Minha melhor amiga se chama Sara, Sara Taylor. Era um nome comum, daqueles que você jogaria no Facebook e apareceriam várias opções, mas se a visse pelo menos uma vez, jamais seria capaz de confundi-la. Sara sempre foi do tipo que atrai olhares por onde passa, se encaixando perfeitamente no estereótipo da pseudo-blogger do Instagram. Ela é perfeitamente classificável como "um furacão de cabelos loiros, pele bronzeada e olhos tão azuis que poderiam te congelar só com uma piscadela".
Infelizmente, no mundo em que vivemos, Sara sempre foi tida como "vadia". Não por ela realmente ser uma, mas porque é inconcebível que uma mulher seja linda, tenha uma vida sexual muito bem resolvida e ainda assim seja inteligente.
É realmente uma pena, pois Sara Taylor é mais do que um par de seios excepcionais e um quadril tão largo quanto o da Kim Kardashian. Não gostaria que eles a conhecessem como eu conheço — tenho um tanto de ciúmes —, mas gostaria que ao menos tentassem.
E é sobre isso que digito sem parar no MacBook em meu colo. Posso sentir o lápis despencando do coque desalinhado em meus cabelos, mas meus dedos estão muito ocupados se movendo sobre o teclado com uma destreza que poucos possuem. O cheiro do chá na xícara ao meu lado sobe pela sala até invadir minhas narinas, mas só me permito uma pausa após terminar um parágrafo. O leio por cima, meus olhos se esgueirando de um lado a outro da tela por cima da porcelana branca.
Assopro uma nuvem fina de vapor ao mesmo tempo em que o objeto do meu trabalho acadêmico adentra de supetão na sala, segurando duas tiras de seu vestido vermelho transpassado.
— Rey, pode afivelar para mim? — ela questiona, se virando de costas a minha frente e jogando os cabelos loiros para o lado. Aperto bem as alças do vestido atrás de seu pescoço, vendo-a me encarar sobre o ombro. — O que está fazendo?
— Um trabalho sobre o feminismo atualmente. — murmuro, desabando novamente sobre o sofá.
Sara dá uma longa analisada em seu reflexo no enorme espelho da sala, virando seus quadris em vários ângulos a procura de algo fora do lugar. Em seguida, ela se inclina o suficiente para seus seios enormes contidos pelo decote ficarem em evidência e lança um beijinho para si mesma.
Solto um risinho baixo.
— Parece ótimo, mas... — seu olhar congelante se volta em minha direção, onde ela analisa minhas roupas de cima a baixo. O que há de errado com suéter e botas ugg? — Por que ainda não está vestida?
Faço-me de desentendida.
— Estou muito bem vestida, oras. — estreito os olhos. — Para ficar em casa, terminar meu trabalho e ir dormir ás 22h.
— Faça-me o favor, Sullivan. — Sara cruza os braços. — É apenas uma noite! E além do mais, o que tem de tão interessante em casa?
— Minha cama.
— Qual é! — a observo por alguns instantes, me perguntando se a Barbie teria essa mesma aparência ao ficar brava. — Você pode dormir depois! E além do mais, você mal sai desde o início do semestre! Não vou deixar minha melhor amiga se tornar uma reclusa.
Ela se inclina e agarra minha mão, tentando me arrastar para fora do sofá. Rio baixo, fazendo corpo mole enquanto ela usa de toda a força adquirida por horas de Crossfit ao tentar me puxar.
— Vamos lá, vai ser divertido! — ela choraminga, mas apenas solto um muxoxo de frustração. — Eli vai estar lá, teremos muitas bebidas e eu preciso te apresentar uma pessoa!
— Vai finalmente me apresentar o bonitão misterioso? — a encaro curiosa, vendo um sorriso convencido tomar seus lábios vermelhos.
— Talvez. — Sara dá de ombros, fazendo pouco caso, e então se volta com um biquinho. — Por favor!
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All My Life | Tom Holland ✓
FanfictionOs planos de Reyna Sullivan sempre foram muito concretos: se formar na faculdade de jornalismo; conseguir um emprego no The Times; se mudar para um apartamento maior, em um bairro bom; construir seu próprio legado... Engravidar definitivamente era...