Neste livro, Palacios verdadeiramente entende do que se trata uma reportagem. Um jogo lento de sedução a espera de que o outro cometa um erro, que tire a roupa que não pretendia tirar, que fique sem roupa e sem um espelho por perto.
O dialogo-relato-encontro entre Palacios e o maior homicida da Argentina é como uma coreografia: às vezes o assassino é Palacios nas outras Robledo, ambos sofrem como testemunhas, às vezes um coloca o dedo na ferida do outro, sempre desconfiados, às vezes caem em seus próprios precipícios. Palacios é audaz, escreve décadas depois sobre um personagem que Soriano constatou ser uma cicatriz na memória coletiva e consegue ter sucesso nisso. É facíl imaginar a Soriano fumando seu charuto, lendo entretido enquanto murmura alguma coisa. Se animou, também, a falar de um assassino que as novas gerações não conhecem. Os jovens conhecem no máximo a Yiya Murano e suas três vitimas. Nunca escutaram a história do Anjo Negro, o menino e cachos dourados que matava pelas costas com um sorriso. Vale a pena abrir com ele essa porta.
Jorge Lanata
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𝙾 𝙰𝚗𝚓𝚘 𝙽𝚎𝚐𝚛𝚘 (𝚃𝚛𝚊𝚍𝚞çã𝚘)
Não Ficção𝙽𝚞𝚗𝚌𝚊 𝚞𝚖 𝚌𝚊𝚜𝚘 𝚌𝚛𝚒𝚖𝚒𝚗𝚊𝚕 𝚌𝚘𝚖𝚘𝚟𝚎𝚞 𝚝𝚊𝚗𝚝𝚘 𝚊 𝚜𝚘𝚌𝚒𝚎𝚍𝚊𝚍𝚎 𝚊𝚛𝚐𝚎𝚗𝚝𝚒𝚗𝚊. 𝙳𝚞𝚛𝚊𝚗𝚝𝚎 𝚟á𝚛𝚒𝚘𝚜 𝚍𝚒𝚊𝚜 𝚝𝚘𝚍𝚊𝚜 𝚊𝚜 𝚊𝚝𝚒𝚟𝚒𝚍𝚊𝚍𝚎𝚜 𝚙𝚘𝚕í𝚝𝚒𝚌𝚊𝚜, 𝚎𝚜𝚙𝚘𝚛𝚝𝚒𝚟𝚊𝚜 𝚎 𝚊𝚛𝚝í𝚜𝚝𝚒𝚌𝚊𝚜 𝚙...