54_ Vou sentir saudades!

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Voltei correndo para a sala de ensaio atraindo o olhar de todo mundo. Dylan, minha mãe, a professora e algumas meninas e meninos sorriram me olhando.

Mas também reparei em algumas meninas me olhando com cara de ranço. Uma delas até me olhou de cima abaixo e fez careta.

- Nem Jesus agradou todo mundo, eu é que não vou agradar. - Falei dando de ombros e caminhei até Dylan e a professora.

- A roupa ficou ótima! - A professora foi a primeira a dizer algo.

- Ficou mesmo. - Dylan sorriu. - Se não fosse o cabelo verde e a falta de altura, você estaria igualzinha a Sabina.

- Ta me ofendendo por que ô da Cowell's beach? - Empurrei ele de leve e fechei meus pulsos fingindo querer brigar.

- Ah é? Vem, vem. - Dylan começou a fingir ter uma briga comigo, coisa que fez todos rirem.

No final o mesmo me puxou bagunçando meu cabelo enquanto ria.

- Não é você que arruma não! - Empurrei o mesmo fazendo-o rir mais.

A professora fez questão que tirassemos uma foto com as roupas e ensaiassemos pelo menos uma vez vestidos. Só para ter certeza de que a roupa não atrapalhava nos movimentos.

Nós dançamos e logo estávamos liberados. A professora também conversou comigo dizendo que só teríamos ensaio amanhã, ela me explicou que eles tem costume de não ensaiar um dia antes para não sobrecarregar os alunos. A mesma me fez prometer que não era para eu ensaiar em casa na terça.

Depois da conversa, eu e minha mãe voltamos para casa.

Eu estava com uma ideia fervilhando na minha cabeça com relação ao meu solo. Queria fazer uma coisa que marcasse! Não só dançar a música que eles escolheram.

Acabei tendo a melhor ideia assim que chegamos em casa e corri para sair do carro. Minha mãe, ou achou que eu tava apertada para ir no banheiro, ou achou que eu tava louca mesmo.

Corri para dentro de casa assustando todo mundo que estava na sala, dessa vez assistindo Irmão do Jorel, fiz careta assim que olhei para a televisão.

Dei de ombros e corri para o quarto para o quarto já tirando os meus tênis os deixando pelo meio do caminho e ligando meu celular.

Procurei pela minha " ideia " na internet e acabei encontrando algo perfeito. Seria a melhor apresentação da minha vida.

Sorri olhando para a tela do celular e me peguei empolgada de novo.

- Essa animação da Lary é contagiosa. - Falei para mim mesma.

- Seu deboche também a contagiou. - Hugo falou da porta me fazendo soltar uma risada.

- Tudo bem? - Sorri pra ele.

- Melhor agora. - Hugo me abraçou por trás cheirando o meu cabelo.

- Essa é um pouco velha. - Retruquei.

- Quer algo mais atualizado? - Hugo falou enquanto sua boca tocava de leve o meu ombro.

- Uhum. - Sorri segurando seus braços que me rodeavam.

- Vem sempre aqui? - Hugo perguntou me fazendo soltar uma gargalhada.

- Acho que meu deboche contaminou você também. - Me virei pra ele passando meus braços pela sua nuca.

- Você me mudou de muitas formas. - Hugo me olhou nos olhos.

- Você também me mudou. - Sorri pra ele e ele negou com a cabeça.

- Eu não mudei você. Você amadureceu e aprendeu a ver a vida com outros olhos. Eu não tenho créditos nisso. - Hugo apontou para mim. - Você que se tornou sua melhor versão. Você se tornou essa garota que eu admiro tanto. Eu sou o cara mais feliz do mundo por ter você do meu lado.

Eu não obtive palavras para expressar o que eu estava sentindo pra ele naquele momento. Hugo conseguia me deixar, literalmente, sem palavras.

Como respsta à suas lindas palavras, eu aproximei o meu rosto de Hugo e o beijei com todo carinho. Aquele beijo significou muito para nós dois. Era como se pudéssemos conversar e demonstrar amor um pelo outro sem dizer uma palavra se quer. Nós estávamos conectados e era como se disséssemos um para o outro que sempre estaríamos juntos, em qualquer situação, que nada seria capas de nos separar e que tínhamos certeza de que nascemos um para o outro.

[...]

- Tira a mão! - Bati na mão de Walace. Ele estava tentando pegar minha pipoca.

- A minha acabou. - Walace mostrou seu pote vazio.

- E eu com isso? - Encarei ele.

- Tem mais na cozinha meu filho. - Minha mãe riu e se levantou pegando o pote de Walace e indo em direção a cozinha.

Estávamos todos na sala maratonando filmes de animação. No momento estávamos vendo A Era do Gelo 3. Eu amo porque amo o Sid. Nós também já havíamos assistido todos os filmes do Shrek , que eu também amo, porque amo o Burro. Acho que deu pra notar que meus personagens favoritos são sempre os idiotas, né?

- Olha a Carla! - Walace apontou para a televisão no momento em que apareceu um dinossauro.

- Sabe com o que você parece? - Walace me encarou com um sorriso convencido. - Com o Scrat! O esquilo que ta sempre correndo na noz! - Falei fazendo eles rirem e Walace fez careta pra mim.

- Vocês são terríveis. - Minha mãe voltou da cozinha com o pote de Walace cheio de pipocas e o entregou a ele.

- A forma deles de mostrar afeto é diferente né? - Scott fala rindo para minha mãe.

- Ah você ama a gente Scott! - Sorri convencida.

- E vai sentir muito a nossa falta. - Hugo falou em seguida com um sorriso.

- Pior é que vou mesmo. Vou sentir falta da Lary me ajudando na cozinha com a maior animação do mundo, da Carla gritando e trocando os nomes do Walace, do Walace correndo atrás da Carla e jogando video game, e do Hugo que se tornou quase um filho pra mim. - Todos sorrimos e eu olhei de imediato para Hugo e vendo com um sorriso tímido.

- Aii que bonitinho!! - Lary sorriu. - Eu também vou sentir sua falta Scott. E de da senhora também tia Leila.

- Eu vou morrer de saudades. Os dias passaram tão rápido. - Minha mãe falou e logo notamos que seus olhos haviam ficado vermelhos.

- Ah não chora mãe. - Fui até ela e me sentei ao seu lado.

- É que eu não... - Uma lagrima desceu enquanto ela sorria e todos nós a abraçamos juntos.

Eu não curto abraços, mas aquele foi o melhor da minha vida.

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Continua...

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