Amigos dele

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Acordo com o barulho do despertador. São 9 horas de um domingo quente. Levanto, vou ao banheiro fazer minhas higienes e aproveito para tomar banho. Saio do banheiro e coloco uma roupa simples, shorts jeans e cropped preto soltinho, faço um coque no cabelo e desço.
Ouço altas risadas e logo reconheço de quem são. Papai e Mandy estavam fazendo graça enquanto cozinhavam algo para o café da manhã, encaro os dois de uma certa distância e percebo uma coisa: eu queria muito ser como eles são. Imagina encontrar alguém que você realmente ame? Infelizmente, a minha vida amorosa é um tédio. Mas enfim, me apoio na bancada que havia ali na cozinha e logo em seguida, meu pai se vira.
— Bom dia, querida. Dormiu bem?— assinto sorrindo para os dois.
— Iz, acorde o Cole, por favor? Esse menino é uma pedra dormindo. — Mandy ri do seu próprio comentário.
— Claro. — tento não mostrar meu desgosto pela ideia e segui para o seu quarto.
Tenho uma breve lembrança de Mandy falando que o quarto de Cole era o último à esquerda...bom, lá vou eu. Bato três, quatro, dez vezes na porta e nada. Começo a me estressar já.
— COLE!! COLE! Abra esta porta, inferno!!!
Bato várias vezes na madeira quando de repente ela é substituída por um peitoral. E que peitoral, meus amigos...fui descendo o olhar e pera, o que estou fazendo? Foco! Ouço um pigarreio e percebo que estava secando o abdômen do ser mais irritante do mundo. Logo, me recomponho e finjo que nada aconteceu.
— O café está pronto. — falo simples e sigo meu caminho de volta.
— Se quiser, te mostro algo muito melhor que isso. — diz com um sorriso brincalhão no rosto.
Mostro o dedo do meio sem me virar para trás e continuo andando. Sento-me à mesa sendo seguida por Cole que senta ao meu lado, bastardo. Papai sentado na minha frente e Mandy na frente do seu filho.
— Iz, você estudará no mesmo colégio que Cole, tá? Ele te dará caronas.
— Prefiro ir a pé, não confio nele dirigindo.
— Boa sorte, então. Porque são 20 minutos de caminhada, irmãzinha. — zomba ele.
— Okay, vou com ele. — falo ao papai, sem pensar duas vezes.
E assim seguiu a manhã. Lá pelas 18 horas, novamente, Cole estava saindo.
— Onde vai? — sua mãe o questiona.
— Eu e uns amigos vamos nos reunir no Zappa's para comer algo.
— Ótimo! Leve Izzy também. Ela precisa se acostumar com o novo ambiente. Fora que ela ainda não tem nenhum amigo, isso vai ser bom para ela. — Cole não parece muito contente com a situação, mas concorda e olha para mim, como se dissesse "anda logo".
Vou correndo para o quarto me trocar. Estou ansiosa, iria conhecer os amigos de Cole e quem sabe, eu realmente consiga fazer uma amizade? Coloco uma calça simples rasgada no joelho e uma blusinha amarela com algumas letras. Já estava escurecendo, com isso, havia esfriado um pouquinho. Desço e encontro Cole já impaciente, em seguida, fomos até seu carro.
— Não ouse flertar com meus amigos. Eles não são o melhor tipo de garotos com as garotas. — avisa, quebrando o silêncio que pairava até então.
— Não me diga o que devo ou não fazer. Não sou mais uma criancinha!
— Estou te avisando, não dê mole. Eles adoram carne nova, ainda mais do seu tipo.
O que ele quis dizer com isso? Que eu sou bonita? Ele me acha bonita? Não que eu seja insegura com a minha aparência, na verdade, sempre gostei dela. É só que, na minha cabeça, sempre achei que Cole gostava mais das ousadas. Eu, por outro lado, sempre evito de chamar muita atenção.
Chegamos na lanchonete Zappa's e realmente parece um ambiente bem agradável. Entramos e Cole foi na frente sendo seguido por mim. Logo, avisto um grupo de pessoas em uma mesa, três meninos e uma menina.
— Eaaae, mano. — um loiro cumprimenta o Cole com um toque de mão, ele faz o mesmo com o restante dos meninos e dá um selinho na loira. Ele namora? Como assim?
— E quem é ela? — pergunta um dos meninos, este usava um boné.
— A minha "irmã" que falei mais cedo para vocês.
Ele havia falado sobre mim? O que ele disse? Será que foi coisa boa ou ruim? Droga, sou muito curiosa.
— Aaaah sim, meu nome é Tom, prazer, gatinha. — sorrio envergonhada com o último comentário.
— Cale a boca, Tom. O loiro se chama Louis, esse é o Nate e esta é Samantha. — Cole me apresenta.
— Prazer em conhecer vocês, podem me chamar de Iz. — falo tímida.
E então todos começam a conversar sobre coisas aleatórias. Tom tem cabelo e olhos castanhos e às vezes dava em cima de mim, sendo repreendido por Cole em seguida. Nate tem cabelo castanho claro e olhos cor de mel, ele era bem engraçado. Louis é loiro de olhos castanhos e tem um piercing na sobrancelha, confesso que achei ele bem bonito. Na verdade, todos ali são bonitos. Samantha, por sua vez, também é bem simpática e extrovertida, seu cabelo bate um pouco acima dos ombros e é loiro, tem olhos azuis como o céu, parece até uma modelo.
— Iz, vou ao banheiro, quer ir comigo? — ela me pergunta com cara de pidona.
— Ah, tudo bem.
Saímos rumo ao banheiro. Chegando lá, aproveito a chance e pergunto-lhe.
— Você e Cole namoram?
— Quê? Meu Deus, não — responde rindo. — nós só temos uma amizade com privilégios.
Privilégios? Então, seria uma amizade colorida? Não sei o porquê, mas me senti um pouco aliviada com sua resposta.
— E você? Gosta dele? — pergunta-me com uma cara maliciosa.
— Eu? Dele? Nunca nessa vida. Tá repreendido.
— Seeei. Mas, é melhor não se apaixonar mesmo. Cole não é do tipo que para apenas em uma. — fala enquanto retoca o gloss.
Ele ser galinha nunca foi um mistério, sempre foi lindo, estranharia se não tirasse proveito disso. Conversamos mais um pouco e notei que Sam realmente era legal. Gostei dela. Depois de um tempo, voltamos à mesa.
— Iz, então você estudará no mesmo colégio que a gente? — assinto em resposta ao Louis.
     — Uou. Será uma honra ver essa rainha todas as manhãs. — envergonho-me com o comentário de Tom. Em seguida, ele recebeu um tapa de Cole na cabeça.

{...}
    Já está tarde e haveria aula no dia seguinte, então, decidimos voltar para casa. No caminho de volta, estava um clima agradável entre mim e Cole.
— O que achou deles?
— Gostei de todos, especialmente da Sam. Ela é bem animada. — sorrio ao me lembrar do seu jeitinho.
— Que bom. É, ela é bem gostosa. — reviro os olhos com seu comentário desnecessário. Que babaca.
— Também gostei de Louis. Ele está solteiro? — sorrio, provocando.
Do nada, ele freia com tudo e me olha com ódio.
— Não quero você perto dele, ouviu bem? — fala isso com raiva e volta a dirigir.
Confesso que fiquei com medo, então decido não continuar com a discussão. Às vezes, ele passava dos limites. Foi só uma brincadeira, credo. Chegamos em casa sem dizer uma palavra e cada um seguiu para o seu quarto. Ânimo, Izzy! Amanhã começam suas aulas, estou sentindo que haverá muitas coisas pela frente. Com esse pensamento, adormeci.

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora