poderia me encontrar em alguns instantes. Eu tenho pequenos bichinhos em meu cérebro que gritam ao mesmo tempo "faz, faz, faz. Nem questiona, apenas faça".

E eu estava lá, de cueca e, de quebra, de frente para o loirinho tatuado. Como eu disse que não calculei nenhuma situação que poderia ocorrer depois daquilo, bom, eu não calculei mesmo!

O rosto do loirinho foi voltando ao normal e aquele sorriso sacana apareceu de novo, bem de ladinho. O que poderia acontecer? Ele me agarraria ali mesmo? Ou...

— Gosta do que vê, loiro? – eu disse, e o mesmo sorriso que o dele foi se formando em meus lábios.

A cada segundo que se passava, o quarto ficava mais quente. Talvez, com essa situação, a temperatura do meu corpo esteja elevada, ou seja apenas meu fogo no rabo mesmo.

O loiro levantou da cama e me encarou de cima abaixo, claramente me devorando com os olhos. Ele estava um metro à minha frente, e mesmo assim eu senti meus pelos se eriçarem e minhas mãos formigarem, franzi minhas sobrancelhas com aquela sensação, pois eu não estava em perigo. Não tinha motivo para aquilo.

— Espero que você saiba jogar, Jungkook –  ele disse, em seguida colocou as duas mãos na barra do moletom. Ele puxou tudo para cima, segundos depois, ele já estava sem a peça e com o abdome todo à mostra. —, espero que saiba jogar muito bem.

Eu senti tudo.

Meu olhar foi diretamente para todas as tatuagens que tinha alí, o que antes eu só via as dos braços e as do seu pescoço, agora eu vejo de todo o seu tronco. Uma data em números romanos no peitoral, um pequeno leão na costela e as outras que eu ao menos conseguia distinguir o que eram. Diante isso tudo, o que mais me chamou atenção foi um piercing no mamilo esquerdo.

Eu estava inteiramente perdido. Eu não sabia jogar.

Ele colocou as mãos no cós da calça, mas antes de baixá-la por completo, me olhou mais uma vez, se fazendo de pensativo e dando de ombros, como se não importasse o que viesse a seguir: — E espero que tenha sorte também, porque eu nem me lembro de ter colocado cueca.

E foi nesse momento que meu coração parou. Eu não soube onde enfiar a minha linda cara, e também não sabia se ela já levava um tom extra vermelho com a tamanha vergonha estampada. Eu pude contar de um até três, mentalmente, e foi no três quando ele abaixou a calça de uma só vez.

E também foi no três quando fechei meus olhos, e também foi no três quando a porta foi aberta.

— Meninos, eu vim buscar o To... – E o grito veio. — Meu Deus!

Sem pensar duas vezes, abri meus olhos e corri para trás do loiro, segurei nos seus ombros enquanto olhava para Mei de canto. Ela estava com os olhos arregalados e as duas mãos tampava sua boca para abafar o grito de outrora. Eu abaixei meu olhar pelas costas do loiro, e... mas é claro que ele também tinha tatuagens nelas. Abaixei meu olhar mais um pouquinho e suspirei aliviado. Ele estava de cueca. 

A troca de olhares durou longos segundos, parecia uma eternidade. Mei olhava para mim atrás do loiro e em seguida para as calças no tornozelo do próprio.

Golden Spider • jjk + pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora