Assim que os dois pararam aplausos são ouvidos, um pequeno sorriso se forma nos lábios e Aaron e Leslie luta para não fazer o mesmo.
- Você é uma ótima dançarina. - Ele encara a mulher que cora.
Leslie jamais havia corado.
- Você também.- Ela retribui o sorrio e juntos caminharam até um banco onde se sentaram, nesse ponto Leslie nem lembrava que estava indo pra casa.
- Em Saint Louis tinha um encontro em todos os domingos, tocava música boa e todos dançavam. - Aaron comenta olhando para frente. - Tive que aprender na marra.
- Aprendi a dançar com meu pai, dançavamos de casa quando eu era criança. - A ruiva comenta, com um certo teor de melancolia.
- Não dançam mais ?
- Não.
- Quer ouvir um fato vergonhoso sobre mim? - Aaron encara Leslie e ela fez que sim com a cabeça.
- Quando eu era criança, minha mãe entrou em um curso de maquiagem e costura. Ela me fazia de cobaia, me vestia de menina e tudo mais.- Ele murmura e Leslie deixa escapar um riso.
- Você era um filho prestativo. - Responde
- Quando eu estava no ensino médio uma foto dessas vazou, fui zoado até entrar pra faculdade.
- Coitado.- Leslie ri novamente.
- Não foi tão ruim, acredito que sofrer bullying na infância forma caráter na vida adulta. - Ele explica, enquanto encara a moça.
- Isso não é tão verdade, eu não sofri bullying na infância e garanto que tenho caráter. - Disse firme.
- Não duvido disso. Você deve ter sido aquela garota que todos os caras do colégio queriam namorar.- Aaron não estava errado.
- Eu não ligava pra isso, só queria saber de sair com minhas amigas. Eu tinha uma amiga que vivia colada em e....- Imediatamente Leslie para e uma nuvem triste estaciona em cima da moça, as lembranças de Dayse veio a sua memória juntamente com a fatalidade, tirando toda a alegria.
O semblante de Leslie mudou drasticamente e Aaron percebeu.
- Eu adoro cupcakes - Aaron muda de assunto drasticamente, querendo trazer a Leslie animada de volta.
A ruiva o encara confusa.
- Quer dizer, quem não gosta de cupcakes?- Ele continua, estranhamente animado. - Meus favoritos são os de chocolate com maracujá.
Leslie só lança um sorriso de lado e continua olhando a paisagem.
- Você gosta de cupcakes Leslie?
- Gosto.
- Qual seu favorito?
- Não tenho um favorito.
- Como assim não tem um favorito? Temos que resolver isso!- Aaron responde e ela rola os olhos.
- Talvez, bom, já tenho que ir.- Ela se levanta e Aaron não protesta, ele tinha trabalho.
- Tudo bem.- Ele responde.
- Obrigada pela dança, até um outro dia.- Ela diz se afastando.
- Ainda não vai me passar seu número?- Ele pergunta enquanto ela se afasta.
- Não.
°°°°°°°°°°
- Boa tarde senhor Mitchel.- Harry sorri assim que vê o gerente.
- Bom dia Harry.- Ele retribui o sorriso.
- A propósito, a Sra. Barnes quer vê-lo. - A loira informa e Aaron foi direto para a sala da chefe.
Após duas batidas na porta Geórgia o manda entrar.
- Queria falar comigo?- Ele pergunta.
- Sente-se.- Geórgia indica e Aaron obedece. - Como foi hoje, com minha filha?
- Foi muito bom, ela riu, conversou. Sua filha é incrível.- Aaron responde,impressionado.
Geórgia o encara por alguns segundos.
- Ótimo, a áurea dela está melhor. - Ela pontua e se aproxima da mesa.- Agora você vai sumir, não apareça mais na cafeteria.
- O que? Como assim?- Pergunta Aaron meio triste e confuso.
- Eu conheço minha filha, ela te achou interessante, é como se fosse um jogo. Se continuarem se vendo e você correndo atrás dela ela vai enjoar. Mas se você misteriosamente sumir, ela vai ficar intrigada e vai se interessar mais. Garanto pra você, ela vai atrás.- Geórgia disse confiante.
Aaron concordou com a chefe, meio desanimado por pensar em não ver a ruiva misteriosa nos próximos dias, não tinha certeza que ela o procuraria.
No outro lado da cidade Leslie estava em casa, deitada na cama, enquanto lembrava da dança com Aaron mais cedo, essa ideia de descobri-lo era excitante, a jovem ainda estava tomada pela tristeza, mas, aquele pequeno sentimento satisfatório que Aaron lhe causava era aliviado. Um refúgio para seus piores sentimentos.
No dia seguinte Aaron fez o que Geórgia mandara, não foi a cafeteria e isso se repetiu nos dias seguintes. No começo Leslie pensou que ele logo apareceria, mas com o passar dos dias percebeu que não. Era uma mistura de curiosidade e frustação o que estava em volta de Leslie, ela tinha que saber mais sobre aquele homem.
Na segunda semana a ruiva parou de ir a cafeteria, já sem esperanças de encontrar Aaron por lá, tentando pensar em um motivo cabível para seu sumiço. Perguntas como:
" Ele está ocupado?"
" Arranjou uma namorada?"
"Aconteceu algo se ruim ?"
"Ele não gostou de mim?"Não saiam da cabeça da ruiva, o ego e o interesse dela imploravam por uma resposta e ela não queria procurar por ele perguntando para sua mãe, que provavelmente nem se lembrava dele já que a empresa tem inúmeros funcionários.
Leslie se dirigiu até o escritório da casa e caminhou até o computador, assim que o aparelho ligou ela pesquisou sobre Aaron. Por sorte ela encontrou o perfil pessoal dele em uma rede social, Aaron era mais reservado, não postava fotos nem compartilha publicações.
A foto do seu perfil era dele em alguma espécie de acampamento, usa uma jaqueta verde e um sorriso de matar. As outras fotos são de marcações, na maioria delas Aaron está rodeado de pessoas, ambas felizes e que transmitem amor.Mas Leslie precisava saber mais.
Assim que desliga o computador Richard aparece no escritório, ele se surpreende ao ver a filha fora do quarto.
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Me dê razões para viver
RomanceApesar de ter tudo o que uma garota sonha,Leslie sofre de uma profunda depressão após a morte da amiga, a ruiva destemida tenta suicídio,preocupados,os pais de Leslie decidem contratar um homem para tentar animar a garota e mostrar que a vida vale...