Agressividade

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO IV – COMPETIÇÕES DE ABRIL

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CAPÍTULO XVII - AGRESSIVIDADE

Eu não sabia o que esperar nesse momento. Nós estávamos em meio a uma floresta, sendo procurados por uma máfia perigosa sem qualquer equipamento de segurança, além dos meus componentes químicos. Por sorte, eu estava com a minha bomba de fumaça caseira quando fomos sequestrados e pude usar a mistura de calor, nitrocelulose e alumínio para criar uma distração tóxica. O sedativo que eu havia criado serviu bastante para enfraquecer os criminosos, então foi mais fácil descontar toda a minha raiva com meu soco-inglês na cara daqueles idiotas.

Mas eu sabia que a sorte não ficaria do nosso lado por muito tempo. Éramos somente dois contra centenas de criminosos bem treinados que poderiam os destruir em um piscar de olhos. Ainda havia o fato de que mesmo que conseguíssemos escapar naquele momento com a ajuda de Natasha, nós ainda continuaremos sendo os alvos da máfia japonesa. Eu tenho certeza de que eles não vou desistir tão fácil assim de conseguir desvendar os mistérios da Mirakuru. 

Respiro fundo, tentando manter a calma. Barry me encara e me puxa para mais perto, abraçando-me apertado. Ele acaricia minha cabeça e eu escondo meu rosto em seu peito, aproveitando o carinho que recebia de meu namorado. Aos poucos, a minha confiança, influenciada pela raiva que sentia daqueles malditos estarem nos perseguindo mais uma vez, ia dando lugar a insegurança e o desespero.

- Vai ficar tudo bem. - Afirma Barry, apertando-me ainda mais. A mata era silenciosa e sombria. Os poucos raios de Sol que entravam pelas frestas das árvores deixava o ambiente frio e semelhante a de um filme de terror. Ele deixa um beijo no topo de minha cabeça e suspira. - Tia Tasha está a caminho. Eu prometo que não deixarei que nada de ruim aconteça com você. 

- Você não pode prometer isso. - Digo, apertando o jaleco que Barry usava para a apresentação de nosso trabalho. Respiro fundo mais uma vez, procurando não demonstrar o quão assustada eu estava. - Nós estamos envolvidos em algo muito mais perigoso do que imaginamos. Eu sinto isso. Mesmo que a Natasha nos salve agora, ainda seremos peças importantes para Inugane. Ele não vai nos deixar em paz até conseguir o que quer e depois nos matar. É assim que a máfia japonesa age e você sabe disso.

- Tio Clint...

- Até mesmo o poder de Clint tem limite, Barry. Se pensarmos racionalmente, estamos lidando com uma organização criminosa que tem milhares de integrantes espalhados pelo mundo. Eles possuem dinheiro, poder e imunidade legal. Ninguém seria capaz de desafiar a Yakuza. Clint é uma pessoa incrível, mas só o fato de Inugane ter nos sequestrado quando toda a sua família e a CIA estava presente em plena luz do dia só me mostra que talvez ele não tem tanto controle sobre a situação quanto esperávamos. Ele nem mesmo está no país. - Interrompo meu namorado, enquanto me afasto dele. Barry me encara com seriedade. Ele sabia que eu estava certa. - Nós assinamos nossa sentença de morte no momento em que nos envolvemos, ainda que de forma indireta, com o Mirakuru. 

- Eu sinto muito. A culpa é toda minha. Por minha causa você está sob a mira desses bandidos. - Lamenta Barry e vejo seus olhos brilharem com pesar. - Talvez, a única saída seja a gente se separar e...

- Não diga asneiras. - Respondo ríspida, sem acreditar na idiotice que meu namorado estava me dizendo. - Você mesmo ouviu o Inugane dizer que minha mãe está envolvida na investigação sobre o Mirakuru e que aparentemente eu possuo um material que pode desvendar mistérios desse soro milagroso. Você não tem nada a ver com isso. Estando com você ou não, eu continuaria sendo um alvo deles. Talvez até mais do que você. Então não venha com essa história de se afastar de mim para me proteger que isso não cola comigo. Se você quer terminar comigo, que seja por não me amar mais ou por ter encontrado alguém melhor do que eu. Não use desculpas esfarrapadas como essa.

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