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Durante essas duas semanas que já haviam se passado, mais lentamente que o normal para Gizelly, a advogada tinha pensado muito, até demais, sobre sua vida e seus princípios. Tinha passado por diversas situações difíceis na vida, não iria se vitimizar agora. Mas estava sendo muito difícil, Felipe apesar de já ter feito coisas que a magoaram, ele também a fazia se sentir uma mulher poderosa. E quando Prior estava de boa, ela se sentia a mulher mais amada do mundo. Da forma deles, é claro.

Tinha pensado inúmeras vezes em ligar, mandar uma mensagem, comentar seu post, mas se mantia firme. Tinha se mudado para São Paulo já, para o apartamento que Felipe havia escolhido para ela. Nunca tinham ficado ali, mas parecia que tudo lá dentro lembrava dele. Tinha dado a sorte de não o ter encontrado nos corredores ainda, porém sabia que uma hora ou outra este momento aconteceria e teria que ser madura o suficiente para lidar com a situação.

Enquanto Felipe não saia do seu apartamento para nada, fazia seu trabalho de casa e não postava nada em seu Instagram que não fosse relacionado ao seu amigo Babu, que estava na final do programa junto de Manu e Rafa. Porém em todos os posts os comentários eram sempre os mesmos, querendo saber se ele e Gizelly estavam bem ou não. Antes de dormir já tinha virado rotina stalkear a mulher do qual ele amava, suas fotos favoritas eram aquelas que ela estava com o sorriso mais largo e os olhos brilhando.

Fazia lembrar dela brincando com todos dentro da casa, fazendo piada, o provocando. Por vezes ele chegava a procurar vídeos deles dois dentro da casa, seu vídeo favorito era o do primeiro beijo. Parecia que tinha sido ontem, mas já faziam-se meses. Em sua memória era claro ainda a forma como se olharam antes de beijo, do olhar que trocaram depois, do gosto do beijo, e de toda a agitação da festa após isto.

~Gizelly On~

Estava terminando de preparar a janta, Thelma tinha dito que viria jantar comigo para que pudéssemos por o papo em dia e para que ela conhecesse meu apartamento novo. Estava fazendo lasanha para nós, tinha sorvete no freezer e só faltava ir buscar um bom vinho. Perfeito!

Quando terminei, fui brincar com Jack Bacon, que nunca esteve tão feliz em toda a sua curta vida. Desde que chegamos em São Paulo eu e ele saíamos todos os dias para passear, coisa que não era possível em Vitória porque estava sempre muito ocupada com o trabalho. Falando em trabalho, ainda não tinha conseguido um lugar para abrir meu escritório, porém algumas marcas haviam feito propostas para mim ser modelo. Me parecia uma idéia interessante, então iria me jogar nas novas oportunidades que estavam aparecendo e depois voltaria a me focar na advocacia.

Coloquei uma coleira em Jack e peguei minhas chaves para irmos comprar o vinho em uma conveniência que tinha em frente ao condomínio. Entramos os dois no elevador, que parou no andar abaixo do meu. Quando as portas se abriram, nossos olhares se cruzaram e meu coração parou por alguns instantes. Era ele.

- Gi... - Ele parecia tão sem reação quanto eu, balancei levemente minha cabeça, recompondo minha postura.

- Felipe. - Ele baixou a cabeça, mordendo seu lábio inferior, aquele elevador parecia demorar uma eternidade.

- Você  tá morando aqui já? - Ele perguntou por fim e o olhei nos olhos. Por mais doloroso e perigoso que aquilo pudesse ser depois de alguns segundos.

- Sim, cheguei a alguns dias. Você veio morar de vez aqui?

- Sim, tá tudo pronto já.

Finalmente o elevador chegou no térreo e sai do elevador antes dele, antes que eu não conseguisse segurar meu desejo de agarrar ele.

- An...Gi! Se precisar de alguma coisa, pode me chamar. Eu moro no 701.

Eu apenas assenti, eu realmente não queria ter essa informação. Sai andando junto do Jack, que parecia ter amado Felipe pois ficava puxando a coleira em direção a ele. Comprei o vinho e voltei para meu apartamento, mas eu ainda estava estática com o que tinha acontecido. Ele estava tão magro e com uma cara de cansado. Será que estava trabalhando demais? Será que estava se alimentando? Prior nunca soube cozinhar nada, imagina morando sozinho! Meus pensamentos foram interrompidos pelo som da campanhia.

- Amiga, como é bom te ver! - Falei abrindo a porta e vendo Thelminha na minha frente.

Nós não demoramos muito a jantar e depois nos sentamos no sofá para tomar algumas taças de vinho.

- Então, esse fim de semana tem a final do BBB, você vai pra festa no Rio, não é? - Thelma me perguntou e eu fiz uma careta.

- Não sei não, queria ir pela Manu, Rafa e Babu. Mas ter que ver o Hadson, o Lucas, o Px, a Ivy, a Flay... Não me parece muito divertido.

- Seu medo é ver eles, ou ver o Felipe? - Thelma arqueou uma sombrancelha, me fazendo suspirar.

- Já encontrei com ele no elevador hoje, até o fim do semana isso provavelmente vai acontecer mais vezes... Eu não ligo pra ele. - tentei mentir, mas soou como uma piada para minha amiga, que começou a rir.

- Ata Gi, todo mundo presenciou essa relação mulher. Você ainda ama ele, só que ele pisou na bola... Você acha que ele pode ir com a Flay na festa?

- Eu não tinha pensado nisso Thelminha... Eu não vou dizer que não sinto nada, eu sinto, mas não sei mais se é amor de verdade. E se tem uma coisa que eu sei que não tô preparada, é pra ver eles juntos.

- E você tentou conhecer outras pessoas pra tentar esquecer?

- O pior é que sim, e foi um desastre, porque eu fazia exatamente o mesmo que fazia com o Prior, do tipo piadinha, provocações. E nenhum entendia. Eu tô por ficar sozinha pelo resto da vida. Eu e o álcool, azar! - nós duas rimos.

- Graças a Deus eu já sou casada, não teria paciência pra toda essa coisa de date, muito estresse pra mim.

- Maravilhosa, queria ter uma vida organizada igual a sua mulher. Sério mesmo. - Abracei ela que riu da minha ação um tanto brusca.

- Mas voltando, você vai ou não pra festa da final? Foi um BBB histórico, não ir é quase um crime Titchela.

- Eu vou pensar até lá.

~Felipe On~

Era ela, na porra do elevador do meu prédio, com seu lindo cachorro com nome esquisito. Quando meu olhar se juntou ao dela, eu senti como se tivesse levado um soco no meio do peito. Me fazendo perder o ar por alguns segundos.

Era impressionante o quanto eu me sentia em casa só de sentir o seu perfume doce e refrescante ao mesmo tempo, o quanto eu me senti bem vendo aqueles olhos castanhos tão lindos. Se eu pudesse, eu teria feito tudo diferente, eu teria sido um cara incrível pra ela dês do início do programa e provavelmente ainda estaria na final por ter sido um cara bacana. Mas eu tinha feito todas as escolhas erradas e agora o máximo de contato que nós temos é como vizinhos de condomínio.

Eu nunca esperei tanto em ouvir a campanhia do meu apartamento e fosse ela. Cheguei na pizzaria e fui direto a mesa que Alex estava.

- Irmão ultimamente você não anda com uma cara boa mesmo, mas agora você tá com uma cara péssima. Viu um defunto no caminho?  - Alex disse fazendo uma careta para mim.

- Pior que isso velho, eu vi a Gizelly. Tu acredita que ela tá morando no prédio? Eu pensei que ela desistiria depois do que aconteceu mano.

- Talvez isso signifique que ela ainda tá disposta, boa meu garoto!

- Será mano? Acho que não, talvez ela só não tenha achado nada melhor.

- A gente tá em São Paulo porra, tem milhões de apartamentos pra vender, ela foi logo no que tu escolheu?

Pela primeira vez nesse meio tempo eu sorri de felicidade. Será que o Alex tinha mesmo razão?

- Será que pega mal eu aparecer lá amanhã pra conversar?

- Se joga cara, tu já tá fodido de qualquer jeito, tem nada a perder.

- Porra mano, se for mesmo isso, eu vou ficar tão feliz. Mas como eu vou chegar lá do nada?

- Leva umas flores, um fardo de cerveja verdinha que ela tanto gosta e já chega com uma comida quentinha.

- Tá pedindo demais hein? - Eu ri.

- Quem quer reconquistar a mina é tu cara.

- Eu faço qualquer coisa pra ter aquela mulher pelo resto da minha vida! - Sorri bobo só de pensar nela.

Lᴏᴠᴇ Mᴇ Oʀ Hᴀᴛᴇ Mᴇ - 𝙋𝙧𝙞𝙯𝙚𝙡𝙡𝙮Onde histórias criam vida. Descubra agora