㒴 : festa de carmesim. ✦ dahmo ᭡

𝖛𝖊𝖗𝖒𝖊𝖑𝖍𝖔 𝖓𝖆𝖘 𝖒𝖆𝖓𝖌𝖆𝖘, 𝖘𝖆𝖓𝖌𝖚𝖊 𝖓𝖆𝖘 𝖗𝖊𝖓𝖉𝖆𝖘

oi gente tem sangue, se você se sente desconfortável lendo NÃO LÊ caraio !!!!!!!

☓

dahyun não conseguia parar de olhar para ela. as curvas dançando mesmo que estivesse apenas caminhando. ia de um lado para o outro, sambando no chão coberto de um carpete acarminado.

todos estavam ensanguentados, exceto momo.

era praticamente impossível não a olhar, caminhando em direção a pista de dança onde apenas ela, e somente ela, estava brilhando como a lua, clara como a branca de neve. nem mesmo seus fios de cabelo escuros ofuscavam a claridade que emanava do seu belo vestido de pérolas, tal que deveria custar uma boa quantia de dinheiro. momo era pura luxúria.

e dahyun não era mais o centro das atenções com seu vestidinho vermelho.

mergulhou no oceano de carmim, completamente cheio pelos convidados, uns vestindo paletós de camurça, outros, vestindo um vermelho turvo nos lábios. foram passos curtos até estar próxima a garota, ela não via dahyun, mas o importante era que dahyun a via.

"você é apenas a aniversariante, então?" ouviu e riu sádica, se virando lentamente para quem havia lhe direcionado a piadinha de mal gosto, seus olhos eram tão fundos e a sua risada, mesmo baixinha, entrava dentro da cabeça dos outros arredor, derrepente kim estava sorrindo enlouquecidamente, rindo furiosa para os convidados.

kim dahyun era a porra da aniversariante.

kim dahyun deveria ser a porra do centro das atenções.

mas um vestido branco estava fazendo kim dahyun ranger tanto seus dentes que poderia ser capaz de causar uma descarga elétrica e acabar com sua festa. mas ela não seria tão maldosa, estava feliz por reunir tantas pessoas em tantos tons de vermelho, não era necessário uma chacina para acabar com todos os vestidinhos brancos.

ou era?

dahyun voltou a olhar em volta, encontrou vermelho por todos os cantos, e então, achou o que tanto queria: o vestido de pérolas. ficou encantada como momo se divertia, todos a sua volta sorriam para ela, sorrisos brancos, brilhantes como as pedrinhas coladas nas bordas daquele vestido. dahyun queria pintar todos de vermelho.

então kim puxou a garota na pista de dança pelos cabelos e a jogou no chão, fazendo ela bater com a cabeça, mas não demorou para acordar e ver o resto da desgraça. os primeiros olhos começaram a assistir o espetáculo: dahyun com um sorriso imenso enquanto passeava as mãos pelo vestidinho cheio de rendinhas colados na cintura fina da japonesa. ela se sentou confortávelmente com as suas pernas em volta do quadril da outra, fechou seu punho com força, encarando o rosto bonito da mais velha, nunca havia visto ela de perto, mas percebeu que já tinham as dado atenção demais até agora, precisavam começar logo com a brincadeira.

e dahyun machucou a pele lisinha da outra com toda a força que tinha, desfrutou da sensação, colocando toda a raiva que estava para dar um trato na tela branca que era hirai momo.

o vestidinho branco aos poucos foi ficando vermelho, eram precisos muitos mais respingos para o tornar colorido por completo.

ela se levantou, e ainda com todos assistindo, olhou em volta, sorrindo ao ver que agora ela era o centro das atenções. mas, ainda assim, dahyun precisava de muito mais.

e o que era mais um crime para quem já estava suja de sangue?

pegou uma das taças mais bonitas para se deliciar com o vinho branco, bebeu um gole e o cuspiu no chão, derramando o resto nas feridas do rosto da japonesa, a ouvindo gritar, tão alto que servia como estímulo para continuar. quebrou as garrafas de champagne nas mesas de madeira, somente os sons de seu passos e do vidro sendo estilhaçado podiam ser ouvidos, já que a nova música era o som de boas vindas ao recém tom de vermelho.

em volta, todos não faziam questão de se mexer, completamente enfeitiçados pelo que dahyun fazia com o pobre vestidinho branco.

com as garrafas em mãos, botou momo ajoelhada em sua frente, quebrando o vidro recém maltratado em sua cabeça, o estralo de seus ossos e o som do seu corpo caindo no chão servia como aviso de que ainda não tinha acabado com ela. a virou de costas, abrindo o zíper que segurava a vestimenta de pérolas delicadamente, voltou a segurar firme as garrafas e taças, não deixando elas escorregarem pelo sangue em suas mãos.

como um tigre faminto, dahyun rasgou a pele das costas da outra, ouvindo ela choramingar e gritar novamente. era como uma criança brincando com tinta, dando pinceladas agressivas nas costas bonitas, arrancando pedaços, gemidos de dor, e o melhor de tudo, a tinta natural que jorrava dos novos cortes. kim sorriu abertamente, fechando novamente o zíper do vestido e a virando de frente para si, pisando em seu estômago. jogou a taça de cristal e as garrafas para longe, ouvindo em alto e bom som o choro da japonesa.

dahyun a colocou sentada em uma cadeira, se afastou minimamente da imagem que havia se tornado seu palco, apreciando sua nova obra prima.

agora momo era só mais uma na multidão.

kim olhou para os convidados e sorriu, um sorriso patético, que vibrou o piso de mármore com rastros.

depois de tanto tempo sentada, vigiando o vestidinho, agora vermelho. dahyun finalmente agradeceu pelo bolo, e principalmente, pelos que vieram a assistir.

porque essa era a porra da sua festa de carmesim.